02.02.2015
Texto Básico: 2 Coríntios 10:1-13:14
Leituras Diárias:
Segunda Feira - Paulo reage perante as críticas – 2 Coríntios 10:1-11
Terça Feira - A ingenuidade dos coríntios – 2 Coríntios 10:12-11:6
Quarta Feira - A questão da remuneração – 2 Coríntios 11:7-15
Quinta Feira - A “conversa de louco” – 2 Coríntios 11:7-12:13
Sexta Feira - Paulo recusa-se a ser oneroso – 2 Coríntios 12:14-21
Sábado - Paulo anuncia Jesus – Atos 18:5-10
Domingo - Paulo perante as autoridades romanas – Atos 18:10-17
Reflexão:
Os capítulos 10 ao 13 são muito importantes na espiritualidade cristã, pois eles retratam vividamente a theologia crucis (teologia da cruz) e a theologia gloriae (teologia da glória). Este era o modo que Martinho Lutero distinguia entre o cristianismo e as corrupções medievais de sua época. Lutero acreditava que a igreja medieval seguia o caminho da glória ao invés do caminho da cruz.
Em outras palavras, o cristão da Idade Média queria um encontro direto com Deus, a nu – como Lutero podia dizer. Lutero sentia tão forte convicção a respeito da distinção entre essas teologias – a teologia da cruz e a teologia da glória – que declarou fortemente que somente aqueles que sustentam e ensinam a teologia da cruz merecem ser chamados de teólogos. A teologia da glória chega ao conhecimento de Deus através das obras divinas no âmbito da natureza. O misticismo, a especulação e os méritos encaixam-se nesta categoria, bem como o conceito triunfalista expressado por alguns carismáticos dos nossos dias que entendem que Deus se revela em intervenções dramáticas – visões, milagres, curas – e que a vida cristã é vivida numa constante alta espiritual. A teologia da cruz discorda firmemente deste ponto de vista.
No entendimento de Lutero, Deus quer ser conhecido e adorado com base em outro princípio. A teologia da glória entende que podemos conhecer a Deus imediatamente por suas expressões de poder, sabedoria e glória; a teologia da cruz ensina que conhecemos Deus tão somente no lugar onde ele se ocultou – na cruz, com os seus sofrimentos, todos eles considerados fraquezas e loucura pela teologia da glória. O perigo que a teologia da cruz vê na teologia da glória é que esta levará os cristãos a alguma forma de justiça pelas obras moralistas, à tendência de se tentar fazer uma barganha com Deus com base em realizações pessoais.
A teologia da cruz rejeita as realizações do próprio homem e deixa Deus fazer tudo para efetivar e preservar a salvação. Deus é conhecido e compreendido, não na for.a, mas na fraqueza, não numa demonstração impressionante de majestade e poder, mas na exibição de um amor que se dispõe a sofrer – a cruz de Cristo. Deus sempre é conhecido pelo homem através da cruz, e somente na cruz. Com profunda percepção teológica, Lutero disse: “Prega esta única coisa, a sabedoria da cruz”.
Fonte: Revista Exposição – Estudos para a Escola Bíblica – www.revistaexposicao.com.br