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A Participação da Família na Educação dos Filhos

Por Wesley Louzada

 

 

Passado o clima pesado que tomou conta do país em vésperas de eleições presidenciais, quando amigos brigaram e romperam relações e mesmo irmãos na fé se desentenderam devido à defesa de seus pontos de vista – e candidatos –, faz-se urgente o debate sobre um tema que passou despercebido em meio a um oceano de denúncias e ofensas por parte dos dois candidatos no segundo turno: a educação.

 

Em todos os pleitos, todos os candidatos, vencedores e derrotados, sem exceção, prometem melhorar a “educação, saúde, segurança pública”, blá, blá, blá. A pergunta que fica é: se todos prometem e se comprometem a melhorar a educação, porque em nosso país as coisas estão cada vez piores nesta área?

 

Alguns sintomas mostram o tamanho da crise, tais como altos índices de evasão escolar, índices de jovens que não concluem o ensino médio, índice de crianças com quatro ou cinco anos de estudo e ainda não alfabetizadas, dentre outros. Um dado divulgado recentemente me chamou a atenção, vez que sou professor universitário: aproximadamente um terço dos estudantes universitários – é, isso mesmo, estudantes de faculdades das mais diversas áreas – do país é analfabeto funcional. Ou seja, incapaz de ler, interpretar e expressar-se sobre um texto mínimo de algumas linhas, praticamente um bilhete.

 

É estarrecedor! Explicar este estado de coisas e propor soluções tomaria talvez um livro ou um tratado e não caberia neste curto espaço, nem nos parcos conhecimentos deste que aqui escreve. Existem muitas teorias, todas apontando na direção de mais dinheiro para a educação: salários mais altos para professores, melhores instalações físicas das escolas, investimentos em materiais didáticos de melhor qualidade, etc, etc, etc, ou seja, tudo se resumindo em mais recursos financeiros (R$), o que, a curto prazo, mostra-se absolutamente inviável ante a realidade econômica do país.

 

O certo é que, independentemente do debate travado nas últimas eleições acerca do melhor modelo de administração do país e de questões de base ética, parece haver uma convergência no sentido de que se o Brasil deseja se desenvolver, tem que melhorar no quesito educação.

 

Nossa tendência é cruzar os braços e esperar que o Estado, o governo, como num passe de mágica, melhore as coisas. Notícia ruim: isso não acontecerá, ao menos no curto prazo.

 

Se não há como apontar-se aqui uma panacéia, capaz de solucionar todos os males do ensino brasileiro, fica sugestão de ordem prática: a educação não é um processo que se possa deixar unicamente a cargo do Estado ou mesmo da escola (pública ou particular). Passa pela família e este fato é comprovado.

 

É papel dos pais participar da educação formal dos filhos, fiscalizando a escola, verificando o conteúdo que é ministrado aos filhos, auxiliando no cumprimento de tarefas, incentivando-lhes a leitura, criando em casa um ambiente agradável de estudo, incentivando sua participação em atividades educativas fora da escola, enfim, fornecendo-lhes todo o suporte necessário para que a escola deixe de ser um fardo e passe a ser um lugar de regozijo para os pequenos. Não há como terceirizar o dever de educar, imputando-o somente à escola. À família, além de transmitir valores, cabe um papel decisivo na formação escolar dos filhos, única forma de, de imediato, melhorar a qualidade da formação de nossas crianças e adolescentes.

 

 

 

Wesley Louzada é Advogado e Professor Universitário

 

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