26.06.2017
Texto Básico: Mateus 19:6
Versículo Chave: Mateus 19:6: “De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.”
Leituras Diárias:
Segunda Feira - Gênesis 1:26-28
Terça Feira - Gênesis 2:18-25
Quarta Feira - Deuteronômio 24:1-4
Quinta Feira - Deuteronômio 22:13-19
Sexta Feira - Mateus 19:3-6
Sábado - Mateus 19:7-10
Domingo - 1Coríntios 7:10-11
Reflexão:
Em Mateus 19:8, Jesus Cristo diz que Moisés “permitiu” o divórcio por causa da dureza do coração do povo. Isso quer dizer que Moisés não ordenou o divórcio como mandamento, mas regulamentou uma prática já existente entre o povo. Para entendermos o que envolve essa questão, vamos analisar os principais textos da Bíblia sobre o assunto.
Divórcio no Antigo Testamento
O assunto é tratado diretamente apenas na Lei de Moisés, na qual encontramos três textos principais.
Deuteronômio 24:1-4 – A maneira de entender esse texto é: Se aquilo que é dito nos versículos 1-3 acontecer, então se aplica a restrição do versículo 4. Isso significa que o divórcio era praticado, que algum tipo de contrato era dado à esposa rejeitada, e que ela então ficava livre para casar-se com quem quisesse.
Duas observações importantes sobre o texto:
Ele usa termos tão gerais sobre as razões para o divórcio, que nenhuma interpretação pormenorizada pode ser oferecida;
A passagem não trata de divórcio em geral, mas dá uma regulamentação para o novo casamento devido aos abusos ocorridos, sobretudo com as mulheres.
No entanto, há duas proibições para o divórcio na Lei Mosáica:
Deuteronômio 22:13-19 – o marido rejeitar a mulher difamando-a de não ser virgem, e depois ser provada a inocência dela;
Deuteronômio 22:28-29 – fornicação, quando solteiros têm relação sexual e depois não querem permanecer juntos.
Divórcio no Novo Testamento
A orientação de Jesus
Mateus 5:31-32 – No Sermão do Monte, Jesus confronta os religiosos sobre a prática de divórcio, quando havia repúdio deliberado do marido em relação à mulher. A questão principal era sobre os maus-tratos que as mulheres sofriam. As questões envolvidas são:
O marido deveria tratar dignamente sua mulher;
As razões para “repúdio/divórcio/deixar” eram “relações sexuais ilícitas”;
Essas razões tornavam adúltera a mulher;
Aquele que se casasse com essa mulher se tornaria adúltero.
Mateus 19:3-9 – Esse é o principal texto sobre o assunto.
A pergunta principal foi: “É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?” A resposta de Jesus foi: O casamento é ume instituição indissolúvel (v. 4-6). Jesus respondeu dizendo o que Deus pensa do casamento.
A segunda pergunta foi: “Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar?” (v.7). Jesus respondeu: Moisés não mandou, ele apenas permitiu por causa da dureza do coração dos homens; essa nunca foi a vontade de Deus (v.8). Moisés fez um concessão com respeito ao desígnio de Deus.
A orientação do apóstolo Paulo
Em 1Coríntios 7, Paulo responde a perguntas feitas pela igreja. Logo, esse capítulo não trata de todas as questões relacionadas ao casamento, mas das dúvidas da igreja sobre casamento. Outro fato importante a entender é que essas perguntas provavelmente nasceram por causa da influência do dualismo grego entre a carne e o espírito na compreensão da realidade. Para os coríntios, que eram gregos, a carne e a matéria eram más e o espírito era bom. Daí inquirirem se era espiritual casar-se, visto que se envolveriam fisicamente com alguém. Há três questões às quais o apóstolo responde.
Pode um casal crente divorciar-se em nome da espiritualidade, para ter uma vida mais piedosa diante de Deus (v. 10-11)? NÃO. Paulo ordena que não se separem um do outro. Ele repete o ensino de Jesus (Mt. 19).
Pode o cônjuge crente divorciar-se do cônjuge descrente quando ele não deseja a separação (v. 12-14)? NÃO. Paulo ordena que não se separe caso o descrente queira permanecer casado. O crente não deve separar-se alegando motivo de espiritualidade. Um salvo pode ser espiritual e servir a Deus mesmo tendo um cônjuge incrédulo. Paulo não está aprovando casamento misto. Ele apenas legisla sobre caso de pessoas que já estavam casadas quando foram convertidas ao cristianismo.
Pode um cônjuge descrente divorciar-se do crente (v.15)? SIM. O princípio que Paulo apresenta, nesses casos, é o de que o crente pode aceitar a separação. Ele esclarece que, em tais casos, não fica sujeito à servidão; não há motivo para insistir num casamento em que o outro cônjuge está determinado a divorciar-se.
Aplicação dos princípios bíblicos
Princípio bíblico para os casais
A pureza sexual é reservada para o leito conjugal (Hb 13:4). Todas as vezes que a Bíblia trata do assunto, há ênfase na preservação da pureza sexual no casamento.
Princípios bíblicos para a igreja lidar com pessoas que estejam enfrentando o divórcio
Manter o ensino fundamentado na palavra de Deus
É papel da igreja ensinar a verdade a uma “geração corrupta” (2Tm 3:1; 4:4-3; Fp 2:15-16)
Reeducar os divorciados e recasados
É papel da igreja reeducar biblicamente os divorciados e recasados quanto ao plano de Deus para o casamento, corrigir e auxiliar pessoas que estão lutando contra pecados (Gl 6:1-2), aconselhar e consolar pessoas que estão sofrendo por causa de pecados (1Ts 5:14).
Cuidar de pessoas
É papel da igreja cuidar pessoalmente das pessoas que estão enfrentando problemas conjugais, acompanhar e aconselhar pessoas em dificuldades (Hb 10:24-25) no âmbito matrimonial.
Princípios bíblicos para divorciados
Não perca sua confiança em Deus (Pv 3:5-8).
Se o relacionamento com Deus estiver abalado, restaure-o, pois Deus quer ajudá-lo (Pv 28:13; Is. 55:6).
Quando entendemos a declaração bíblica de que o casamento deve ser para toda a vida, percebemos as vantagens que ele oferece.
Seremos capazes de vencer os momentos de esfriamento do romantismo. As variações sofridas no relacionamento são compensadas pela disciplina em manifestar o amor ágape, aquele que Deus requer para o casamento.
Seremos capazes de fazer a aliança matrimonial funcionar, como resultado de nosso compromisso com Deus e com o próprio casamento.
Fonte: Revista Vida Cristã –Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br