04.02.2019

Discipulado e Missões

 

 

Texto Básico: João 15:1-11

 

Texto Devocional: João 8:31-32

 

Texto Chave: João 15:4: “Permanecerei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia	Texto
Segunda	João 8:31-32
Terça	Colossenses 2:1-7
Quarta	1Coríntios 16:13-14
Quinta	Hebreus 10:24-25
Sexta	Atos 2:42-47
Sábado	1Coríntios 15:58
Domingo	Filipenses 2:12-16

 

 

 Introdução  – A vida cristão é uma jornada incrível. John Bunyan a retratou perfeitamente em seu livro O Peregrino. Ele destaca a ideia de que a vida cristã não se resume à conversão, antes, começa com ela. Infelizmente, hoje em dia, a maioria das igrejas perdeu de vista esse processo, e muitos crentes se contentam simplesmente em ter dado o primeiro passo.

 

O recém-convertido é um recém-nascido, e como tal, precisa dos primeiros cuidados para o crescimento espiritual e a integração na igreja. O “ide” de Jesus só é completo com o “fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28:19). Ao mencionar “nações” junto ao discipulado, nosso Senhor está deixando claro o alcance e a importância do cumprimento dessa tarefa na obra missionária.

 

 

 I. O Que é Discipulado?.

 

“Discípulo é o aluno que aprende as palavras, os atos e o estilo de vida

de seu mestre, com a finalidade de ensinar a outros.”

Keith Phillips

 

Apresentamos a definição de Waylon Moore (integração segundo o Novo Testamento, JUERP) para discipulado.

 

“Discipulado é o processo de tornar criancinhas espirituais, educá-las e levá-las a um estado de

maturidade e adulta comunhão com Cristo e de serviço eficiente na igreja.”

 

Dividimos o conceito em partes e procurando entendê-lo melhor, será mais produtivo nosso aprendizado.

 

1. Discipulado é um Processo

Isso sugere uma caminhada, uma sucessão de acontecimentos e de fatos. Não é algo instantâneo ou imediato. Discipulado ão é uma boa aula, um episódio isolado. Envolve mais tempo, mais horas, mais dias, mais meses, mais esforço, mais gastos, mais compromissos… mais… mais…

 

2. Acolhe Criancinhas Espirituais

Ninguém nasce maduro, nem física ou espiritualmente. Crianças espirituais não são apenas os novos convertidos, também os que estão há anos na fé cristã, mas ainda estão se alimentando do leite (Hb 5:13).

 

3. Educa

Educar é mais que transmitir conhecimentos; é ensinar ao outro como aprender. Interessante notar que o verbo “educar” tem sua raiz no latim educare: “criar, amamentar”. Ma também significa “levar para fora”, no sentido de “conduzir de um estado a outro, modificar”. Diz-se que educação só acontece onde se consegue influenciar o curso da existência de alguém, onde se modela ou se molda a história de uma pessoa. Pergunte a si mesmo se o seu discipulado está fazendo isso, porque em 2Timóteo 3:16 o apóstolo afirmou que toda a Escritura é útil para educação na justiça.

 

4. Leva Crianças Espirituais a Um Estado de Maturidade

Maturidade é um conceito amplo e, muitas vezes, abstrato, Sabemos que maturidade vem do verbo “maturar” que significa “amadurecer”. Mas como se mede a maturidade de alguém? Vamos sugerir uma resposta e não a única resposta. Hebreus 5:14 sustenta que uma característica da maturidade cristã é a capacidade para “discernir tanto o bem quanto o mal” (NVI). Um discípulo de Cristo que não consegue distinguir o amargo do doce, o certo do errado, a luz das trevas, e o verdadeiro do falso, ainda não amadureceu.

 

5. Leva Crianças Espirituais a Uma Comunhão Adulta com Cristo

Esse era o principal alvo pessoal do apóstolo Paulo (Cl 1:28). Usamos “alvo pessoal” porque era o que ele buscava para si mesmo, e não para seu ministério ou igrejas. Eel confirma isso em Filipenses 3:8: “considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor: por amor do qual, perdi todas as coisas e as considero como refugo (“esterco” - NVI), para ganhar a Cristo”. Esse versículo também poderia ser traduzido assim: “Para mim, aquilo que tem mais valor, a verdadeira grandeza é conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor”. O alvo principal do discipulado deve ser este: levar o discípulo a uma íntima comunhão com o seu Mestre e Senhor. Não apenas encher a mente do discípulo de informações e referência bíblicas, mas do conhecimento da Pessoa de Jesus Cristo.

 

6. Leva Crianças Espirituais ao Serviço Eficiente na Igreja

Em 2Timóteo 3:17, está escrito que a Escritura é útil para aperfeiçoar e habilitar o homem de Deus para toda boa obra. O termo “perfeito” neste versículo fala do “estado de estar equipado para uma tarefa delegada”. Os filhos de Deus são chamados para crer e servir. E esse serviço, como todo outro, requer preparo, e o discipulado deve ser caminho que leva alguém ao serviço eficiente na igreja.

 

 

 II. A Base e o Alvo do Discipulado .

 

O Senhor Jesus quis que Seus discípulos soubessem que a vida cristã não se resumia à conversão. Em João 15:1-11, temos um precioso ensino de Jesus sobre a vida constante e frutífera. Vamos tirar algumas lições desse texto, e estudar outros que comprovam a importância do discipulado na obra missionária.

 

1. A Base do Discipulado é a Palavra de Deus

Toda videira precisa ser podada para que continue saudável, dando frutos, Nesse verso, lemos que quem realiza a poda é Deus (Jo 15:2), e o versículo 3 diz que quem limpa é a palavra de Jesus.

 

Deus deseja que frutifiquemos, que exibamos em nosso dia a dia o Seu caráter. Essa é uma das razões pelas quais Ele nos deixou a Bíblia. Ela tem ação eficaz na vida do crente e, consequentemente, na vida da igreja. A Bíblia:

 

a. orienta a respeito de como devemos pensar (Fp 4:8);

b. avalia as nossas intenções (Hb 4:12-13);

c. aponta os nossos pecados (Gl 5:19-21);

d. mostra o caminho correto (2Tm 3:16-17).

 

Deus usa Seu livro para instruir o cristão. Como disse Howard Hendricks: “Deus deixou a Sua palavra para nos transformar, e não somente para nos instruir”. A aprendizagem da Palavra deve nos levar a um processo positivo de transformação.

 

2. O Alvo do Discipulado é a Comunhão com Cristo

A primeira característica importante destacada por Jesus no texto básico desta lição está relacionada à vida de comunhão com Deus. Ele repete insistentemente um verbo, o que mostra onde está o ponto mais relevante desse Seu ensino. A condição para darmos frutos é bem simples: precisamos permanecer em Cristo. O verbo permanecer aparece 110 vezes no Novo Testamento, das quais 44 estão no evangelho de João, e dessas, 12 estão nessa passagem. Em outros textos, foi usado ara referir-se à moradia, de uma pessoa (Jo 1:38-39) ou mesmo à permanência em algum lugar por um determinado tempo (Jo 2:12).

 

No texto de João 15:1-11, Jesus repete várias vezes que devemos permanecer Nele (v. 2, 4, 5, 6, 7). Mas como fazer isso?

 

a. Permanecemos em Cristo por Meio das Escrituras

A palavra de Deus foi deixada para que conhecêssemos Deus e Sua vontade. Jesus afirmou que os discípulos seriam conhecidos por meio do relacionamento com a palavra de Deus (Jo 8:31-32). Permanecemos em Cristo por meio da obediência à Sua Palavra (Jo 14:21).

 

b. Permanecemos em Cristo por Meio da Igreja

A vida cristã completa tem igreja. O relacionamento entre os irmãos é o termômetro da comunhão com Deus (1Jo 4:20), além de servir de testemunho ao mundo (Jo 13:35). Na igreja local aprendemos de Cristo, desenvolvemos comunhão com os irmãos e somos mais bem preparados para o Dia do Senhor (Hb 10:24-25).

 

Portanto precisamos promover em nossa igreja um ambiente que facilite a comunhão entre os irmãos, que estimule os relacionamentos do corpo visando desenvolver a comunhão com Cristo. É nesse ambiente que ocorre o discipulado ideal.

 

3. O que é Comunhão?

É compartilhar o que somos e o que temos com o próximo. Mas, para que não fiquemos apenas numa visão “romântica”, o Novo Testamento nos apresenta vários mandamentos sobre coisas que devemos fazer e não fazer em relação aos outros.São os chamados “imperativos de mutualidade”, ou “mandamentos recíprocos”. Lowell Bailey fez uma excelente proposta em seu livro 25 segredos para derrotar a crise da comunhão (Editora Socep).

 

a. Os Discípulos Valorizaram Relacionamentos

* Amem-se uns aos outros – João 15:12; Romanos 12:10; 1 Pedro 4:8

* Aceitem-se uns aos outros – Romanos 15:7

* Sujeitem-se uns aos outros – Efésios 5:21

 

b. Os Discípulos Protegem o Corpo contra Poluição e Infecção

* Não tenham inveja uns dos outros – Gálatas 5:26

* Deixem de julgar uns aos outros – Mateus 7:1; Romanos 14:13

* Não falem mal uns dos outros – Tiago 4:11

 

c. Os Discípulos contribuem para o Crescimento Uns dos Outros

* Edifiquem-se uns aos outros – Romanos 14-19; 1Tessalanicensses 5:11;

* Ensinem uns aos outros – Colossenses 3:16

* Aconselhem-se uns aos outros – Romanos 15:14; Colossenses 3:16

 

d. Os Discípulos Servem Uns aos Outros

* Sirvam uns aos outros – Gálatas 5:13;

* Levem os fardos pesados uns dos outros – Gálatas 6:2;

* Sejam mutuamente hospitaleiros – I Pedro 4:9

 

Percebeu quanto podemos fazer ou deixar de fazer para edificar os outros!? Se você quer uma lista maior e se aprofundar no assunto, poderá comprar o livro citado ou a revista Adultos – Uns aos Outros, da Editora Cristã Evangélica.

 

 Conclusão  - Alguém já disse que se você não tiver tempo para perder com o novo convertido, perderá o novo convertido com o tempo. Juntamente com o evangelismo e a ação social, o discipulado é algo que só tem razão de ser quando traduzido em tarefa concreta. E se a pesquisa de Roland Leavell está correta, então temos a informar que “99% dos crentes nunca fazer discipulado”!

 

E você, está no grupo dos 99% ou no grupo de 1%?

 

 

 

 

 

Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br