Por Esaú Santos
O conceito de auditoria surgiu na Inglaterra por volta do século XIV, a partir da necessidade de verificar e controlar os procedimentos e as informações desenvolvidas com as atividades econômicas da época. Já no Brasil, a auditoria aplicou-se a partir das instalações de empresas multinacionais.
Existem dois tipos de auditoria: auditoria externa e auditoria interna. A auditoria externa não está vinculada a organização, visa o exame das demonstrações contábeis para emissão de parecer ou opinião sobre as mesmas, garantindo assim maior confiabilidade para a empresa auditada. Já a auditoria interna presta serviços de forma independente à administração fazendo parte da empresa.
Segundo Franco e Marra (2001), “auditoria externa é aquela realizada por profissional liberal, auditor independente, sem vínculo empregatício com a entidade auditada”.
De acordo com Attie (1992), “A auditoria interna é uma função independente de avaliação, criada dentro da empresa para examinar e avaliar suas atividades, como um serviço a essa mesma organização”.
A auditoria interna é setor de fundamental importância para as empresas, pois é através de uma auditoria que o sócio, empresário ou empreendedor, pode garantir um futuro em longo prazo para sua empresa. Entre outras funções, a auditoria assessora os empreendedores analisando seu desempenho diante dos trabalhos realizados e fornecendo um parecer contábil sobre os seus relatórios, evitando assim, fraudes e erros. A auditoria interna é relevante porque permite que os processos administrativos adquiram maior confiabilidade, permitindo com isso que os relatórios emitidos contenham informações necessárias e relevantes para melhoria da gestão e continuidade das empresas.
Segundo Lisboa (2008, p.8) a Auditoria Interna tem por finalidade desenvolver um plano de ação que auxilie a organização a alcançar seus objetivos adotando uma abordagem sistêmica e disciplinada para a avaliação e melhora da eficácia dos processos de gerenciamento de riscos com o objetivo de adicionar valor e melhorar as operações e resultados de uma organização.
A auditoria interna faz parte da alta administração da empresa, porém de forma diferenciada dos demais setores possui funções independentes que visam contribuir com os gestores na identificação de problemas e soluções existentes, por meio de controle e assessoria. Ela auxilia, também, à administração a manter o controle sobre a padronização de processos e controles internos executados por seus funcionários, eliminando com isso, desperdícios de tempo e numerários para a empresa.
Os objetivos gerais da Auditoria Interna incluem:
1. Revisar e avaliar os controles internos da entidade;
2. Acompanhar e monitorar o cumprimento das diretrizes estabelecidas pela alta administração;
3. Verificar se as informações fornecidas à alta administração são corretas, completas e oportunas;
4. Verificar e revisar os principais ciclos operacionais da empresa;
5. Controlar e proteger o patrimônio da entidade.
As empresas, mesmo as micro e pequenas, devem definir suas rotinas internas através do manual de organização das rotinas internas, as quais compreendem formulários internos e externos, pois estes darão maior agilidade aos controles internos da empresa, facilitando controle das operações realizadas nos seus diversos setores, facilitando, inclusive, a tomada de decisões.
Com o auxilio da auditoria interna a gestão alimenta o seu modelo de decisão com informações adequadas e fidedignas recolhidas e avaliadas diariamente, para que a sua toma da de decisão seja a mais tempestiva possível.
Bauren (2000) destaca que “a concepção de um sistema de informações que auxilie o gestor a melhorar suas decisões não depende apenas da identificação dos modelos decisórios dos gestores e das suas necessidades informativas, muitas vezes, torna-se necessário repensar o próprio modelo de decisão, além de utilizar informação adicional para determinar a probabilidade de ocorrência de cada estado da natureza, a fim de reduzir o problema da incerteza”.
A auditoria interna deve conhecer o modelo de gestão adotado pela empresa, a forma de organização, levando à gestão informações úteis para o objetivo pretendido, para que estas auxiliem a tomada de decisão.
Assim os auditores internos atuam na avaliação do controle interno da entidade e nos cumprimentos das normas estabelecidas, verificando se os objetivos propostos para os controles são alcançados ou não, se eficientes ou não. Garantindo assim a conformidade dos processos internos da empresa.
Portanto independente do tamanho da empresa quer seja pequena, média ou grande, deve-se manter um bom sistema de controle interno, o qual seja confiável e adequado para cada setor da empresa e em consonância com o objetivo da mesma, para garantir um sistema de apoio à tomada de decisões. Neste contexto realizar auditorias internas e até mesmo o mapeamento dos processos internos de sua empresa é de vital importância para controle do negócio na visão do gestor.
Esaú dos Santos é graduado em Ciências Contábeis pela FAESA, Contador e Auditor Sênior na Price Waterhouse Coopers – PwC, Auditor Interno da FGV - Fundação Getúlio Vargas.