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Imunização em Adulto

Por Marcos Silveira

 

 

O impacto da vacinação na saúde da população no último século foi enorme, sendo comparado ao da água potável. A vacinação permitiu a erradicação da varíola; a eliminação da poliomielite nas Américas, Europa e Oceania; o controle do sarampo nas Américas; a redução do número de casos e óbitos por doenças como o tétano, a difteria e a meningite por Haemophilus influenzae b.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a cada ano, mais de 120 diferentes tipos de vacinas salvem 2,5 milhões de vida e que a otimização do uso dessas vacinas poderia salvar um adicional de 2 milhões de vida. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi instituído em 1973 para coordenar as ações de vacinação e teve grande impacto na epidemiologia das doenças imunopreveníveis. Em decorrência do êxito do PNI, passou a aumentar a demanda por outros imunógenos e por indicações mais amplas.

 

O primeiro calendário do PNI era dirigido à população infantil e a única vacina preconizada para adultos era a antitetânica. Em 1999, iniciava-se a vacinação de influenza, em campanhas anuais, para todos os adultos maiores de 65 anos, posteriormente ampliada para os de 60 anos ou mais. O primeiro calendário nacional de vacinação do adulto é publicado em 2004, incluindo as vacinas de difteria e tétano (dupla adulto), sarampo, caxumba, rubéola e febre amarela para pessoas que residem ou viajam para regiões onde houver recomendação, de acordo com a situação epidemiológica.

 

A vacina de pneumococo polissacarídica 23-valente é recomendada só para adultos institucionalizados ou com patologias de base. Atualmente, o calendário de vacinação do PNI para adultos de 20 a 59 anos de idade inclui também a vacina de hepatite B. A disponibilidade de novas vacinas para a prevenção de doenças infecciosas tem sido crescente em anos recentes (antimeningocóccica e antipneumococcica conjugadas, rotavírus, papilomavírus humano (HPV) e herpes-zoster).

 

Outras vacinas também indicadas para adultos ainda não estão disponíveis no PNI. A vacina hepatite A, de vírus inativados, de alta eficácia e segurança, pode ser aplicada em adultos suscetíveis. As vacinas antimeningocóccicas conjugadas C e a quadrivalente A, C e W também são indicadas para adultos, sendo particularmente importantes para viajantes que se destinam a áreas de alta incidência de doença meningocócica.

 

A vacina quadrivalente recombinante HPV (tipos 6, 11, 16 e 18) foi introduzida no calendário do PNI, a partir de março de 2014, para meninas de 11 a 13 anos de idade. Está licenciada no Brasil, e disponível em clínicas particulares para mulheres e homens de 9 a 26 anos de idade, embora já haja estudos em mulheres mais velhas. A vacina bivalente recombinante HPV (16 e 18) está licenciada no Brasil para mulheres a partir dos 9 anos, sem limite de idade. Outras novas vacinas são esperadas para os próximos anos. Na época atual, em que os avanços tecnológicos propiciam o aparecimento de produtos vacinais de alta complexidade, o desafio que se impõe é que tais produtos possam ser administrados a extensas camadas da população.

 

Os próximos eventos de massa que ocorrerão no Brasil, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, pelas situações de grandes aglomerados, podem facilitar a transmissão de algumas doenças. Durante esses eventos, o Brasil receberá viajantes provenientes da África, Ásia e Europa, onde ainda ocorrem casos de sarampo. No Brasil, em 2013, foram notificados 201 casos da doença, 181 deles em Pernambuco. Em 2014, até a primeira semana de março, já foram confirmados 136 casos, sendo 119 no Ceará, 11 em Pernambuco e seis em São Paulo.

 

Alcançamos importantes êxitos no campo das imunizações, no Brasil, nas últimas décadas. Manter estas conquistas depende, além de outros aspectos, da percepção de que os programas de vacinação devem contemplar todas as faixas etárias e que a participação de especialistas das mais diversas áreas é fundamental para a tomada de decisões.

 

 

 

 

 

 

Marcos Cunha da Silveira é médico formado pela Emescam (Escola de medicina da Santa Casa de Misericordia de Vitoria ), com residência médica em Otorrinolaringologia e Cirúrgia de Cabeça e Pescoço no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo –IAMSPE.  Mestrado em Otorrinolaringologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo – IAMSPE. Pós graduação em Medicina do Sono pela Escola Paulista de Medicina.

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