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Leitura Diária


04.04.2016

Breve Harmonia dos Evangelhos

 

 

Base Bíblica: Lucas 1:1-4

 

 

Os quatro primeiros livros do NT, Mateus, Marcos, Lucas e João, são chamados de “evangelhos”, que significa “boas notícias”. Os evangelhos são narrativas autênticas da história de Jesus Cristo e mostram pontos de vista distintos da vida e obra do Senhor. Foram escritos por autores diferentes, para públicos distintos, mas contêm mensagem única. Não há melhor ponto de partida para conhecer o cristianismo do que os quatro evangelhos.

 

1.    Composição

 

Os livros do NT estão organizados por grupos de afinidade, assim como o AT, e não em ordem cronológica. Por isso, embora os evangelhos sejam os primeiros livros do NT, não significa que são os mais antigos.

 

A princípio, como uma prática confiável, o cristianismo foi comunicado oralmente, assim como fez João Batista (Lc 3:1-20) e o próprio Senhor Jesus (Mt 5-7; Lc 24:27). Com o passar do tempo e com a expansão do cristianismo, houve necessidade de serem comunicados, por meio de textos escritos, princípios e doutrinas cristãs aos cristãos espalhados pelo mundo – surgiram as epístolas. À medida que os anos se passavam e a história de Cristo se distanciava cronologicamente, tornou-se necessário registrar a história para as gerações seguintes – surgiram os evangelhos. O Evangelho de Lucas, em 60 d.C.; e o Evangelho de Mateus, entre 60-70 d.C.Por fim, o Evangelho de João foi escrito entre 85-90 d.C.

 

2.    Aspecto Sinótico

 

Ao ler os evangelhos, um estudioso do NT pergunta: por que os três primeiros evangelhos – Mateus, Marcos e Lucas – são tão parecidos entre si? E por que o Evangelho de João é tão diferente dos demais? Mateus, Marcos e Lucas são denominados “evangelhos sinóticos”. A expressão é derivada do grego, que significa “ver junto” ou “sob a mesma visão”. A ideia expressa no termo é que o exame dos três primeiros evangelhos é mais eficaz quando estudados juntos.

 

Vejamos, em percentual, um quadro comparativo dos quatro evangelhos.

 

 

 

Pela tabela, vemos que o Evangelho de Marcos tem grande parte do seu conteúdo repetido nos demais evangelhos, enquanto o Evangelho de João é quase todo exclusivo. Até que ponto é possível saber se um evangelista usou material de outro evangelista? Será que Mateus conhecia o texto de Marcos e o usou no seu próprio evangelho? Lucas estaria mencionando Marcos ou Mateus como fonte de sua pesquisa, conforme Lucas 1:1-4?

 

2.1  Evangelho de Marcos Como Prioridade

 

É a teoria com maior aceitação entre os estudiosos, também conhecida como “prioridade de Marcos”. Como Marcos foi o primeiro evangelho a ser escrito, essa teoria propõe que Mateus e Lucas copiaram várias passagens de Marcos, mas também usaram outra fonte que Marcos desconhecia. Além dessa fonte, os evangelistas teriam fontes exclusivas, que justificariam o conteúdo único de cada evangelho. Isso explicaria as semelhanças e diferenças entre os sinóticos.

 

2.2  Conclusões

 

Nenhuma teoria é capaz de esclarecer totalmente o aspecto sinótico. Por essa razão, duas perspectivas são propostas para amenizar a possível tensão sinótica.

 

a.    Perspectiva da Independência: Cada um dos escritores dos evangelhos usou os materiais mais adequados ao seu propósito, instruídos pelo Espírito Santo.

b.    Perspectiva da Interdependência: Os escritores conheciam a história de Jesus pessoalmente ou por meio do que foi comunicado pelos apóstolos, instruídos pelo Espírito Santo.

 

Concluímos que os escritores dos evangelhos podem ter usado materiais escritos, inclusive outros evangelhos, segundo o propósito de Deus. Isso explica as similaridades entre os evangelhos. Mas também podem ter se valido de testemunhos e da tradição oral, o que explica as variações nas palavras entre um evangelho e outro.

 

O Evangelho de Marcos é considerado pela maioria dos estudiosos como o mais antigo entre os três. Isso porque sua narrativa é mais simples e ali não encontramos preocupação com a perseguição. Como Mateus e Lucas – perseguição que só ocorreu mis intensamente a partir da década de 60 da era cristã, quando os livros foram escritos. O evangelho de João foi o último a ser escrito e apresenta uma perspectiva diferente da vida de Cristo, complementando os demais evangelhos que João provavelmente já conhecia.

 

3.    Harmonia

 

Ao longo da história, vários estudiosos tentaram harmonizar os evangelhos. A primeira tentativa que se tem conhecimento é conhecida como diatessaron, que em grego significa “através dos quatro” e foi proposta por Tatiano, no segundo século da era cristã. Ele seguiu Mateus em relação ao ministério de Jesus; João, em relação à morte e ressurreição de Cristo; inserindo Marcos e Lucas nos pontos que julgou mais apropriados. Outro personagem que se propôs a harmonizar os evangelhos foi Agostinho de Hipona. Ele afirmou que, em algumas passagens paralelas, o vocabulário poderia variar, mas a idéia transmitida seria a mesma. No século XVI, João Calvino publicou, em latim, Uma Harmonia dos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Em língua portuguesa, temos Harmonia dos Evangelhos – NVI, de Robert Thomas e Stanley Gundry, publicado pela Editora Vida.

 

Harmonizar os evangelhos é um empreendimento extremamente válido, pois possibilita conhecimento mais profundo sobre a história de Jesus. Juntos os quatro evangelhos compõem um retrato claro da vida e do ministério terreno de Cristo.

 

A seguir veremos dois exemplos sintéticos de harmonização dos evangelhos.

 

3.1  Ministério de Jesus Cristo

 

 

 

3.2  Passagens presentes nos Quatro Evangelhos

 

 

Conclusão

 

Os quatro evangelhos narram a vida e a obra do Senhor Jesus. Cada um com um estilo e propósito diferente, mas comunicando sempre a mesma mensagem central – a salvação em Cristo. Estudar os evangelhos de maneira harmoniosa é buscar mais excelência no exame das Escrituras.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Revista Vida Cristã –Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

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