TV PIBCI

Leitura Diária


26.08.2019

Vaso nas Mãos do Oleiro

Pr. Glenn Thomas Every-Clayton

 

 

Texto Básico: Jeremias 18:1-20:13

 

Texto Devocional: Ezequiel 18:20-32

 

Texto Chave: Jeremias 18:6: “Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o Senhor; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

Segunda

 Gênesis 2:4-7

Terça

 Isaías 29:13-19

Quarta

 Isaías 45:8-13

Quinta

 Romanos 9:19-24

Sexta

 Jonas 3:1-10

Sábado

 1Samuel 2:27-36

Domingo

 Deuteronômio 30:15-20

 

 

Um dos episódios mais conhecidos da vida de Jeremias é sua visita à casa do oleiro. Porém, muitos entendem mal a lição que Jeremias ali aprendeu.

 

 

I. Deus é o Oleiro

       (Jr 18)   

 

A figura de Deus como oleiro aparece bem cedo na Bíblia: “Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra” (Gn 2:7). No original a palavra “oleiro” pode ser traduzida ao pé da letra como “formador”. Refere-se ao aspecto mais íntimo do ato criativo de Deus trabalhando com os dedos, plasmando o barro como artista. Foi exatamente essa a primeira palavra que Jeremias ouviu: “Antes que tu te formasse no ventre materno” (Jr 1:5).

 

1. Deus é Soberano

É fácil entender que a figura do oleiro frisa a soberania de Deus. O apóstolo Paulo usa a mesma linguagem ao tratar da soberania de Deus na salvação dos pecadores: “Porventura pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro para desonra?” (Rm 9:20-21). O mesmo exemplo pode ser visto em Isaías (Is 29:16; 45:9).

 

2. Deus quer um Vaso de Qualidade

Jeremias aprendeu uma grande lição: “Como o vaso, que o oleiro fazia de barro, se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu” (Jr 18:4). Ele via o barro tomando forma de vaso, levantando-se entre os dedos habilidosos do oleiro quando, de repente, sumiu o vaso e voltou a ser apenas uma massa de barro. O que houve? Possivelmente, os dedos do oleiro esbarraram numa pedrinha escondida no barro. Então o oleiro recomeçou a obra, fazendo “outro vaso”. Para que o vaso seja belo e forte é necessário que haja certa qualidade na massa (cf 2Tm 2:21).

 

3. Deus Age para Reagirmos

Quando Deus falou ao povo pelo profeta, Ele apontou para a necessidade de uma realçao positiva da nação. Deus não estava apresentando uma sentença irrevogável. A palavra de juízo, no caso de Jeremias, era para que houvesse arrependimento do povo. Havendo arrependimento não haveria destruição.

 

Por outro lado, uma benção anunciada pode ser perdida por causa da desobediência. Este foi o erro, por exemplo, dos filhos de Eli. Em Samuel 2:30, Deus recorda a promessa que fez em Números 25:13: “Na verdade dissera eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram, honrarei, porém os que me desprezam serão desmerecidos”.

 

4. Deus Se Arrepende?

Deus Se arrepende? Esta é uma pergunta capciosa. Ha textos que dizem: “sim”, mas também há outros textos que respondem: “não”. Números 23:19, por exemplo, diz: “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa”. Em Romanos 11:29 lemos: “porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”. Agora olhe, por exemplo, Jonas 3:10: “Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez”. Ou 1Samuel 15:35: “O Senhor se arrependeu de haver constituído Saul rei sobre Israel”.

 

Como entender isso? A Bíblia se contradiz? Certamente não há contradição na Bíblia.

 

Quando Deus fala sobre Si mesmo a seres humanos, Ele usa uma linguagem humana. Porém Deus não é homem., e Seu “arrependimento” não é como o nosso. Deus nunca errou. Ele não precisa voltar atrás e Se corrigir. Ele não muda em Seu propósito. Quando mandou Jonas a Nínive, Ele sabia o que ia acontecer, mas só uma mensagem forte, como aquela que Jonas falou, seria capaz de mudar o coração dos ninivitas. Deus não errou escolhendo Saul como rei, mas era necessário que por Saul o povo entendesse que deus é Rei dos reis, e põe e retira do reinado quem Lhe apraz.

 

Em outras palavras, a expressão “arrependeu-se o Senhor” é simplesmente uma indicação em linguagem humana de que a atitude de Deus para com o homem a pecar é necessariamente diferente da atitude de Deus para com o homem a obedecer.

 

Pausa para Refletir

Onde fica, então, a nossa certeza de salvação? Podemos ter segurança de que Deus vai cumprir as Suas promessas a nosso respeito; nós que cremos em Cristo? Deus não quer nos deixar na dúvida; portanto (ainda usando uma linguagem humana), Ele não só promete, mas jura: veja Hebreus 6:16-20. A promessa da vida eterna é também eterna, imutável (Tt 1:2).

 

 

II. A Botija Quebrada

         (Jr 19:1-20:13)   

 

1. Pecado Enrijecido

(Jr 19:1-9)

Do vaso em formação, passamos à botija já formada (Jr 19:1). A forma já fixa e sem mais possibilidade de modificação. Não se sabe quanto tempo passou entre os capítulos 18 e 19, mas agora o pecado do povo foi muito longe. Chegou a ponto de não mais poder voltar atrás. É o que Deus já disse em Jeremias 13:23: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal”. Deus não estava falando do pecado original com que o homem nasce, mas de um costume, um hábito de pecado que se tornou tão forte que não havia como se livrar dele.

 

Quais foram os pecados do povo? Basicamente, dois: idolatria e violência (Jr 19:4), os quais se combinavam no pior: sacrificar os filhos a Baal (Jr 19:5). Mais uma vez, Deus usou uma linguagem humana para expressar Seu repúdio total: “nunca lhes ordenei, nem falei, nem me passou pela mente” (Jr. 19:5).

 

2. Juízo sem Conserto

(Jr 19:10-15)

Jeremias entregou sua mensagem numa das portas da cidade de Jerusalém, a Porta do Oleiro (Jr 19:2), que olhava para o vale de Hinom, o lugar onde se praticavam essas abominações (Jr 7:31), desfazendo a reforma do rei Josias (2Rs 23:10). Mais tarde, em cumprimento à profecia de Jeremias 19:6, esse vale se tornou o “lixão” de Jerusalém. Seu nome hebraico, Gê-Hinom, virou Geena, expressão que no NT é traduzida por “inferno” (Mc 9:47-48). O juízo que pairava sobre Jerusalém não foi nada melhor (Jr 19:7-9). O livro de Lamentações descreve essa realidade, como veremos em lição posterior (Lm 4:9-11).

 

Num gesto dramático, despedaçando a botija nova e jogando-a no monte de cacos fora da Porta do Oleiro, Jeremias demonstrou que o juízo seria completo e irrevogável. Veja a linguagem do versículo 11: “como se quebra o vaso do oleiro, que não pode mais refazer-se”. Como foi diferente o capítulo anterior!! Ali, o oleiro “tornou a fazer dele outro vaso” (Jr 18:4). Agora, findou a chance do reparo, do conserto.

 

3. A Luta Continua

(Jr 20:1-13)

Depois, com tremenda coragem, Jeremias voltou ao templo, que nessa altura já podia ser considerado o quartel general do inimigo (Jr 19:14-15). Jeremias foi preso e passou um dia no suplício humilhante do tronco, preso com extremo desconforto num lugar público onde todos podiam zombar dele. Foi o primeiro de uma série de sofrimentos que o profeta havia de enfrentar.

 

As armas de Jeremias são duas.

 

a. A Palavra do Senhor

(Jr 20:3-6)

As palavras que Jeremias pronunciou não foram de xingamento pessoal, mas uma profecia solene de julgamento, semelhante à que vimos em Jeremias 28:16 contra o falso profeta Hananias. Pasur era sacerdote (Jr 20:1) que também ministrava como profeta (Jr 20:6). Essas duas classes, os sacerdotes e os profetas, foram oposição que se armou contra Jeremias (Lm 4:13).

 

b. A Oração

(Jr 20:7-13)

Vimos na lição anterior que essa foi a última da série de lamentações que Jeremias levantou diante do Senhor. Daqui para frente, veremos que Jeremias passou por sofrimentos piores, mas sem reclamar. Até parece que o primeiro momento de dor física serviu para fortalecê-lo a fim de enfrentar as durezas por vir.

 

 

Conclusão

Qual é o ponto, na vida de um povo ou de uma pessoa, em que a massa endurece, o pecado se fixa, o juízo se torna inevitável? Só Deus sabe. Prosseguir no caminho de desobediência ao Senhor, presumindo que podemos nos arrepender depois e receber o perdão, é um erro fatal.

 

O pecado “que tenazmente nos assedia” (Hb 12:1) cresce aos poucos.

 

Vale a pena lembrar…

Semear um pensamento, colher um ato.

Semear um ato, colher um hábito.

Semear um hábito, colher um caráter.

Semear um caráter, colher um destino."


 

 

 

 

Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

Comentários


(28) 3522-0419

Avenida Beira Rio, 93 - Guandu - Cachoeiro de Itapemirim - ES

© Primeira Igreja Batista de Cachoeiro de Itapemirim. Todos os direitos reservados.

 

Produção / Cadetudo Soluções Web