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Leitura Diária


01.08.2016

Obadias, Que Temeu Muito ao Senhor

 

 

Texto Básico: 1Reis 18.1-19

 

Texto Devocional: Salmo 115.1-18

 

Versículo-Chave: 1Reis 18.3:“Acabe chamou a Obadias, o mordomo. Obadias temia muito ao Senhor.”

 

Alvo da Lição: Mostrar o valor de uma vida de fidelidade ao Senhor mesmo enfrentando as pressões do povo incrédulo ao nosso redor.

 

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Obadias é mais uma escola pela qual Elias precisava passar. Porque a tendência de Elias era pensar em si como o único homem fiel perante o Senhor (veja 1Rs 19.10,14). E mais ainda, precisava aprender que alguém poderia conservar o temor do Senhor mesmo servindo a um rei perverso como Acabe (veja 1Rs 16.33).

 

Deus sempre tinha alguém do outro lado da “linha” no ministério de Elias. Quando o profeta foi para Querite, Deus havia falado aos corvos; quando foi a Sarepta, o Senhor já havia preparado a viúva. E agora, quando chega a hora de ele se reencontrar com Acabe, Obadias já estava preparando o terreno para o retorno do profeta. Isso nos ensina algo, pois pensar que somos os únicos em qualquer situação é um terrível engano. Um famoso pregador certa feita disse que Deus lhe havia dito que ele não poderia falhar, porque se falhasse, Deus não teria outro. Resultado: ele falhou, mas a obra de Deus continua sendo realizada.

 

I. O retorno de Elias

(1Rs 18.1-2)

 

Comparemos 1Reis 17.3, “Retira-te daqui”, com 1Reis 18.1, “Vai, apresenta-te a Acabe”! Essas duas palavras do Senhor a Elias demonstram claramente duas situações opostas. Na primeira, Deus ordena ao profeta se distanciar do rei perverso; na segunda, a ordem é para se aproximar de Acabe. Na primeira, a grande seca é predita; na segunda, a chuva vai voltar.

 

Não deve ter sido fácil para o profeta. Afinal, aos olhos de Acabe, só havia um responsável por toda aquela calamidade que estava acontecendo, Elias. Na mente de Acabe, o principal responsável pela falta de verde no campo, de frutos nas árvores, de pastagem para os animais, pelo solo rachado e improdutivo e por tantas mortes era o “perturbador de Israel” (1Rs 18.17). Quando deveria pensar que a verdadeira causa de tamanha calamidade era a idolatria.

 

Portanto, “apresenta-te a Acabe” era um desafio de vida ou morte para Elias. Todavia, o nosso profeta era obediente: “Partiu, pois, Elias a apresentar-se a Acabe” (1Rs 18.2).

 

II. Quem era esse Obadias?

(1Rs 18.3-6)

 

O nome “Obadias” quer dizer “Servo de Deus”. Um nome comum no Antigo Testamento. Esse Obadias não deve ser confundido com o profeta cujo livro leva o mesmo nome. Diz-nos o texto que Obadias era “mordomo” do rei Acabe. Isso significa que ele trabalhava diretamente com Acabe. Era o homem que providenciava alimento, roupas e alojamento para a família real, assim como para todos os servos e animais do palácio. Podemos dizer que era homem de confiança do rei. Por isso é que ele entra em cena. Acabe o chama para que percorram a terra a fim de encontrarem “erva, para que salvemos a vida aos cavalos e mulos e não percamos todos os animais” (1Rs 18.5).

 

Mas temos outra informação sobre Obadias. “temia muito ao Senhor” (1Rs[18.3). A prova disso foi o fato de esconder e alimentar cem profetas do Senhor, a fim de não serem mortos por Jezabel (1Rs 18.4). “Com a escassez de pão e água, não seria fácil que Obadias obtivesse o suficiente para sustentar cem profetas sem ser notado. Mas fez isso, embora pudesse ser descoberto a qualquer momento” (Petersen).

 

Você pode perguntar. “Como alguém consegue temer ao Senhor e, ao mesmo tempo, ser mordomo de um rei idólatra?” A resposta está na própria história bíblica. Isto é, da mesma forma como Noé foi homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos, que estavam dominados pela maldade (Gn 6.5,9); como José serviu a Faraó do Egito e foi reconhecido homem de Deus (Gn 41.37-45); e também da maneira que Daniel foi fiel ao Senhor no palácio de Nabucodonosor (Dn 1.8). Também havia cristãos na casa de César (Fp 4.22), a serviço do imperador de Roma, o mesmo que perseguia cristãos.

 

Onde nossa luz deve brilhar? É claro que deve ser nas trevas. “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.15).

 

III. O encontro de Elias com Obadias

(1Rs 18.7-16)

 

A primeira atitude de Obadias para com Elias foi de respeito. “Prostrou-se com o rosto em terra e disse. És tu meu senhor Elias?” (1Rs 18.7). Eles já se conheciam, mas para Obadias, o profeta Elias já estava morto havia muito tempo (1Rs 18.10). Para Obadias foi uma surpresa encontrar o profeta, mesmo porque ele estava procurando erva e não um homem.

 

A palavra de Elias foi um peso para Obadias. “Vai e dize a teu senhor. Eis que aí está Elias” (1Rs 18.8). E ele viu nessas palavras o anúncio de sua própria morte (1Rs 18.9). E de onde vinha esse medo? Obadias achava que o Espírito do Senhor poderia arrebatar Elias a qualquer momento para outro lugar (1Rs 18.12). Então, se ele dissesse a Acabe que Elias estava em tal lugar e, ao verificar, o profeta já não se encontrasse, o rei poderia ver nisso uma grande mentira; e Obadias pagaria com a própria vida.

 

Disse Elias. Tão certo como vive o Senhor dos Exércitos, perante cuja face estou, deveras, hoje, me apresentarei a ele” (1Rs 18.15). Essa palavra foi uma espécie de “juramento” por parte do profeta. Ele empenhou sua palavra fazendo uso do nome do Senhor. Obadias precisava dessa garantia. Mas aqui temos algo novo. É a primeira vez que Elias se refere a Deus como “Senhor dos Exércitos”. O que há por trás desse nome? No hebraico a expressão Jeová Sabaoth aparece 247 vezes no Antigo Testamento e apenas duas vezes no Novo Testamento (Rm[9.29; Tg 5.4), sendo que uma delas é citação direta de Isaías. Foi um nome muito usado por Isaías, Jeremias, Ageu, Zacarias e Malaquias, mas não é tão frequente nos primeiros livros do Antigo Testamento. Qual é a importância de dar destaque a esse nome divino nesta lição? Ele revela duas facetas importantíssimas do caráter de Deus.

 

1. Poder

 

Exércitos” se refere principalmente aos exércitos celestiais de anjos que servem ao Deus Todo-Poderoso. O salmo 24 menciona que Deus é “forte e poderoso... poderoso nas batalhas” (Sl 24.8,10). As frequentes guerras de Israel para conquistar Suas promessas e preservar o que foi conquistado fizeram com que uma verdade fosse revelada: “Um só homem dentre vós perseguirá mil, pois o Senhor , vosso Deus, é quem peleja por vós, como já vos prometeu” ( Js 23.10). Isso significa que Ele sempre foi o comandante supremo de todo poder militar em Israel. E mais, Ele entra na batalha, Ele está na batalha.

 

Você se lembra do que Davi disse a Golias? “Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens a(ontado” (1Sm 17.45). Em outras palavras, o segredo das vitórias de Israel nas batalhas sempre foi este: Seu Comandante é muito bom! Resumindo, Deus tem um exército, Ele comanda esse exército para pelejar no céu e na terra, em favor do Seu povo.

 

2. Santidade

 

A visão que Isaías teve de Deus no capítulo seis é mais que suficiente para a nossa segunda afirmativa. “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono... Serafins estavam por cima dele... E clamavam uns para os outros, dizendo. Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.1-3). Alguém já disse que a santidade de Deus é Seu principal atributo. Por isso, o Deus que nos protege é o mesmo que pede de nós santidade de vida (1Pe 1.16). É um desafio constante!

 

Elias, então, estava dizendo a Obadias estas duas verdades acerca do Deus que ambos serviam. Deus está nos guardando e nos protegendo com Seu exército; Ele é um Deus santo, por isso não posso mentir na presença Dele, pois estou “perante Sua face”. Não temas, Obadias, Elias não sumirá.

 

 

IV. Elias perante Acabe

(1Rs 18.17-19)

 

És tu, ó perturbador de Israel?” (1Rs 18.17) Que maneira mais estranha de tratar um profeta! Entretanto, como é Acabe, a gente entende! Afinal, o rei estava perante o homem que havia profetizado três anos de seca e fome. Há uma nota de rodapé na Bíblia Vida Nova para esse versículo que é formidável, e não podemos deixar de mencioná-la aqui. “O pecador nunca reconhece que é ele mesmo quem perturba o seu próprio íntimo, sua própria saúde, e seu próprio ambiente social. Sempre culpa quem lhe desperta a consciência. É por isso que a psicologia pagã, vendo as pessoas perturbadas por um senso de culpa, admite abolir toda a moralidade, julgando que com a ausência da lei moral o pecado jamais preocuparia, uma vez que o ilícito passaria a ser lícito. Mas sendo Deus justo e o homem pecador, tal inversão seria uma

aberração moral.”

 

Entretanto, a resposta de Elias no verso 18 mostra que ele fora preparado pelo Senhor para este memorável encontro. Porque ao invés de sentir medo e tremer, ele ousadamente retrucou. “Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins.”

 

Os baalins

 

Era o nome coletivo para Baal, que no paganismo de Canaã era considerado o deus das chuvas e do fogo. Havia santuários construídos para adorar esse “deus da fertilidade”. Essa adoração incluía os piores abusos sexuais e o sacrifício de crianças (veja Jr 19.5).

 

E quem foi a grande incentivadora do culto a Baal? Jezabel, a esposa do homem que está culpando o profeta pela calamidade em Israel.

 

A dimensão dessa terrível idolatria era tamanha que Elias, ao lançar o desafio, que será estudado na próxima lição, mencionou quatrocentos e cinquenta profetas de Baal (1Rs 18.19). É muita gente! Por aí podemos perceber a inZuência do paganismo em Israel e a necessidade de um castigo divino, e também a necessidade do desafio público e final de Elias aos “profetas do poste-ídolo que comem da mesa de Jezabel” (1Rs 18.19).

 

Conclusão

 

No palácio, Acabe convivia com Obadias, que temia muito ao Senhor, e com Jezabel, adoradora de Baal. Concluímos que desse rei poderia se dizer que ele “acendia uma vela para Deus e outra para o diabo”. Mas ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24). Deus não quer concorrente; mesmo porque não existe concorrente. Há um só Deus.

 

 

 

 

Fonte: Revista Vida Cristã –Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

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