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Leitura Diária


23.09.2019

O Deus de Jeremias

Pr. Glenn Thomas Every-Clayton

 

 

Texto Básico: Jeremias 32-33

 

Texto Devocional: Números 11:16-25

 

Texto Chave: Jeremias 32:27: “Eis que eu sou o Senhor, o Deus de todos os viventes; acaso, haveria coisa demasiadamente maravilhosa para mim?”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

 Segunda

 Levíticos 25:23-28

 Terça

 Jeremias 10:6-16

 Quarta

 Jeremias 5:20-31

 Quinta

 Êxodo 34:1-10

 Sexta 

 Jeremias 9:23-24

 Sábado

 Hebreus 12:1-13

 Domingo

 Salmos 33:1-22

 

 

Para muitos, a maior prova da realidade da nossa fé está na maneira pela qual gastamos o nosso dinheiro. Para Jeremias, essa prova chegou “no ano décimo de Zedequias, rei de Judá” (Jr 32:1) o ano anterior ao da vitória final de Nabucodonosor e da queda de Jerusalém. Jeremias já estava preso em regime aberto, no pátio da guarda (Jr 32:2), tido por traidor e entreguista, por causa de suas profecias da vitória dos caldeus (ou babilônios) (Jr 32:3-5). Na prisão, ele recebeu uma visita – que nada tem a ver com o que Jesus falou em Mateus 25:36! Foi seu primo Hananeel, que veio com uma proposta estranha: queria que Jeremias, como parente mais próximo, comprasse um campo dele, conforme a lei de Levítico 25:25.

 

Para um israelita, vender sua terram sua porção na Terra Prometida, era uma medida de último recurso, uma declaração de falência. Nessa situação, era responsabilidade do parente mais próximo fazer a compra, para manter o terreno na propriedade da família. Pode até ser que Hananeel tivesse outros parentes mais próximos que Jeremias, mas provavelmente se recusaram a fazer um negócio tão louco, uma vez que o campo ficava em Anatote, na terra de Benjamim, naquele momento em posse do exército de Nabucodonosor! Não fosse um aviso prévio do Senhor (Jr 32:6-7), Jeremias com certeza também teria rejeitado a proposta. Mas, entendendo que “era a palavra do Senhor”, Jeremias desembolsou o dinheiro e escriturou a transferência de posse (Jr 32:9-11). Foi um ato de fé, testificando que a queda de Jerusalém não seria o fim da história de Israel (Jr 32:12-15).

 

 

I. Quem é Deus

        (Jr 32:14-24)    

Não precisamos de uma grande fé em Deus, e, sim de fé num grande Deus”, disse Hudson Taylor. A experiência de Jeremias bem ilustra essa verdade. Começou sua oração olhando para Deus e então lembrou que possuía um grande Deus.

 

1. Deus é o Criador Onipotente

       (Jr 32:17)   

Jeremias iniciou lembrando a linguagem de Gênesis 1.1. Não pode existir poder maior que esse! De fato, Gênesis mostra que Deus só precisou falar para criar tudo. A linguagem do “braço estendido” não vem da criação, mas da outra obra do poder de Deus, a redenção (Êx 6:6; Dt 7:19). Nada, enfim, está além do poder de Deus (cf Lc 1:37; 18:27).

 

2. Deus é Deus de Misericórdia e Justiça

       (Jr 32:12)   

Jeremias passou a recordar a grande revelação do caráter moral de Deus feita a Moisés em êxodo 34:6-7. às vezes, achamos difícil manter esse equilíbrio entre a misericórdia perdoadora de Deus e Sua justiça retributiva. Só na cruz de Cristo é que “a justiça e a paz se beijaram” (Sl 85:10). Glorioso é conhecer a Deus por experiência própria; o Senhor que faz misericórdia, juízo e justiça na terra (Jr 9:24)!

 

3. Deus Conhece Tudo

       (Jr 32:19)   

O Senhor vê tudo o que se passa na terra, e em especial todo o comportamento humano (Sl 33:13-15; Jó 34:21-23). Como Juiz, Ele combina justiça perfeita e sabedoria completa (Jr 17:10); como Salvador, reúne plenitude de amor e poder invencível (Dt 7:8-9). Qualquer filho de Deus pode chegar a Ele em oração!

 

4. Deus é Senhor de Toda a História

      (Jr 32:20-24)   

Depois de se lembrar como Deus é, Jeremias passa a pensar no que Ele fez ao longo dos sáculos até o presente. O povo de Deus sempre teve de lutar contra inimigos, desde os egípcios até os caldeus; mas todos eles não deixaram de ser, em última análise, meros instrumentos de Deus para cumprir Seu propósito (Êx 9:16; Jr 27:6).

 

 

II. A Fé de Jeremias

       (Jr 32:23-25)   

Um grande Deus, sim. E uma grande fé? Bom, como já destacamos, o tamanho da nossa fé talvez não seja o mais importante. Muitas vezes a fé tem de lutar contra as aparências, como disse Paulo, “andamos por fé, e não pelo que vemos” (2Co 5:7). Depois de olhar bem firme para Deus, Jeremias enfrentou três realidades que poderiam abalar sua fé.

 

1. A Culpa do Passado

      (Jr 32:23)   

Você já se pegou pensando: “a vida poderia ter sido tão diferente, se não fosse...”? Os erros e os pecados, nossos e dos outros, têm trazido tanto prejuízo que, às vezes, é difícil acreditar que Deus ainda está no controle de tudo, e continua ao nosso lado. Jeremias não quis ignorar os aspectos negativos do passado, mas não permitiu que eles o levassem ao desespero.

 

2. A Situação Difícil do Presente

      (Jr 32:24)   

Provavelmente não tenhamos passado por situação semelhante à que Jeremias descreve: preso, numa cidade sitiada, prestes a ser entregue ao inimigo. Para muitos dos nossos irmãos em outras partes do mundo, a realidade talvez não seja tão diferente. E mesmo nós, com os nossos problemas menores, às vezes, nos imaginamos abandonados por Deus.

 

3. O Enigma do Futuro

      (Jr 32:25)   

Jeremias terminou sua oração sem fazer nenhum pedido. Apenas colocou o futuro com todo seu mistério incompreensível diante do Senhor, como se dissesse, “E agora, Senhor?” A fé convive com a dúvida, confessa as incertezas.

 

Apesar de incerteza, angústia e peso do pecado, a fé faz obedecer. Jeremias comprou o campo. E assim o fez porque, pela fé, discerniu a presença de Deus em tudo. “Fizeste um nome, qual o que tens neste dia” (Jr 32:20). O nome de Deus é a revelação pública de Seu caráter, de tudo o que Ele demonstrou ser ao longo da história, de tudo o que Ele é na Sua fidelidade imutável, de tudo em que podemos confiar. Assim a oração de Jeremias continuou centrada em Deus: “(Tu) trouxeste sobre eles todo este mal” (Jr 32:23); “O que disseste aconteceu; e tu mesmo o vês… tu me disseste: Compra o campo” (Jr 32:24-25).

 

 

III. A Resposta de Deus

         (Jr 32:26-33:26)   

 

1. Além do Juízo

      (Jr 32:26-33:6)   

O Senhor começou Sua resposta confirmando as certezas de Jeremias. Compare os textos de Jeremias 32:27 com 32:17 e 32:28 com 32:24. Deus relembrou a causa do juízo vindouro: o pecado constante (Jr 32:30-31) do povo inteiro (Jr 32:32) na sua rejeição à palavra do Senhor (Jr 32:33), o mais hediondo pecado imaginável (Jr 32:34-35). É a mesma mensagem que Jeremias já havia entregado muitas vezes.

 

Mas aí vem a surpresa – o juízo não seria a palavra final! A história de Jerusalém não terminaria com a sua destruição por Nabucodonosor. O Senhor ainda afirmou: “tornarei a trazê-los a este lugar, e farei que nele habitem seguramente” (Jr 32:37). Os corretores de imóveis voltarão a trabalhar, negociando campos (Jr 32:43-44) e casas (Jr 33:4-6), pois, para o povo de Deus, o juízo nunca é mero castigo; é disciplina purificadora (Hb 12:5-11).

 

Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr 33:3). Assim, Jeremias começou a ver algo inédito: não apenas uma restauração nacional e natural, mas também espiritual (Jr 32:38-39) com base numa aliança nova (Jr 32:40).

 

Pausa Para Refletir

Seja na prosperidade ou na adversidade, sob bênção ou juízo de Deus, a nossa tendência natural, humana, é pensar: “nada pode mudar esta situação!” E assim caímos na presunção ou no desespero. Mas é tarefa do profeta, e da palavra de Deus, contradizer essa tendência, fazendo-nos lembrar que Deus é imutável e que pode transformar qualquer situação.

 

2. Como Será o Futuro

       (Jr 33:7-13)   

O futuro glorioso que nos espera vai além da imaginação. “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1Co 2:9). Deus só pode falar a nós em termos das coisas que conhecemos. Então, a primeira orientação que Ele dá a Jeremias é: “Restaurarei a sorte de Judá e de Israel, e os edificarei como no princípio” (Jr 33:7). Bons tempos passados. Haverá tudo isso, e mais.

 

a. Celebração de Vida

Ainda se ouvirá a voz de júbilo e de alegria, a voz de noivo e a de noiva” (Jr 33:10-11). Casamento é a maior festa, e a melhor!

 

b. Adoração Alegre ao Senhor

E a voz dos que cantam: Rendei graças ao Senhor dos Exércitos, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre” (Jr 33:11). Era um cântico conhecidíssimo do povo (1Cr 16:34), e que lembrava as festas no templo e as ofertas de gratidão.

 

c. Rebanhos em Toda Parte (Jr 33:12-13)

Representavam riqueza, prosperidade e paz. E tudo isso em contraste total com a situação vivida naquele momento: “neste lugar, que está deserto, sem homens e sem animais” (Jr 33:12).

 

Pausa Para Refletir

Não é fácil agir com base na esperança, porque as evidências são totalmente adversas” (Peterson). É sempre mais fácil, mais cômodo, cair no desespero, não fazer nada.

 

3. O Messias Virá!

      (Jr 33:14-26)   

Cumprirei a boa palavra que proferi” (Jr 33:14). As profecias messiânicas, do Renovo do Senhor, jé eram conhecidas (Is 4:2; 11:1), mas parecia que não havia mais esperança de serem cumpridas, afinal, a vitória de Nabucodonosor traria o fim da linhagem de Davi (Jr 33:24). No entanto, “as duas famílias”, de Jacó (Israel) e de Davi, ainda tinham futuro, um futuro melhor do que qualquer passado (Jr 33:24-26), que combinaria poder real com ministério sacerdotal na pessoa do Messias. Um futuro permanente e eterno (Jr 33:17-21), como o dia e a noite que nunca se repetem (Gn 8:22); um futuro abundante (Jr 33:22), que recordava as promessas feitas a Abraão (Gn 13:16; 15:5).

 

O povo de Deus será “grande multidão que ninguém poderá enumerar” (Ap 7:9). E o novo nome de Jerusalém já diz tudo: “Senhor, justiça nossa” (Jr 33:16). Será também o nome do próprio Messias (Jr 23:5-6). E será nosso nome também (Ap 3:12)! Pois “Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça” (1Co 1:30).

 

Pausa Para Refletir

Somente tendo Cristo como justiça, podemos receber a purificação e o perdão de todo o nosso pecado e iniquidade (Jr 33:8), e somente assim podemos participar do futuro glorioso que Deus tem preparado.

 

 

Conclusão

Em Cristo, não há limite para a nossa esperança. Tudo isso não é simplesmente para nossa alegria e benção. “Jerusalém me servirá por nome, por louvor e glória” (Jr 33:9). A glória de Deus é a nossa maior alegria, a nossa melhor bênção. Que essa esperança nos anime a fazer como Jeremias: obedecer, apesar das aparências, e assim testificar da grandeza do nosso Deus!


 

 

 

 

 Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

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