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Um Homem que tinha tudo para ser um grande pai

Por Sônia Mara Costa

 

 

Há sinais de desintegração da família por todos os lados:

 

- O índice de divórcio chega a 50% em alguns países. De cada sem casamentos, cinqüenta terminam em divórcio.

 

- A infidelidade conjugal está se tornando uma epidemia perigosa, Em 2001, num relatório sobre família, constatamos que 75% dos maridos e 64% das mulheres são infiéis aos seus cônjuges.

 

Uma pesquisa realizada recentemente com 3.600.000 crianças concluiu que 14% viverão em um lar de pais solteiros e 40% viverão em um lar de pais separados antes de atingirem 18 anos de idade. Nos últimos trinta anos, o número de pais solteiros cresceu 450%.

 

- A pornografia escraviza hoje mais de 30% da população;

 

- O homossexualismo está ultrapassando a fronteira dos 10% da população;

 

- Os pais estão cada vez mais ocupados, e os filhos cada vez mais distantes de um relacionamento estável com a família. Estamos assistindo a morte do diálogo na família.

 

A família de Eli é um exemplo de uma família que tinha tudo para dar certo, mas desintegrou-se. Eli era um grande homem, mas fracassou como pai. Eli era famoso fora dos portões, mas um perdedor dentro de casa. Eli cuidava dos outros, mas esqueceu a sua própria casa.

 

Um Homem que tinha tudo para ser um grande pai

 

Quantos fatos podem ser destacados sobre Eli:

 

Em primeiro lugar, Eli tinha uma posição muito respeitada (1Sm 4:18)Eli ocupava uma função que exigia muito do seu tempo. Ele era sacerdote e também juiz de Israel. Eli manteve uma posição respeitável por quarenta anos, Ele era um homem muito ocupado com os negócios do povo e com as coisas de Deus.

 

Em segundo lugar, Eli era um homem crente (1Sm 2:11). Eli era um sacerdote. Ele representava o povo diante de Deus. Era um homem que instruía o povo na Palavra e intercedia pelo povo, seu nome significa: “Jeová é o meu Deus”. Ele era um homem de fé. Era a boca de Deus. Ele disse para Ana: Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste. (1Sm 1:17), e Ana concebeu e deu à,luz Samuel.

 

Em terceiro lugar, Eli era um homem espiritualmente sensível (1Sm 3:8,9). Quando Deus falou ao jovem Samuel, Eli sentiu que era o Senhor e disse-lhe o que fazer. Eli discerniu a presença de Deus nessa noite. Sabia o que sifnificava contatar-se com Deus. Ele era um homem capaz de discernir a voz de Deus. Era um homem de poder espiritual.

 

Em quarto lugar, Eli era um líder estável em seu trabalho (1Sm 4:18b). Eli não foi um homem inconstante, Ele ministrou em Siló por quarenta anos como sacerdote e, como juiz, julgou Israel durante todo esse tempo. Era um homem estável em seu trabalho, um líder entre o seu povo.

 

Filhos que tinham tudo para ser uma benção

 

- Eles tinham um pai crente;

 

- Eles tinham um pai líder e experiente;

 

- Eles nasceram numa família sacerdotal e cresceram num ambiente sagrado.

 

- Eles mesmos eram sacerdotes do Senhor (1Sm 1:3). Mas...

 

Eles eram sacerdotes, mas absolutamente profanos (1Sm 2:12). Eles eram incrédulos, rebeldes, blasfemos e filhos de Belial. Eram sacerdotes profissionais, mas não se importavam com Deus. Conviviam com o sagrado, mas não tinham respeito por Deus, nem pela lei de Deus, nem pelo povo. Eles cresceram na igreja, mas não no Senhor. Quanto mais perto da igreja, mais longe do Senhor. Eles lideravam e ensinavam o povo, mas eram ímpios.

 

Eles eram sacerdotes, mas desprezavam o culto divino (1Sm 2:17). Eles não respeitavam a orientação da Palavra de Deus quanto às ofertas trazidas à casa de Deus (Lv 7:30-34, 3:16, 7:23-25). Eles exerciam o sacerdócio apenas para satisfazer seus apetites. Não davam honra ao nome do Senhor. Para eles, o ritual era apenas uma tarefa pública para levar comida ao seu estômago. Eles estavam na igreja, trabalhavam na igreja, mas não conheciam a Deus. Desrespeitar as coisas de Deus era o seu costume (1Sm 2:13).

 

Eles eram sacerdotes, mas viviam escandalosamente na imoralidade (1Sm 2:22). Eles adquiriram má fama e nem trataram de ocultar suas imoralidades, Eles pecavam contra aquelas pessoas de quem deveriam cuidar e pastorear. Eles pecaram dentro da própria casa de Deus. Eles eram homens casados, mas adúlteros. Não respeitavam a Deus, nem suas esposas, nem a Palavra de Deus, nem o sacerdócio, nem o povo.

 

Eles eram sacerdotes, mas faziam o povo tropeçar (1Sm 2:24). Os pecados dos líderes são mais graves, mais hipócritas e mais danosos: mais graves, porque eles pecam contra um maior conhecimento; mais hipócritas,  porque combatem aquilo que praticam; e mais danosos, porque os pecados do mestre são os mestres do pecado e, assim, fazem o povo tropeçar. Eles não eram neutros. Eram uma pedra de tropeço. Charles Spurgeon diz que não há um maior instrumento do diabo dentro da igreja do que um ministro ímpio e impuro.

 

Eles eram sacerdotes, mas não ouviam conselhos nem advertências (1Sm 2:23-25). Eles não honraram nem a Eli nem a Deus, Quem desobedece aos pais desobedece a Deus. O pecado da rebeldia é como o pecado da feitiçaria, Filhos rebeldes são a vergonha dos pais.

 

Um homem que fracassou no maior de todos os ministérios

 

Há alguns pontos que destaco sobre esse fracasso de Eli.

 

Em primeiro lugar, Eli foi um pai AUSENTE, que não tinha tempo para os filhos (1Sm 4:18). Eli era um pai que nunca estava em casa. Ele sempre esteve muito ocupado cuidando dos filhos dos outros, ouvindo e aconselhando famílias, ajudando a resolver os problemas alheios e esqueceu-se de seus filhos. Os outros pais podiam sempre contar para os filhos as histórias de Abrão, Isaque e Jacó, mas Ele estava assoberbado com muitas outras coisas e não tinha tempo para os filhos. Hofni e Fineias não tinham um pai disponível. Eles moravam dentro da igreja, mas não tinham um pai presente.

 

Quando os filhos são pequenos, eles querem brincar com os pais e ficar com eles; quando crescem, os pais querem ficar com os filhos, mas estes já não querem mais. Muitos pais hoje inventam ocupações desnecessárias. Os pais estão sempre dizendo para os filhos: “Um dia desses teremos mais temo”. Esse dia nunca chega.

 

O diálogo está morrendo dentro dos lares. Um exemplo: O filho chega em casa e diz: “Pai, fiquei em segundo lugar na minha turma na prova de Matemática”. O pai, em vez de celebrar com o filho, ainda reclama de seu desempenho. Imagine um filho que chega em casa e diz que tirou 90 na prova de Ciências, e o pai lhe diz: “Menino, quando você vai tirar 100?”. O pai que age assim está dizendo indiretamente que ama o filho pelo seu desempenho. É melhor o pai dizer: “Meu filho, estou feliz com o seu sucesso. Penso até que você tem potencial para mais. Mas, mesmo que você tivesse fracassado nessa prova, amaria você do mesmo jeito”.

 

Nenhum sucesso compensa o fracasso do seu lar. O problema é que muitas vezes, os filhos não têm o mesmo crédito com os pais que têm a empresa, o futebol, a televisão e o dinheiro. Há pais que substituem presença por presentes. Um pai disse, certa feita, no funeral de seu filho: “Eu daria tudo para começar tudo de novo.”

 

Em segundo lugar, Eli foi um pai OMISSO, que não abriu os olhos para ver os sinais de perigo dentro do seu lar (1Sm 2:22-24, 2:29-34, 3:11,12,17,18). Eli teve três advertências:

 

A primeira advertência veio do público em geral (1Sm 2:22-24). A situação vergonhosa dos filhos de Eli era de conhecimento popular. O povo não ocultava de Eli os pecados dos seus filhos. O povo dizia para Eli: “Os seus filhos são motivo de tropeço para o povo. Eles estão vivendo de forma escandalosa. O que eles fazem é mau. Você, Eli, fica com a imagem arranhada por causa dos seus filhos. A obra de Deus é prejudicada por causa dos seus filhos. “Mas a advertência de Eli é frouxa. Ele exorta os filhos, mas não os disciplina, nem os pune, nem os afasta do sacerdócio. Ele exorta com palavras, mas não com ação.

 

A segunda advertência veio por um profeta anônimo (1Sm 2:27-34). Deus denuncia a ingratidão deles. Lavra a sentença de que o ministério deles iria cessar. O profeta aponta a autoridade da sentença: Assim diz o Senhor (1Sm 2:27). E mostra o princípio sobre o qual Deus exerce a autoridade: aos que me honram, honrarei (1Sm 2:30). No versículo 29, o profeta fala sobre a repreensão de Deus; e nos versículos 31-34, sobre o castigo de Deus.

 

A terceira advertência veio do próprio Deus através de Samuel (1Sm 3:11,12,17,18). Para os critérios de avaliação de Deus, a prova de fogo da liderança de um pai não reside no âmbito de suas habilidades sociais, relações públicas, ma em casa (1Tm 3:1-5). Eli foi omisso em corrigir os seus filhos diante de tantas advertências. Ele foi débil, frouxo. Faltou autoridade. Faltou pulso. Faltou firmeza. Exemplo: quando alguém adverte você a respeito de sua família, de seus filhos, como você reage? Quando a professora manda um bilhete, como você reage?

 

Em terceiro lugar, Eli foi um pai BONACHÃO (1Sm 2:29b). Eli honrou mais aos seus filhos do que a Deus ao permitir que eles continuassem na prática de todos esses pecados no exercício do sacerdócio. Provérbios 19:18 diz: Castiga a teu filho enquanto há esperança. O rei Davi também não tinha coragem de confrontar os seus filhos e os perdeu. Hoje há filhos mandando nos pais. Os pais são reféns dos filhos.

 

Em quarto lugar, Eli foi um pai CONIVENTE (1Sm 2:29). Eli não apenas deixou de corrigir seus filhos, ele se tornou participante dos pecados dos filhos, ele se tornou participante dos pecados dos filhos. A Bíblia diz que ele morreu pesado. E por quê? ... para tu e eles vos engordardes das melhores de todas as ofertas do meu povo de Israel (1Sm 2:29). Eli comeu também a carne que seus filhos haviam tomado inescrupulosamente do sacrifício. Eli aceitou o estilo de vida que eles levavam. Eli se tornou parceiro dos pecados de seus filhos.

 

Em quinto lugar, Eli foi um pai PASSIVO AO FATALISMO (1Sm 3:18). Eli aceitou passivamente a decretação da derrota sobre a casa. Ele não reagiu. Ele não clamou misericórdia. Ele não orou. Ele entregou os pontos. Eli não tinha mais forças para luta pela salvação da sua casa. Não entregue os pontos. Não desista. Não abra mão da sua família. Você não gerou filhos para a morte. Você não gerou filhos para o cativeiro. Ore, lute, chore e jejue pela salvação dos seus filhos.

 

Lições Práticas

 

- O perigo de cuidarmos dos outros e não da nossa própria família;

- O perigo de sermos famosos fora dos portões e não termos autoridade dentro de casa;

- O perigo de nos acostumarmos com as coisas sagradas e perdermos o temor do Senhor;

- O perigo de nos conformarmos com os pecados dos nossos filhos ao ponto de estarmos mais preocupados em agradá-los do que em honrar a Deus;

- O perigo de aceitarmos passivamente a decretação da derrota em nossa família;

- O perigo de não estarmos atentos para o fato de que o cálice da ira de Deus pode encher-se, e então não haverá mais esperança para a nossa casa.

 

Aplicação

 

A família de Eli acaba em tragédia porque pensou que podia fazer a obra de Deus sem santidade. Eles enfrentam os filisteus. Quatro mil homens morrem. Hofni e Fineias trazem a arca, símbolo da presença de Deus, mas a arca é roubada, eles morrem, e trinta mil homens caem mortos.

 

Eli recebe a notícia da tragédia, cai da cadeira, quebra o pescoço, e a nora dá à luz um filho a quem chama de Icabode, “foi-se a glória de Israel”. Eles só reconhecem que Deus estava longe deles depois da tragédia.

 

Será que a glória de Deus está se ausentando da sua casa, da sua família? É hora de agir. Vamos fazer uma grande cruzada pela salvação da nossa família. Nenhum sucesso compensa a perda da nossa família.

 

 

Fonte: Pastor Heli Fernandes – “Com Jesus na Escola da Vida”

 

 

 

Sônia Mara Costa é pedagoga, graduada em Pedagogia e pós-graduada em Supervisão Educacional pela PUC-MG. Especialista em Educação Infantil.

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