11.02.2019
Texto Básico: Lucas 14:25-33
Texto Devocional: Mateus 28:18-20
Texto Chave: Lucas 14:33: “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.”
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Introdução – O discipulado é uma prática constante no Novo Testamento. A palavra “discípulo” aparece várias vezes nos evangelhos e significa aluno, aprendiz ou adepto. Todo ensinamento do Mestre consistia em dar um treinamento doutrinário maduro, prático e consistente aos Seus discípulos (Mateus 15:32-36).
Nesta lição vamos conhecer algumas condições para ser discípulo e conhecer sugestões de como praticar o discipulado.
I. O Preço do Discipulado .
(Lucas 14:25-33)
Discípulo é aquele que segue e imita seu mestre, aprende com ele e lhe obedece. O Novo Testamento revela que os seguidores de Cristo eram comumente chamados de discípulos; mais tarde é que foram chamados de cristãos (Atos 11:26).
É importante saber que para ser discípulo de Cristo certas condições precisam ser preenchidas perfeitamente, e esta foi uma tarefa do Mestre: levar aquele grupo de homens a entender plenamente o sentido das palavras “fazei discípulos de todas as nações”.
Muita gente acompanhava Jesus, mas nem todos eram Seus discípulos. Por isso, em Lucas 14:24-33, Jesus fez algumas exigências para aqueles que desejavam segui-Lo. Tais requisitos são necessários em nossos dias também. Em outras palavras, o verdadeiro discípulo precisa se conscientizar de alguns fatos.
1. Cristo está acima de qualquer relação humana
(Lucas 14:26)
Se o Senhor Jesus não é mais importante para nós do que os pais, a esposa, o esposo, os filhos, os irmãos, então não estamos em condições de segui-Lo. O que Jesus quis dizer nesse versículo é explicado em outra versão: “Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo (LUFE 114:26
2. O Preço do Discipulado é a Cruz
(Lucas 14:27)
O seguidor de Jesus deve negar a si mesmo (Lc 9:23). Os discípulos de Jesus viram o significado de carrega a cruz na vida do próprio Mestre (Mc 15:16-21). Levar a cruz significa aceitar a morte voluntariamente: a morte do orgulho e da vontade própria. “A verdadeira razão disto é que ninguém pode seguir a Jesus e, a qualquer tempo, voltar a fazer o que bem entende. Seguir a Jesus muito provavelmente implicará no sacrifício dos prazeres, dos hábitos, dos alvos e das ambições que se entrelaçaram e nossa via. Seguir a Jesus sempre implica neste ato de rendição – e a rendição nunca é fácil” (William Barclay).
3. Cristo está Acima de Interesses e Projetos Pessoais
(Lucas 14:28-33)
Ele se rende a Jesus incondicionalmente e O faz Senhor de sua vida. Jesus não quer discípulos que não tenham consciência dos compromissos assumidos. Os evangelhos relatam o que pessoas abandonaram a fim de seguir a Jesus (Lc 5:11; Mt 4:20,22; 19:27).
A Lição a ser aprendida aqui é clara: “Jesus não deseja seguidores que se precipitam para o discipulado sem pensar naquilo em que estão envolvidos. O homem que vem a Ele deve renunciar a tudo quanto tem” (Leon Morris).
II. A Importância do Discipulado .
1. Jesus como Discipulador
a. Ensino e Discipulado
Jesus Cristo sabia que tinha três anos de ministério (normalmente esse tempo é calculado com base nas três Páscoas mencionadas no evangelho de João durante o ministério de Jesus – Jo 2:13; 6:4; 11:55). Então, o que o senhor Jesus fez? David Kornfield responde: “Ele tinha um ministério público e um particular. No público, Ele ensinava as multidões; no particular, Ele fazia discípulos” (Ultrapassando Barreiras, vol. 2, p.72). Essa evidente divisão na filosofia do ministério de Jesus comprova a importância que Ele deu ao fazer discípulos.
b. O Coração da Grande Comissão
Em Mateus 28:18-20, quatro verbos se destacam: “Ir, fazer, batizar e ensinar”. Desses, no texto grego, somente um está no modo imperativo: “fazei”. Por isso é que muitos firmam que “fazei discípulos” é o coração da Grande Comissão.
2. O Discípulo e o Recém Nascido
Nasceu! E agora? Todos se alegram quando nasce um bebê. O mesmo acontece quando alguém se converte a Cristo. Mas quem vai cuidar do recém-convertido? Apresentamos três razões da importância dos primeiros cuidados com ele.
a. O Ambiente
Esquecemos que aquele que está entregando a vida nas mãos de Jesus mora em um lugar, convive com pessoas e, por isso, vai começar a enfrentar novos conflitos. Muitas vezes, no lar, o novo convertido vive um clima totalmente diferente do que encontra na igreja. A igreja é paz, enquanto o lar é só guerra; a igreja é quente, o lar é muito frio; a igreja é harmonia e amor, mas no lar só experimenta desavenças e ódio. Então, o discipulado chega com a proposta bíblica de paz e equilíbrio nos relacionamentos.
b. Os Falsos Conceitos
Alguns, ao abraçar a fé evangélica, têm em mente muitas ideologias, filosofias, conceitos e valores que precisam ser mudados, pois estão em choque com a palavra de Deus. Outros passaram por seitas, ou aprenderam formas erradas de como agradar a Deus. Você está disposto a ser usado por Deus para desobstruir o entendimento desses novos convertidos?
c. O Passado
Diversas pessoas chegam à igreja com marcas do passado. Feridas, traumas, decepções, abusos que deixaram profundos sinais e síndromes, os quais geram temores e inseguranças que bloqueiam o crescimento espiritual. Pode ter certeza de que, durante o processo de discipulado, todas essas coisas vão aparecer, vêm à superfície e precisam ser tratadas. Mas você pode dizer: “eu não me sinto capaz de tratar muitas dessas coisas”. Não se preocupe. Basta você encaminhar o caso ao pastor ou a um líder mais experiente da igreja. O importante é que Deus usou sua vida no processo de cura.
Ninguém se converte num vácuo, num vazio. Todos nós chegamos a Cristo trazendo uma herança social, física, mental, emocional e espiritual. Uns com mais, outros com menos problemas, mas todos trazem. E o discipulado é uma grande oportunidade para a Palavra e o Espírito de Deus produzirem saúde integral na vida do que está sendo discipulado. É preciso discipular! Sua igreja pratica o discipulado?
III. A Prática do Discipulado .
1. Quem Pode Ser um Discipulador?
Somente quem já é um discípulo de Cristo. Quer ter certeza de que você é um discípulo de Jesus Cristo? Dentre muitas coisas, Keith Philips (A formação de um discípulo, Editora Vida) afirma que o discípulo tem as seguintes marcas: (1) obediência a Deus, (2) submissão à Sua vontade, (3) desejo de conhecer intimamente a Deus, (4) fidelidade nos compromissos, (5) amor e preocupação com os outros, (6) tempo diário de oração, (7) busca do reino de Deus em primeiro lugar.
2. Que é Discipular?
O pastor Daniel da Silva sugere cinco respostas para essa pergunta.
Discipular é ensinar a obedecer (Mt 28:19); é estar presente (Jo 21:1-5); é crer (Jo 21:6-14); é falar verdade em amor (Jo 21:15-17); é lançar alguém para o futuro (Jo 21:18-24).
3. Como Iniciar o Discipulado?
Disponha-se a fazê-lo.
Acredite que você mesmo pode fazê-lo, após receber treinamento adequado.
Procure material adequado. Há excelentes livros ou apostilas que podem ser usados.
No Guia do Professor já sugestões.
Converse com seu professor.
Ore pedindo que Deus lhe dê um ou dois discípulos.
Seja sensível à voa do Espírito
Estabeleça local e horário definido.
Cumpra o combinado.
Deixe-se gastar em prol do discípulo (2Co 12:15)
4. Qual é o Tempo dom Discipulado?
No mínimo um ano, e uma vez por semana. Como o encontro é entre você e uma ou mais pessoa, a mobilidade e a flexibilidade são maiores, todavia procure ter disciplina quanto aos horários e dias. Discipulador que não cumpre seus compromissos marcados não adquire autoridade perante seus discipulandos. E, sem autoridade, você vai ensinar o quê?
a. Permanecemos em Cristo por Meio das Escrituras
A palavra de Deus foi deixada para que conhecêssemos Deus e Sua vontade. Jesus afirmou que os discípulos seriam conhecidos por meio do relacionamento com a palavra de Deus (Jo 8:31-32). Permanecemos em Cristo por meio da obediência à Sua Palavra (Jo 14:21).
b. Permanecemos em Cristo por Meio da Igreja
A vida cristã completa tem igreja. O relacionamento entre os irmãos é o termômetro da comunhão com Deus (1Jo 4:20), além de servir de testemunho ao mundo (Jo 13:35). Na igreja local aprendemos de Cristo, desenvolvemos comunhão com os irmãos e somos mais bem preparados para o Dia do Senhor (Hb 10:24-25).
Portanto precisamos promover em nossa igreja um ambiente que facilite a comunhão entre os irmãos, que estimule os relacionamentos do corpo visando desenvolver a comunhão com Cristo. É nesse ambiente que ocorre o discipulado ideal.
3. O que é Comunhão?
É compartilhar o que somos e o que temos com o próximo. Mas, para que não fiquemos apenas numa visão “romântica”, o Novo Testamento nos apresenta vários mandamentos sobre coisas que devemos fazer e não fazer em relação aos outros.São os chamados “imperativos de mutualidade”, ou “mandamentos recíprocos”. Lowell Bailey fez uma excelente proposta em seu livro 25 segredos para derrotar a crise da comunhão (Editora Socep).
a. Os Discípulos Valorizaram Relacionamentos
* Amem-se uns aos outros – João 15:12; Romanos 12:10; 1 Pedro 4:8
* Aceitem-se uns aos outros – Romanos 15:7
* Sujeitem-se uns aos outros – Efésios 5:21
b. Os Discípulos Protegem o Corpo contra Poluição e Infecção
* Não tenham inveja uns dos outros – Gálatas 5:26
* Deixem de julgar uns aos outros – Mateus 7:1; Romanos 14:13
* Não falem mal uns dos outros – Tiago 4:11
c. Os Discípulos contribuem para o Crescimento Uns dos Outros
* Edifiquem-se uns aos outros – Romanos 14-19; 1Tessalanicensses 5:11;
* Ensinem uns aos outros – Colossenses 3:16
* Aconselhem-se uns aos outros – Romanos 15:14; Colossenses 3:16
d. Os Discípulos Servem Uns aos Outros
* Sirvam uns aos outros – Gálatas 5:13;
* Levem os fardos pesados uns dos outros – Gálatas 6:2;
* Sejam mutuamente hospitaleiros – I Pedro 4:9
Percebeu quanto podemos fazer ou deixar de fazer para edificar os outros!? Se você quer uma lista maior e se aprofundar no assunto, poderá comprar o livro citado ou a revista Adultos – Uns aos Outros, da Editora Cristã Evangélica.
Conclusão - “O discipulado é uma relação comprometida e pessoal em que um discípulo mais maduro ajuda outros discípulos de Jesus Cristo a se aproximarem mais Dele e assim se reproduzirem” (Kornfield). Se você entendeu cada palavra dessa definição, se um discipulador!
Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br