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Leitura Diária


07.10.2019

A Nova Aliança

Pr Glenn Thomas Every-Clayton

 

 

Texto Básico: Jeremias 30:31

 

Texto Devocional: Jeremias 31:31:37

 

Texto Chave: Jeremias 31:33: “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

 Segunda

 Hebreus 8:1-13

 Terça

 Romanos 8:1-11

 Quarta 

 Deuteronômio 28:15-44

 Quinta

 Deuteronômio 28:45-68

 Sexta

 Deuteronômio 30:1-20

 Sábado

 Romanos 8:32-39

 Domingo

 Apocalipse 21:1-8; 22:1-6

 

 

Sem dúvida, a profecia mais famosa de Jeremias é a da nova aliança, citada em Hebreus 8:8-12. Dentro do livro de Jeremias, essa profecia faz parte do chamado “Livro da Consolação”, que contém os capítulos 30 e 31. Como aconteceu em Jeremias 36:2, o profeta recebeu a ordem de escrever a palavra de Deus num livro (Jr 30:2); ,as desta vez é mais para preservar do que para proclamar. Pois, diferentemente da maior parte das profecias de Jeremias (e do AT em geral), esta só se cumpriria depois de alguns séculos.

 

 

I. A Antiga Aliança

 

Depois de citar o texto de Jeremias 31:31-34 (citação mais extensa no NT de texto do AT), o autor aos Hebreus acrescenta um comentário: “Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira” (Hb 8:13). A primeira aliança era a lei recebida por Moisés no monte Sinai e escrita no Pentateuco para fins de proclamação e preservação. No longo reinado do ímpio rei Manassés (2Rs 21:1-8), a lei se tornou letra esquecida, mas um exemplar foi preservado no templo. Como já vimos, foi a redescoberta desse texto que impulsionou a reforma do rei Josias, à qual Jeremias aderiu com apoio total: “Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração” (Jr 15:16). Jeremias, assim como Isaías, Miqueias, Oseias e tantos outros profetas, foi, antes de tudo, um pregador da lei. Veja como em Jeremias 7:9, por exemplo, o profeta cita os mandamentos que Israel estava descumprindo: “Furtais e matais, cometeis adultério e jurais falsamente, quimais incenso a Baal e andais após outros deuses que não conheceis”. Ai estão, em ordem, o 8º, 6º, 7º 9º r 1º mandamentos.

 

Então, antes de ser profeta da nova aliança, Jeremias era profeta da antiga. Como diz R. K. Harrison: “Somente sua lealdade, firme ao caráter da aliança do Sinai fez com que ele pudesse desempenhar seu cargo profético com uma fidelidade tão marcante”. Mas o profeta logo percebeu que o povo não compartilhava seu entusiasmo pelas reformas de Josias. Quando Josias morreu tragicamente numa batalha com os egípcios, o povo logo voltou a pecar; desobedeciam aos mandamentos e desprezavam as ameaças de juízo que também faziam parte da lei (Dt 28:15, 49-52). Jeremias entendeu que era necessário mais que uma lei imposta. Era necessária uma transformação interior, uma mudança de coração. Aliás, a própria lei já mostrava essa esperança (Dt 30:6-9), mas não ensinava como realizá-la.

 

 

II. O Livro de Consolação

        (Jr 30-31)  

 

Assim o profeta começa a esboçar uma nova esperança. Depois do juízo, já inevitável por causa da dureza do coração do povo impenitente, haverá restauração. “Mudarei a sorte do meu povo de Israel e de Judá, diz o Senhor; fá-lo-ei voltar para a terra que dei a seus pais, e a possuirão” (Jr 30:3).

 

1. A Interpretação da Profecia

Cabem aqui algumas observações sobre a maneira como devemos entender essas profecias do AT. Elas usam a linguagem da época, falando de um reino, sem mais divisão entre Israel e Judá, reunido na Terra Prometida de onde fora expulso. Talvez seja possível ver um cumprimento parcial dessas profecias na volta do povo do exílio na Babilônia, mas as promessas vão além do que aconteceu naquele tempo. Por exemplo, Israel não tinha mais rei (cf 30:9). Por isso, muitos intérpretes veem aqui uma predição da situação de Israel no milênio, após a volta de Cristo. Seja como for, o NT destaca o cumprimento espiritual que se verifica na vida da igreja de Cristo, como observamos na epístola aos Hebreus. Nesta lição, focalizaremos esse aspecto do texto.

 

2. A Restauração Virá, Mas por Meio do Juízo

No capítulo 30, há alteração entre os temas: juízo e restauração. O versículo 7 mostra os dois: primeiro, o juízo (que também era tema dos versículos 5 e 6): “Ah! Que grande é aquele dia, e não há outro semelhante! É tempo de angústia para Jacó”. Depois, a restauração: “ele, porém, será livre dela” - e o novo tema continua até o versículo 11: “Porque eu sou contigo, diz o Senhor, para salvar-te”. O que Israel merecia era o castigo total: “Teu mal é incurável” (Jr 30:12), “Tua dor é incurável. Por causa da grandeza de tua maldade” (Jr 30:15). No entanto, a maravilha da graça divina pode curar o incurável (Jr 30:17)!

 

3. A Restauração Virá em Plenitude

      ( 30:18-31-14)   

Pela inspiração divina, Jeremias pintou um quadro lindo do futuro do povo de Deus, alegre e numeroso (Jr 30:18-20). O “príncipe” do versículo 21 deve ser o “Davi” de Jeremias 30:9; mas é também sacerdote, achegando-se ao Senhor. Podemos ver aqui uma profecia de Cristo, nosso Rei e Sumo Sacerdote. Maior que qualquer bênção material é a promessa de Jeremias 30:22; 31:1 e Apocalipse 21:3. “De longe” há barreira, seja de distância ou de deficiência, que nos separe do amor eterno de Deus (Jr 31:8). Alegria e fartura são o nosso destino final, garantido pela bondade do Senhor (Jr 31:12-14).

 

4. A Restauração Virá pelo Arrependimento

       (Jr 31:15-22)   

O texto de Jeremias 31:13, registra “pranto” e “tristeza”, e nos lembra que o caminho até esse destino glorioso passa pelo juízo de Deus, e Jeremias 31:15-20 volta a repetir o discurso. Dessa vez, o Senhor menciona a reação do povo ao juízo, a reação que Ele esperava, de arrependimento profundo (Jr 31:18-19). O juízo não é castigo vingativo, e sim disciplina paterna (Jr 31:20, cf 31:9), chamando de volta a filha errante (Jr 31:21-22). A frase final do versículo 22, “a mulher infiel virá a requestar um homem”, parece ser um provérbio para referir-se a algo inédito, inacreditável; mas assim é a graça do Senhor, que recebe todo pecador arrependido, “envergonhado, confuso” (Jr 31:19), para restaurá-lo completamente (Jr 31:23-28). Até parece um sonho (Jr 31:26)!

 

 

III. A Nova Aliança

        (Jr 31:31-34)   

 

A ênfase sobre o arrependimento indica que a verdadeira restauração é espiritual. Israel precisava de libertação da “gradeza de tua maldade e da multidão de teus pecados” (Jr 30:14) mais que do cativeiro e exílio na Babilônia. A experiência com o rei Josias já havia mostrado que a Lei não podia efetuar essa restauração (Jr 31:32). Algo inédito era necessário, uma nova iniciativa da graça de Deus, uma “nova aliança” (Jr 31:31) entre Deus e Seu povo que desse base para um casamento estável (Jr 30:22).

 

Como seria essa nova aliança?

 

1. A Lei no Coração

      (Jr 31:33)   

O problema do povo – e o nosso também! - está no coração: “não voltou de todo o coração para mim… mas fingidamente” (Jr 3:10) e “lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva! Até quando hospedarás contigo os teus maus pensamentos?” (Jr 4:14). Pois, no conceito bíblico, o coração inclui tanto os pensamentos como os sentimentos: abrange o aspecto intelectual, e não apenas emocional. A psicologia moderna confirma o diagnóstico de Jeremias, seis séculos antes de Cristo: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17:9).

 

De fato, só o Senhor conhece o coração (Jr 17:10; 11:20; 12:3), e só o Senhor pode transformá-lo (Jr 24:7; 32:40). E Ele o faz, implantando Sua Lei em nosso coração, dando-nos o profundo desejo de obedecer a Ele, não por medo, mas por amor. É o que Paulo chama de “o pendor do Espírito” em Romanos 8:4-11. Somente assim podemos ter certeza de uma relação de “casamento” com Deus à prova de toda e qualquer adversidade (Rm 8:38-39).

 

2. Um Conhecimento do Senhor que Será Universal e Individual

      (Jr 31:34)   

Todos me conhecerão”. Já vimos que, na linguagem bíblica, “coração” se refere tanto ao intelecto quanto às emoções. Assim também “conhecer” se refere a algo mais do que saber intelectualmente – trata-se do coração, de uma relação pessoal, íntima, às vezes amorosa. Na primeira aliança, o povo conhecia a Deus “a distância”, por meio dos sacerdotes. Deus era conhecido como Pai do povo de Israel (Jr 31:9; cf Êx 4:22), mas não do crente individual. Para muitos, bastava fazer parte do povo de Deus, sem necessidade de buscá-Lo pessoalmente.

 

Na nova aliança, com a chegada do Espírito Santo, tudo isso mudou. Todos nós, do menor ao maior, inclusive os servos e as servas (Jl 2:29), temos acesso ao Pai (Ef 2:18). O Espírito Santo é Quem nos ensina a manter relacionamento com Deus por meio de Cristo (1Jo 2:27; 1Ts 4:9; Jo 6:45). É claro que Deus usa instrumentos humanos como mestres, mas o ensino verdadeiro, do coração, vem pelo Espírito Santo (2Tm 2:7).

 

3. O Perdão Completo dos Pecados

      (Jr 31:34)   

Pois perdoarei”. A palavra “pois” indicia que essa é a base da aliança toda. Sem perdão, não pode haver o conhecimento de Deus que é vida eterna (Jo 17:3). E só pelo sangue de Cristo, o sangue da nova aliança (Lc 22:20), será possível um perdão completo, que inclui “iniquidades” e “pecados”, ou seja, pecados de comissão e de omissão, de ato e de atitude: “o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1:7). E é perdão total: “jamais me lembrarei”. Ou, como diz Hebreus 10:17: “de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre”.

 

4. Pela Graça de Deus

É Deus Quem toma a iniciativa dessa aliança. Observe os verbos da primeira pessoa: “firmarei” (Jr 31:33), “imprimirei”, “inscreverei” (Jr 31:33), “perdoarei” (Jr 31:34). É tudo Deus Quem faz, providenciando o sacrifício de Seu próprio Filho. E a nossa parte é simplesmente receber pela fé tudo o que Cristo fez por nós, como diz o apóstolo Paulo em Atos 13:39: “por meio dele [de Cristo], todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificado pela Lei de Moisés”.

 

 

Conclusão

A profecia se cumpriu, a nova aliança está firmada. Muitos crentes de hoje parecem estar vivendo na primeira aliança, debaixo de uma lei imposta sobre eles contra a vontade, temendo perder o favor de Deus. Exigem, de si mesmos e dos outros, o cumprimento rigoroso de uma série de regras que nem sempre se confirmam na Bíblia.

 

Por outro lado, ha aqueles que desrespeitam os mandamentos de Deus, alegando que não têm mais validade na dispensação da graça da nova aliança. Sua vida desregrada pode desonrar o nome de Cristo.

 

Sejamos crentes da nova aliança, sem menosprezar a primeira. “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos” (1Jo 5:3).


 

 

 

 

 Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

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