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Leitura Diária


22.07.2019

O Apelo de Deus

Pr. Glenn Thomas Every-Clayton

 

 

Texto Básico: Jeremias 26:1-24; 7:1-15

 

Texto Devocional: Mateus 21:9-16

 

Texto Chave: Jeremias 7:3: “Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e eu vos farei habitar neste lugar.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

Segunda

 1Reis 8:46-51

Terça 

 2Reis 19:1-7, 14-37

Quarta

 2Reis 22:8-20

Quinta

 Salmos 78:55-72

Sexta

 1Samuel 4:1-11

Sábado

 Jeremias 22:10-17

Domingo

 Atos 12:1-11

 

 

A reforma promulgada pelo rei Josias recebeu forte impulso quando o Livro da Lei foi encontrado no templo (2(Rs 22:8-13). Na lei estava escrito que o povo devia cultuar a Deus no templo, em Jerusalém (Dt 12:13-14). Por isso, Josias fechou os santuários locais em outras partes da terra (2Rs 23:5,8,15,19) e concentrou todo o culto na capital, Jerusalém. O templo do Senhor tornou-se o ponto central da vida religiosa do povo.


Mas no ano 609 a.C. o piedoso rei Josias foi morto em batalha pelo Faraó Neco, rei do Egito, fato que marcou o começo do processo de destruição da nação de Judá. Jeocaz (chamado de Salum em Jeremias 22:11) assumiu o reinado de Judá, mas passou somente três meses no trono. Depois. Neco o destituiu e colocou outro filho de Josias no seu lugar: Jeoaquim, que reinaria por 11 anos.


Que rumo o novo rei seguiria? Continuaria as reformas do seu pai, procurando levar o povo de volta à Lei do Senhor? Jeremias logo percebeu que a tendência era outra. E, no momento de crise, “no princípio do reinado de Jeoaquim” (Jr 26.1), Deus enviou Jeremias com uma mensagem que podia fazer toda a diferença.

 

I O Apelo

       (Jr 26.1.3)  

 

Como sacerdote, Jeremias se sentia em casa quando estava no átrio do templo, para onde se dirigia gente de “todas as cidades de Judá” (Jr 26:2) a fim de adorar ao Senhor. A influência da reforma de Josias estava presente e, por ocasião de uma das grandes festas anuais que se celebrava em Jerusalém, muita gente ouviria a mensagem do Senhor, entregue com fidelidade por Jeremias: "não omitas nem uma palavra sequer" (Jr 26.2).


Jeremias devia falar não só com fidelidade, mas com esperança: "Bem pode ser que ouçam [isto é, que escutem, que prestem atenção] e se convertam, cada um do seu mau caminho" (Jr 26.3). Claro que não se tratava de incerteza da parte de Deus, que sabe todas as coisas do início até o fim e sabia quantos (ou quão poucos) se arrependeriam. Deus usa aqui, por assim dizer, uma linguagem pessoal ao homem, como também o faz na segunda parte do versículo: "então, me arrependerei". Sobre a expressão de Deus "me arrependerei" vamos pensar mais adiante, na lição oito.

 

Observe que o apelo é individual: "cada um" (cf. At 2.38; 3.26) e é universal - todos estão seguindo por maus caminhos; todos precisam converter-se para escaparem do castigo que está por vir "por causa da maldade de suas ações" (Jr 26.3).


A mensagem aparece de forma resumida em Jeremias 26.4-6 e, de forma mais completa, em Jeremias 7.1-15, que parece referir-se à mesma ocasião.

 

 

II. A mensagem

        (Jr 7.1-15)  

 

1. Apelo à consciência

        (Jr 7.3-8)  

A mensagem começa com uma promessa positiva: "eu vos farei habitar neste lugar” (Jr 7.3). Mas a promessa tem uma condição: o arrependimento do povo - “se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas obras" (jr 7.5, çf.Jr 7.3). Deviam deixar os pecados, a opressão, a violência e a idolatria (jr 7.6), pois, apesar das reformas de Josias, o povo ainda seguia caminhos tortuosos (Jr2.23,36; 3.21).


Assim Deus teve que intervir novamente no que se refere ao arrependimento do povo: "Não confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR e este” (Jr 7.4). Palavras falsas?! Mas se tratava do templo do Senhor! O povo estava no lugar certo, dizendo palavras bonitas, mas havia, porém, algo errado. Por mais belo que fosse o culto, havia algo errado no coração do povo. "Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada vos aproveitam” (Jr 7:8). Eles confiavam na religião, em vez de confiar no Senhor.

 

2. Apelo à razão

        (Jr 7.9-11)  

Afinal, que sentido faz prestar um belo culto no domingo, se você passou a semana desobedecendo aos mandamentos de Deus? No versículo 10 o povo proclamou a sua própria salvação. E veio a resposta de Deus: que "salvação" é essa, que libera pecado? Eles pensavam, como alguns ouvintes de Paulo, séculos depois, que o perdão gracioso de Deus implicava licença para pecar (Rm 5.20; 6.1). O templo era a "casa que se chama pelo meu nome" (Jr 7.11), o lugar designado por Deus, onde o pecador arrependido podia se voltar para Ele e receber o Seu perdão (iRs 8.33-34). Quem premedita pecar, já com a perspectiva de pedir perdão a Deus, está transformando em libertinagem a graça poderosa de Deus (Jd 4) e fazendo do santuário do Senhor um “covil de salteadores".

 

3. Apelo à história

        (Jr 7.12-15)  

Os ouvintes de Jeremias bem poderiam ter argumentado: "Mas Jerusalém é a 'cidade de Deus’ que jamais será abalada” (Sl 46.4-5). Não está escrito que o Senhor ‘escolheu, antes, a tribo de Judá o monte Sião, que ele amava. E construiu o seu santuário durável como os céus e firme, como a terra que fundou para sempre’? (SI 78.68-69). Lembre-se da história, Jeremias! Quando a Assíria atacou Jerusalém, nos dias do rei Ezequias, e parecia que a cidade seria tomada, recorde como o Senhor mandou Seu anjo e matou 185.000 soldados assírios numa só noite! (2Rs 19.35) Deus é fiel! Ele não pode permitir a destruição da Sua casa!


Jeremias, por sua vez, argumentaria: "Jerusalém não foi o primeiro santuário do Senhor. Primeiro foi Siló, foi ali que as doze tribos se reuniram para repartir a Terra Prometida entre si (Js 18.1-10). Ali esteve o templo onde Samuel ministrou (1Sm 1:3; 3:21). E o que aconteceu a Siló? Quando Israel se rebelou e caiu na idolatria, Deus ‘abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda de sua morada entre os homens, e passou a arca de sua força ao cativeiro’ (Sl 78:60-61). Olhem agora! Só há ruínas onde havia o primeiro templo. E Deus fará a mesma coisa se vocês não se arrependerem.”

 

 

III A Reação ao Apelo

        (Jr 26.7-19)  

 

1. Os Profissionais da Religião

        (Jr 26.7-11)  

"Serás morto" (Jr 26.8). Essa foi a reação dos sacerdotes, os responsáveis pelo culto no templo. Criam que Jeremias, como sacerdote, também devia dar todo apoio à religião organizada. Consideraram Jeremias um grande traidor.


Essa também foi a reação dos profetas falsos que só falavam palavras agradáveis aos ouvidos do povo: "Paz, paz" (Jr 6.14; 8.11). Queriam que Jeremias, como profeta, também concordasse com a interpretação deles. E “todo o povo" segue a orientação dos seus líderes. Era Jeremias contra o mundo! Logo foi constituído um tribunal para ouvir o caso e homologar a pena de morte (Jr 26.10-11).

 

2. A Defesa de Jeremias

        (Jr 26.12-15)  

A resposta que salvou a vida de Jeremias começou e terminou com a mesma declaração: "O SENHOR me enviou” (Jr 26.12,15). Foi a plena convicção de sua comissão divina que deu ao profeta aquela coragem indomável. Ele reconheceu que sua fidelidade poderia custar-lhe ávida, mas advertiu que, se fosse morto, o povo sofreria o juízo (Jr 26.14-15). Falou com autoridade e esperança divina. O povo tinha ouvido a sua mensagem pela metade: "Será como Siló esta casa, e esta cidade, desolada e sem habitantes" (Jr 26.9), sem prestar atenção à outra metade: "Se não me derdes ouvidos para andardes na minha lei, que pus diante de vós" (Jr 26.4). Deus avisou sobre o juízo e orientou o povo ao arrependimento (Jr 26.13).

 

3. Os Príncipes

        (Jr 26.16-19)  

O tribunal respeitou a convicção do profeta. E havia alguns “anciãos da terra” (Jr 26.17) - leigos, diríamos - que conheciam a palavra de Deus melhor do que os religiosos. Recordaram a profecia de Miqueias 3.12 e de como ela surtiu efeito na época. O livramento de Jerusalém nos dias do rei Ezequias foi uma resposta de Deus ao arrependimento real.


4. O Povo

        (Jr 26.8-9,11-12,16)  

E aqueles que não conheciam a Bíblia? Veja como agiu “todo o povo" no episódio. De início, seguiram os sacerdotes e profetas contra Jeremias (Jr 26.8-9). Depois, ficaram ouvindo os dois lados (Jr 26.11-12). E acabaram seguindo os príncipes em favor de Jeremias (Jr 26:16). Reveja o que Paulo disse sobre o crente sem maturidade: “não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina” (Ef 4:14).

 

 

IV. Em tempo

        (Jr 26.20-24)  


O final do capítulo 26 mostra que a libertação de Jeremias não serve de garantia para todo aquele que fala em nome de Deus. O profeta Urias é um exemplo de alguém que pagou o preço maior. Foi assassinado por ordem de Jeoaquim.


Aicão pode ser o herói esquecido nesta história. Era filho de Safa, o escrivão do rei Josias. Foi Safa quem leu o livro da lei a Josias, cerca de 13 anos antes. Aicão acompanhou seu pai como parte da comitiva que foi à profetisa Hulda para consultar o Senhor (2Rs 22.12-14). Na geração seguinte, Gedalias, filho de Aicão, se tornaria governador de Israel após a conquista de Nabucodonosor (2Rs 25.22).


Deus tem Seus servos fiéis em toda parte. E Deus tem Suas razões ao livraram e não outro (cf. At 12.1-11).



Conclusão

O episódio foi típico no ministério de Jeremias e de muitos outros profetas. Entregou com esperança e com fidelidade o apelo do Senhor. Enfrentou com coragem a oposição despertada pela exposição d apalavra de Deus. Deixou com Deus as consequências.


 

 

 

 

Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

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