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Cuidados com a Voz e a Audição no Ambiente de Trabalho

Por Roberta Cruz

 

 

Pensando no dia 1º de maio, sendo o “dia do trabalhado" (que começou em 1886, em Chicago nos EUA, onde trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho), vamos falar aqui sobre os cuidados com Voz e a Audição no ambiente de trabalho. Sem o cuidado e a proteção necessária, alguns profissionais sofrem de algumas doenças devido o exercício de sua atividade profissional, o que fazer para prevenir essas doenças, já que o trabalho é necessário e importante?

 

Os cuidados com a Voz: Profissionais da voz, como: professores, cantores, radialistas, jornalistas, operadores de telemarketing, entre outros, têm na voz uma indispensável ferramenta de trabalho, e precisam estar atentos aos cuidados que devem adotar para não prejudicá-la. É claro que todo mundo deve se preservar. Quem nunca saiu rouco do estádio após um jogo de futebol, ou de um show da sua banda favorita? Mas profissionais que utilizam a voz ficam sujeitos a deslizes comportamentais na propagação vocal com mais frequência. O som que produzimos vem do ar que expiramos dos pulmões. Simplificando o processo, esse ar passa pelas pregas vocais na laringe, que vibram e o transformam em pulsos sonoros. Quando existe um problema nas pregas vocais essa vibração se torna defeituosa, o que é chamado de disfonia. A maioria dos problemas são causados por desequilíbrios e abusos vocais, além do excessivo e mau uso da voz. As lesões mais recorrentes são o aparecimento de nódulos vocais, cistos intracordais, edemas e fendas glóticas. Em professores, um bom modo de evitar problemas vocais, seria o uso de microfone em sala de aula. No entanto, nem toda escola ou universidade oferece tal infraestrutura aos seus funcionários. A profissão de cantor também exige muito da voz, e de uma maneira diferente. Os movimentos do canto são sofisticados, precisos, e precisam ser controlados com perfeição. Para tanto, é necessária boa saúde vocal. Uma vez instalado o problema de voz e manifestadas as alterações – rouquidão constante, dor ou ardência na garganta, falta de ar ou cansaço ao falar, dificuldade para ser entendido, entre outras alterações –, o sujeito deve buscar um médico otorrinolaringologista, para realizar uma avaliação da laringe e um fonoaudiólogo, este é capaz de avaliar a voz, associar o diagnóstico do otorrino e tratar a alteração presente caso o problema seja decorrente do comportamento vocal inadequado. Durante o tratamento, algumas orientações sobre saúde vocal são fornecidas ao paciente com o intuito de promover mudanças em sua rotina. Exemplo é o próprio modo com que a pessoa está acostumada a falar, às vezes é importante ensiná-la a ter outro comportamento vocal. Muitas pessoas falam mal: com forte intensidade, gritando, tudo na garganta, com tensão. Dessa maneira, existe um acúmulo de esforço que prejudica a voz. A hidratação é um outro exemplo de orientação. Um organismo bem hidratado propicia maior lubrificação da laringe, resultando em menor esforço à fonação, isso vale para qualquer tipo de profissão que exige muito da voz, não só para cantores. O ideal é ingerir pelo menos dois litros de água ao longo do dia. O regime alimentar também é observado. Se mal balanceado, pode afetar a voz por causa da subida do suco gástrico para a laringe e a faringe, o chamado refluxo gastroesofágico. Quando ocorre, traz sintomas de laringite – rouquidão, pigarro, tosse seca, dor de garganta, entre outros. Deve-se evitar laticínios, chocolate, alimentos condimentados e gordurosos e café antes do uso profissional da voz. O fonoaudiólogo oferece ainda ao paciente exercícios para fortalecer a resistência vocal, que devem ser repetidos diariamente em casa. Cuidar de processos alérgicos também é essencial para que a voz se equilibre, por isso a importância o tratamento médico especializado.

 

 

 

 

Os cuidados com a Audição: O que é som e o que é ruído? Fisicamente não existe qualquer diferença entre o som e o ruído. O som é uma vibração que se propaga pelo ar em forma de ondas e que é percebida pelo ouvido humano. É uma sensação agradável em nível suportável e que não irrita. Quando o som não é desejado e incomoda pode ser chamado de ruído. O ruído está normalmente presente em todas as atividades humanas. Quando se avalia o impacto do ruído que ocorre durante o trabalho no bem-estar e saúde dos trabalhadores, o ruído é normalmente designado por ruído laboral ou ruído ocupacional. O som pode ser explicado por variações em maior o menor grau da pressão do ar, que provocam uma reposta sensitiva no sistema auditivo. A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), relacionada ao trabalho, é uma diminuição gradual da audição decorrente da exposição continuada em níveis elevados de pressão sonora. Além da intensidade do ruído outro fator que interfere é a duração da exposição. Quanto maior o tempo de exposição, maior a probabilidade de desenvolver problemas auditivos.

 

A perda auditiva induzida por ruído pode ocorrer em qualquer ambiente, portanto devemos tomar muito cuidado com sons altos, principalmente quando estamos sem proteção nas orelhas. Sons intensos, até mesmo de músicas, podem causar dano auditivo. O nível de pressão sonora (NPS) varia de acordo com o ambiente, por isso a acústica de um local é tão importante! De maneira geral, quanto mais fechado e menor o ambiente, menor deve ser a intensidade do som. O uso de fones de ouvido, ipod, mp3, celular, etc.; deve ser cauteloso porque o equipamento está diretamente em contato com a orelha desprotegida e a intensidade do som não é controlada. Nas fábricas, o ruído ocupacional muitas vezes é contínuo e tem alta intensidade, daí a necessidade de se respeitar as orientações dadas pelos técnicos de segurança do trabalho e supervisores quanto ao posicionamento em relação à máquina e o uso dos equipamentos de proteção individual auditivo- EPIs. Existem vários tipos de EPIs, cada um com sua função definida, específico para cada atividade. O importante é sempre colocá-lo adequadamente de forma que diminua o ruído do ambiente. Além do ruído, existem muitas doenças que causam a perda auditiva: Infecções, alterações metabólicas e vasculares, o envelhecimento... Além da avaliação médica clínica, exames complementares são utilizados para o diagnóstico, entre eles está a Audiometria, que fornece o nível de audição do paciente.

 

A limpeza da orelha deve ser realizada durante o banho, apenas o pavilhão auricular deve ser lavado, para secar utilizar apenas a toalha, não é recomendado o uso de cotonetes ou outro instrumento dentro do conduto auditivo externo, porque além de empurrar a “cera” mais para dentro, podem causar irritação na pele que envolve o conduto e até mesmo lesões no tímpano. O cerume serve para proteger as orelhas contra sujeira e bactérias contidas no ar. A sensação de orelha tapada pode ser causada por excesso de cerume, mas pode ser o sintoma de alterações auditivas mais complexas. Portanto, ao sentir diminuição da audição, zumbido ou qualquer outro desconforto nas orelhas, deve-se procurar imediatamente o otorrinolaringologista. Muitas vezes a intervenção médica precoce impede a perda auditiva permanente.

 

 

 

 

Veja também:

http://www.usp.br/espacoaberto/?materia=a-importancia-da-saude-vocal-para-profissionais

 

 

 

 

 

Roberta Cruz Figueiredo é Fonoaudióloga formada pela Universidade Católica de Petrópolis e Especialista em Voz pelo Núcleo de Estudos da Voz, Clinvoz, Niterói- RJ.

 

 

 

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