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Sala de Aula Invertida: O que é, Quais são as Vantagens e como Aplicar esse Modelo

Por Marília Barboza

 

 

Com o foco na importância da educação e democratização dela ficando cada vez mais claro, novas metodologias educacionais acabam surgindo, visando sempre potencializar o aprendizado dos alunos. Há pouco mais de 2 décadas surgiu o modelo de sala de aula invertida, você já ouviu falar nela?

 

Esse modelo de ensino e aprendizagem se propõe a inovar e mudar completamente a forma como lidamos com a educação tradicionalmente. Na educação clássica, o ensino fica centralizado no professor, que tem um papel principal no ensino dos conteúdos aos alunos, mas na sala de aula invertida acontece exatamente o contrário. Como o próprio nome sugere, esse modelo de ensino procura inverter o modelo educacional clássico, levando mais autonomia e protagonismo para os estudantes.

 

O que é e como funciona a sala de aula invertida?

 

No modelo de sala de aula invertida, a ideia é que o objetivo de cada espaço seja invertido. Se, tradicionalmente, os alunos absorvem todo conteúdo em sala de aula e a fixação da matéria aprendida é feita em casa, com o aluno realizando tarefas e estudos por conta própria, na sala de aula invertida a lógica é contrária. Nessa proposta, o aluno irá aprender a matéria nova em casa, por conta própria, e estará em sala de aula contando com professores e tutores somente como apoio, para realizar a fixação do conteúdo.

 

De certa forma, esse tipo de educação une a proposta do EAD (educação a distância) e o ensino tradicional em sala de aula. Afinal, na sala de aula invertida, o aluno irá utilizar a tecnologia e métodos online para absorver o conteúdo e, depois, presencialmente, contará com a presença física de um professor para auxiliar em eventuais dúvidas e outras questões. É por isso que, em alguns casos, também se aplica o termo ensino híbrido. Assim, a ideia é que os alunos utilizem o tempo em sala de aula para potencializar o aprendizado, já tendo contato com o assunto antes de estarem, fisicamente, na presença de um professor ou tutor.

 

Como surgiu esse método?

 

A sala de aula invertida começou a ser desenvolvida nos anos 90 com trabalhos de pesquisadores das universidades americanas de Harvard e Yale. Em 2000, o pesquisador J. Wesley Baker avançou nos estudos acerca desse modelo de educação inovador e apresentou, em uma conferência na Flórida (11ª Conferência Internacional de Ensino e Aprendizagem Universitária), o conceito de flipped classroom (sala de aula invertida, em inglês).

 

Desde então, esse modelo foi aplicado em algumas das universidades mais conceituadas dos Estados Unidos, como Harvard, Stanford, MIT e Duke University. E não só nos Estados Unidos, mas o modelo de educação invertida já vem sendo aplicada amplamente em países como Islândia, Irlanda, Turquia, Emirados Árabes, Espanha, Austrália, Noruega, Itália, Espanha e China. Na América Latina, já se encontram instituições que apostam na sala de aula invertida na Argentina, México, Colômbia, Peru e Chile. Aqui no Brasil o modelo é mais popular em instituições de ensino superior, mas ainda é bastante subdesenvolvido. Então, veja só algumas vantagens que provam que o modelo de sala de aula invertida é importante e deveria ser mais explorado no Brasil:

 

Vantagens educacionais da sala de aula invertida

 

Mas por que aplicar esse modelo? Quais vantagens ele apresenta em relação ao modelo de sala de aula tradicional? Existem vários motivos para se apostar na sala de aula invertida, confira alguns:

 

Otimização de tempo

 

Uma das vantagens de adotar o modelo sala de aula invertida é a otimização do tempo. Às vezes, o professor gasta maior parte da aula expondo um conteúdo completamente novo para os alunos. Isso pode gerar muitas dúvidas, perguntas e interrupções na aula. Então, normalmente, uma aula de 50 minutos pode não render tanto assim.

 

Se os alunos já têm contato prévio com a matéria antes da aula, há muito mais chance de surgirem menos dúvidas e a aula render muito mais.

 

Mais presença em sala de aula

 

Na Universidade de British Columbia, nos Estados Unidos, professores de física, incluindo o ganhador do Nobel da Física Carl Wieman, implementaram a metodologia de sala de aula invertida. Segundo levantamento feito na universidade, houve um aumento de 20% na presença dos alunos em sala de aula, além de 40% em engajamento e participação nas aulas.

 

As notas também aumentaram. Ainda de acordo com o mesmo estudo, as notas dos alunos que estudavam no modelo de sala de aula invertida eram 2 vezes maiores do que os alunos do ensino tradicional.

 

Mais retenção de aprendizado

 

Não basta apenas entender uma matéria naquele momento, é preciso realmente aprender e reter a o aprendizado daquele conteúdo, certo? O modelo de sala de aula invertida também se mostrou mais favorável para a retenção de conhecimento dos alunos.

 

Durante 10 anos, professores do departamento de matemática da universidade Harvard, considerada atualmente a terceira melhor universidade do mundo, fizeram um estudo comparativo nas suas classes de álgebra e cálculo. Os resultados desse estudo apontaram que alunos que estavam inscritos em salas de aula do modelo invertido absorviam de 49 a 74% a mais dos conteúdos do que os estudantes do modelo tradicional.

 

Aluno protagonista

 

Talvez uma das vantagens mais atrativas para o estudante é o fato de que, na sala de aula invertida, é ele o protagonista do próprio aprendizado!

 

Infelizmente, até hoje, o modelo educacional tradicional é centrado no professor e os alunos ainda possuem um papel passivo. Na sala de aula invertida o aluno toma um papel muito mais ativo e assume o protagonismo do seu próprio aprendizado. Estudando os conteúdos em casa, o estudante tem total controle do seu próprio tempo e ritmo, além de poder estudar da maneira que mais se adequa ao seu tipo de aprendizado, afinal, nem todo mundo aprende da mesma forma.

 

Tecnologia e materiais extra

 

Assim como no EAD, o aprendizado da sala de aula invertida utiliza bastante tecnologia e materiais extraclasse inovadores. Por exemplo, gamification (ensino por meio de jogos) é uma boa aposta para os estudos a distância. Assim, o ensino pode se tornar mais efetivo e muito mais interessante, aumentando o engajamento dos alunos e, consequentemente, o aprendizado deles.

 

Como aplicar esse modelo educacional?

 

Você pode pensar que o ensino em sala de aula invertida só tem sucesso em instituições de ensino mais privilegiadas, mas não é verdade. Felizmente, o fator financeiro não é decisivo para a tarefa de ‘inverter’ a sala de aula. Com um bom planejamento, treinamento dos professores e implantação de alguns passos, é possível aplicar esse modelo em diversos tipos e níveis de ensino. Veja como:

 

Estude e planeje!

 

O primeiro passo para qualquer projeto é o planejamento. Toda metodologia ou novos processos que serão implantados devem ser estudados e entendidos a fundo, para não gerar confusão e torná-los inefetivos e contraproducentes.

 

No caso da sala de aula invertida, após realmente entender e acreditar no projeto, os professores devem fazer o planejamento do conteúdo das aulas e como serão passados aos alunos, tal qual o ensino tradicional. Porém, nesse caso, deve ser decidido quais partes do conteúdo serão passados para o estudo de casa e quais atividades serão feitas em sala de aula.

 

Também, é importante escolher o formato no qual os conteúdos serão passados e em qual plataforma serão disponibilizados para os alunos e, tão importante quanto, bolar as atividades que serão ofertadas aos alunos em sala, como fixação.

 

Treine os professores

 

Os professores foram ensinados a lidar com a educação de forma tradicional, então, um dos passos mais importantes é treiná-los para um novo modelo descentralizado de educação. É importante que todos eles entendam como é o modelo da sala de aula invertida e, mais importante ainda, acreditem nele! Para isso, as instituições de ensino podem realizar treinamentos periódicos e discussões importantes acerca desse modelo de ensino inovador.

 

Prepare os alunos

 

Assim como os professores, os estudantes também precisam acreditar na metodologia da sala de aula invertida. Para que eles topem participar desse modelo educacional, é importante que não só saibam do que se trata, mas vejam o impacto que o modelo terá no aprendizado deles!

 

Entenda seus alunos

 

Se os alunos são mais jovens e mais familiarizados com tecnologia, provavelmente será muito mais simples implementar conteúdos que exijam um pouco mais de entendimento do assunto, certo? Porém, para alunos de EJA, por exemplo, ou em escolas de classes mais baixas que não possuem tanto acesso à internet, é importante que os materiais e a plataforma de ensino sejam mais simples e de fácil utilização.

 

Realize testes e seja paciente

 

Como qualquer nova metodologia, implantar a sala de aula invertida exige tempo de testes, erros e acertos. Com o tempo, você aprenderá o que funciona, o que não funciona e o que ainda pode ser aprimorado. Seja paciente e não desista, os resultados serão valiosos!

 

Dica: aposte nas videoaulas!

 

Um modelo educacional que também não para de crescer no Brasil é o EAD. Esse modelo, muito semelhante ao da sala de aula invertida, tem muito sucesso por incentivar a autonomia dos alunos e fazer deles protagonistas no próprio aprendizado. Então, como a sala de aula invertida aposta, também, na junção do ensino tradicional com o ensino a distância, utilizar de videoaulas pode ser o casamento perfeito!

 

Em geral, as pessoas assimilam melhor o conteúdo se passado por meio de vídeos em vez de textos. Já que nesse modelo todo conteúdo é passado remotamente, utilizar vídeos online pode ser o diferencial para o aprendizado dos alunos. Já é comprovado que os vídeos geram mais engajamento e, além disso, são muito mais atrativos, certo?

 

E, claro, com tanta tecnologia e investimento em plataformas próprias para hospedagem de videoaulas, fica ainda mais fácil implementar o modelo de sala de aula invertida utilizando vídeos online para os conteúdos.

 

Então, o que acha desse modelo de sala de aula invertida?  Acredita que pode ser um modelo de educação de sucesso no Brasil, assim como é em diversas partes do mundo. GUIA: A importância de vídeos online no EAD.

 

Por Débora Gomes Em Insights. Em 4 julho, 2018

https://sambatech.com/blog/insights/sala-de-aula-invertida/

Capturado em 15 de outubro de 2018.

 

 

 

 

 

Marília Barboza Fernandes é formada em Ciências Sociais, Licenciatura Plena pela Faculdade de Filosofia “Madre Gertrudes de São José” de Cachoeiro de Itapemirim - FAFI, Especialista em Informática Educativa pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES e em EAD pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. É servidora pública municipal atuando na Educação desde 1998, como professora de geografia e posteriormente (2000) na área de informática na educação, na Rede Municipal de Ensino de Cachoeiro de Itapemirim ES. É Ministra de Assistência Social da PIBCI.

 

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