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Leitura Diária


15.07.2019

A Motivação de Jeremias

Drª Joyce Elizabeth W. Every-Clayton

 

 

Texto Básico: Jeremias 2; 3

 

Texto Devocional: Jeremias 3:14-18

 

Texto Chave: Jeremias 2:13: “Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

Segunda

  2Reis 22:1-7

Terça

  2Reis 23:21-30

Quarta

  Jeremias 25:1-14

Quinta

  Oséias 6:1-11

Sexta

  Jeremias 2:1-13

Sábado

  Jeremias 3:14-23

Domingo

  Hebreus 1:5-24

 

 

Os capítulos 2 e 3 de Jeremias descrevem a condição espiritual do povo de Deus conforme mensagens pregadas pelo profeta: "veio a palavra do SENHOR, dizendo: Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém" (Jr 2.1-2). O desejo ardente do pregador era que o povo se arrependesse de seus pecados: "Convertei-vos, ó filhos rebeldes, diz o SENHOR" (Jr 3.14). Para entendermos que pecados eram esses, é preciso examinar o que vinha acontecendo no cenário nacional.

 

 

I. Os Reinos do Norte e do Sul

 

O reino do Norte, Israel, foi invadido pelos exércitos assírios e sua principal cidade Samaria, capturada em 722 a.C.: “eu despedi a pérfida Israel e lhe dei carta de divórcio” (Jr 3:8), disse Deus, Foi o início do exílio, no qual o reino do Norte deixou para sempre a terra Prometida. “Tal sucedeu porque os filhos de Israel pecaram contra o Senhor, seu Deus” (2Rs 17:7).

 

Para o alívio de todos, Judá, o reino do Sul, escapou em 722 a.C.; mas se tornou estado vassalo da Assíria (2Rs 16:7-20). E, pior ainda, passou a assimilar toda a maneira de ser dos vizinhos poderosos. Os reis Manassés e Amom (2Rs 21) eram fiéis seguidores dos deuses dos assírios, a ponto de o filho de Amom, Josias, reconhecer a necessidade de uma reforma total da vida religiosa de Judá. Josias, sim, “fez… o que era reto perante o Senhor” (2Rs 22:2), e a descrição da ampla reforma promovida por ele se encontra em 2 Reis 22:1-23:27.

 

Enquanto isso, o cenário da política internacional foi mudando e, passado o tempo de domínio político dos assírios, surgiu o próximo ator no palco da política internacional, a Babilônia, que tornou Nínive, capital da Assíria, em 612 a.C. Observem o que aconteceu no livro de Naum. O medo foi geral, e até o Egito se assustou, decidindo atacar o novo invasor em 609 a.C. Josias, por sua vez, decidiu atacar o Egito (2Rs 23.29) e morreu na batalha; assim, Judá passou a pertencer ao Egito, mas só até 605 a.C., quando este foi conquistado pela Babilônia. Batalhas e mais batalhas. Finalmente Jerusalém, capital de Judá, foi invadida e destruída em 587 a.C. (2Rs 24.20-25.21).


A pregação de Jeremias visava nada menos que alertar Judá da possibilidade de tudo isso acontecer, caso o povo não abandonasse por completo os caminhos pecaminosos: "Disse mais o Senhor nos dias do rei Josias: Viste o que fez a pérfida Israel?... Eu pensei que ela voltaria para mim, mas não voltou. A sua pérfida irmã Judá viu isto" (Jr 3.6-7). A ameaça de Jeremias 4.4: "para que o meu furor não saia como fogo" - e a predição de 4.16: "de uma terra longínqua vêm sitiadores", faziam parte da pregação do profeta.

 

 

II. A Tristeza de Deus


Em tudo, porém, a ênfase do profeta recaía sobre as causas espirituais da desgraça nacional.

1. Que absurdo!

 (Jr 2.1-3) 


Parece que o próprio Deus está exclamando. Afinal, nós também ficamos chocados quando certos casamentos aparentemente perfeitos terminam. E a linguagem de casamento predomina aqui. No início de sua caminhada com Deus, Israel amava o SENHOR e era tida como a menina dos Seus olhos. Mas, aos poucos, foi preferindo o caminho da infidelidade, afastando-se de Deus e correndo atrás de ídolos. Observem o livro do profeta Oseias.


2. Eu Não Mereço Isso!

 (Jr 2.4-13) 


Observe em Jeremias 2.9-13 a tristeza de Deus pela ingratidão de Israel. Afinal, Ele havia feito tudo - salvou o povo da miséria que era a escravidão no Egito (Jr 2.6) e o colocou na Terra Prometida (Jr 2:7). e o povo foi atrás, trocando “a sua glória por aquilo que é de nenhum proveito” (Jr 2:11). Que escolha absurda!

 

3. Não Entre Nessa, Judá!

 (Jr 2:13-19) 

 

Imitar Israel seria como entrar numa canoa furada. Ir aos grandes, ao Egito ou à Assíria, em busca de ajuda era perda de tempo; melhor seria “o manancial de águas vivas” (Jr 2:13) do que as águas de grandes rios como o Nilo e Eufrates (Jr 2:18). Mas o povo de Deus, complexo como nós, disse “não” a Deus e colheu consequências amargas (Jr 2:14-17). “Acaso, tudo isto não te sucedeu por haveres deixado o Senhor, teu Deus, quando te guiava pelo caminho?” (Jr 2:17). Jeremias dá uma lição de importância espiritual permanente: "Sabe, pois, e vê que mau e quão amargo é deixares o Senhor, teu Deus, e não teres temor de mim, diz o Senhor" (Jr 2.19).

 

 

III. Judá Disse “Não” a Deus

 (Jr 2.20.37) 

 

Este trecho nos dá detalhes sobre a infidelidade do povo eleito e, ao mesmo tempo, realça novamente a tristeza de Deus.

 

1. Examine, por exemplo, as indagações de Deus:

 

a. “Como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, como de vide brava?” (Jr 2:21);

b.
“como pode dizer: não estou maculada, não andei após os baalins?” (Jr 2:23);

 

c. “Onde, pois, estão os teus deuses, que para ti fizeste?” (Jr. 2:28);

 

d. “Por que contendeis comigo?” (Jr 2:29);

 

e. “Que mudar leviano é esse dos teus caminhos?” (Jr 2:36).

 

2. As atitudes do povo são vistas em frases como:

 

a. "dizias tu: Não quero servir-te" (Jr 2.20);

 

b. "meu povo se esqueceu de mim" (Jr 2.32);

 

c. “dizem a um pedaço de madeira: Tu és meu pai... Tu me geraste” (Jr 2.27);

 

d. "Ainda dizes: Estou inocente” (Jr 2.35).


Enfim, esse trecho insiste que infidelidade a Deus é pecado gravíssimo - afinal, os outros deuses nada valem (Jr 2.28)!

 

 

IV. Deus Não Desistiu de Seu Povo

 (Jr 3) 


As consequências da desobediência são explicitadas no capítulo 3:

 

1. "foram retiradas as chuvas" (Jr 3.3);

 

2. "pelo ruidoso da sua prostituição, poluiu ela a terra'”(Jr 3.9);

 

3. “Mas a coisa vergonhosa [Baal] devorou o labor de nossos pais... as suas ovelhas e o seu gado, os seus filhos e as suas filhas" (Jr 3.24).


Ao mesmo tempo, este capítulo introduz o grande tema do livro – o apelo gracioso de Deus ao Seu povo, para que Seu povo volte para Ele: “torna para mim” (Jr 3.1 cf Jr 3.12,22); “reconhece a tua iniquidade" (Jr 3.13); "convertei-vos” (Jr 3:14).


No período da reforma promovida por Josias, Judá parecia ter aprendido daquilo que havia acontecido com Israel e parecia que dava ouvidos à voz de Deus. Porém, disse o Senhor: “não voltou de todo o coração para mim… mas fingidamente… A pérfida Israel se mostrou mais justa do que a falsa Judá” (Jr 3:10-11).

 

Verdade seja dita, os pecados citados nos capítulos 2 e 3 aparecem com certa frequência em todo o livro de Jeremias. Por exemplo, aparecem no capítulo 6 de Jeremias, além do desgosto pela palavra do Senhor (Jr 6:10), a ganância (Jr 6:13), a falsidade (Jr 6:13), a religiosidade oca (Jr 6:20) e a pregação superficial por parte dos líderes (Jr 6:14). A consequência é sempre a mesma: um aviso solene da parte de Deus acerca da chegada inevitável do invasor (Jr 6.22-26).

 

 

V. Um pregador que não desistiu da esperança

 (Jr 3.15-18) 


A passagem de Jeremias 3.15-18 está repleta de esperança para Judá.

 

1. Um futuro com bons líderes (Jr 3.:15)

 

2. A população crescendo na Terra Prometida (Jr 3 •I6)

 

3. O povo tão cheio de fé que nem precisava do simbolismo todo representado na arca da Aliança (Jr 3.16).

 

4. Jerusalém como centro de adoração das nações (jr 3.17).

 

5. O povo de Deus novamente unido (Jr 3.18).


São de fato esperanças messiânicas voltadas para um futuro ainda distante na época de Jeremias. Contudo, a fé do profeta era tanta que, mesmo quando o exército inimigo cercava Jerusalém para destruí-la (jr 32), ele não vacilou: "Hananel… e disse: Compra agora o meu campo que está em Anatote, na terra de Benjamim... Então entendi que isto era a palavra do Senhor... Comprei, pois... o campo" (Jr 32.8-9). Um investimento arriscado demais? Loucura? Estanha mordomia? Ou meramente fé no Deus que promete: “Sou compassivo… e não manterei para sempre a minha ira” (Jr 3:12); “Eu curarei as vossas rebeliões” (Jr 3:22).



Conclusão

A situação do povo de Judá no período de Jeremias era realmente crítica. E hoje? Em certo sentido, não é menos crítica. Os capítulos estudados nesta lição nos ajudam a entender a gravidade do pecado, como Deus enxerga nossas rebeldias e, acima de tudo, a grandeza do persistente amor do Senhor para com Seu povo escolhido. Verdades pregadas tão bem, uns 600 anos antes de Jesus nascer. E quanto a nós, que conhecemos pessoalmente o Messias a respeito de quem Jeremias falava pela fé? Como precisamos divulgar essas preciosíssimas verdades em nossos dias!


 

 

 

 

Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

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