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Leitura Diária


21.10.2019

Ira Divina e Choro Humano

Drª Joyce Elizabeth W. Every-Clayton

 

 

Texto Básico: Lamentações 1:2-4

 

Texto Devocional: Lamentações 1:12

 

Texto Chave: Lamentações 2:17: “Fez o Senhor o que intentou; cumpriu a ameaça que pronunciou desde os dias da antiguidade; derrubou e não se apiedou; fez que o inimigo se alegrasse por tua causa e exaltou o poder dos teus adversários.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

 Segunda

 Lamentações 1:1-11

 Terça

 Lamentações 1:12-22

 Quarta

 Lamentações 2:1-11

 Quinta

 Lamentações 2:12-22

 Sexta

 Lamentações 4:1-11

 Sábado

 Lamentações 4:12-22

 Domingo

 Salmos 10:1-18

 

 

Como!” Os capítulos 1,2 e 4 de Lamentações iniciam com o grito angustiante – algo como nosso “ai! a!” - de quem estava percorrendo as ruínas de Jerusalém (587 a.C.). O povo de Deus não abandonou o pecado; a invasão, embora terrível, veio pela vontade do

Deus que é Juiz. Mas a confiança no mesmo Deus transformou o grito angustiante de Lamentações 1.1 no clamor esperançoso de Lamentações 5:21.

 

 

I. Chorando a Jerusalém Destruída

   (Lm 1)   

 

1. O Porquê do Choro

   (Lm 1-11)   

Conforme vimos em lições anteriores, Jerusalém foi derrotada pelo exército babilônico em 587 a.C. (cf 2Rs 25). Não havia mais necessidade de alerta; naquele momento era só chorar a desgraça do povo que não tinha quem o consolasse (Lm 1:2,7,9). “Os que a amavam” (Lm 1:2) lembra Oseias 2:7-13 com a crítica aos de Israel que trocou o verdadeiro Deus pelos deuses cananeus. Os “amigos” (Lm 1:2), ou nações vizinhas, abandonaram Judá quando ela mais precisou. Judá estava exilada: “habita entre as nações, não acha descanso” (Lm 1:3). A destruição (Lm 1:8), a dor e o luto, tinham a ver com a desobediência ao Senhor. O povo não havia se arrependido (Lm 1:8-9; Hb 10:30-31).

 

Aqueles que antes “honravam” (Lm 1:8) a bela cidade perceberam sua “imundícia” (Lm 1:9) ou “nudez”, símbolo de vergonha e derrota (Is 47:3). “Espantoso” (Lm 1:9) significa sobrenatural (Jz 13:18), ou seja, a destruição de Jerusalém foi um evento divino. O povo derrotado andava pelas ruas à procura de comida, e penhorava “suas coisas mais estimadas” para sobreviver (Lm 1:11).

 

2. Haja Clamor

   (Lm 1:12-22)   

 

Após convidar o Senhor e ver a aflição (Lm 1:9), chegou a vez de transeuntes opinarem sobre a dor de Judá (Lm 1:12), e depois foi a vez das nações (Lm 1:18). As expressões, “fogo”, “rede”, “arrojou-me para trás” e “jugo” (Lm 1:13-14), referem-se à ação de Deus, “lá do alto” (Lm 1:13; cf 2Rs 1:10,12,14; Sl 10:9; Jr 16:16; Ez 19:8). A outra face da explicação da derrota é, “entregou-me o Senhor” (Lm 1:14). Deus convocou um exército inimigo para invadir e pisar Israel (Lm 1:15), pois, mesmo amando a “virgem filha de Judá” (Lm 1:15), em Sua ira contra o pecado da nação, Ele a castiga com dura justiça (Lm 1:18;Is 63:1-3).

 

Na ocasião, Jerusalém nada pôde fazer senão pedir compaixão (Lm 1:20; Sl 28:2), mesmo reconhecendo que Deus estava simplesmente cumprindo “o dia que apregoas-te” pelos profetas (Lm 1:21; Am 5:18). O pedido (Lm 1:22) é que os inimigos usados como instrumentos do juízo divino sejam punidos com igual rigor (Sl 69:22-29).

 

 

II. A Ira de Deus

   (Lm 2)   

 

1. Deus Age como Inimigo

(Lm 2:1-9)

O primeiro capítulo falou sobre Jerusalém; o segundo fala sobre a ação de Deus na destruição de Jerusalém. O Senhor é o sujeito de cada verbo nos versículos 1 a 8, e “ira” (Lm 2:1,3,6), “não se apiedar” (Lm 1:2; cf Os 1:6), e “inimigo” (Lm 1:5) reforçam a mensagem. “Nuvens” (Lm 1:1) podiam lembrar misericórdia (Êx 34:5-6), ou a glória de Deus que encheu o templo (1Rs 8:10-13), mas aqui é diferente: é a nuvem de “sua ira”, palavra que abre e fecha o versículo 1 e o capítulo todo. Em ira, Deus “precipitou do céu à terra a glória de Israel” (Lm 2:1; cf Is 14:12-20); Logo, Israel estava sendo tratado como uma nação ímpia que desafiou o governo de Deus. “As fortalezas da filha de Judá” (Lm 2:2) caíram porque Deus “cortou toda a força de Israel” (Lm 2:3) e “exaltou o poder dos [teus] adversários” (Lm 2:17). Em outras palavras, proteção virou inimizade (Lm 2:4), e a consequência inevitável foi derrota, “pranto e a lamentação” (Lm 2:5).

 

Os versículos 6 a 9 descrevem a destruição do templo, “lugar da sua congregação” (Lm 2:6) onde Deus prometeu encontrar-se com Israel (Êx 25:22). Mas “o Senhor, em Sião, pôs em esquecimento as festas” (Lm 2:6) religiosas, pois meros ritos não desviam Sua ira. Sem Deus presente, o culto mudou, e o grito alegre do adorador sincero se transformou em grito escarnecedor de soldado pagão (Lm 2:7) – uma mudança chocante, que, que só aconteceu porque Deus rejeitou Seu povo, “rei e o sacerdote” (Lm 2:6). E mais, não receberam “visão alguma do Senhor os seus profetas” (Lm 2:9); logo, o povo ficou sem instrução, sem liderança, e não mais achava Deus (Pv 29:18).

 

2. A Reação

   (Lm 2:10-13)   

Os versículos 10 a 13 descrevem a reação natural à desolação e ao choro (cf. Jo 2:12-13), mais especificamente o choro pela situação chocante de crianças morrendo sem “pão e vinho” (Lm 2:12,19-21; cf Jr 4:4-10), tidos na época como necessidades básicas. Foi uma tragédia sem precedentes na história de Israel. “A quem te compararei, ó filha de Jerusalém?” (Lm 2:13) “Quem te acudirá?” (Lm 2:13). Deus não vai fazer nada?

 

2. Uma Tragédia Evitável

   (Lm 2:14-22)   

Que tragédia! O cativeiro podia ter sido evitado se certos profetas tivessem se recusado a dar “visões falsas e absurdas” (Lm 2:14) que minimizaram o pecado de Judá (você se lembra de Jeremias 7?). Resultado – zombaria por parte das nações vizinhas (Lm 2:15-16; Jr 19:8), um contraste total com o período anterior à destruição, quando Jerusalém era “a alegria de toda a terra” (Sl 48:2). Mesmo assim, seus inimigos jamais deviam pensar que “o dia” (Lm 2:16) era deles, pois os inimigos não passaram de atores no palco da história, atores numa pela dirigida por Deus. “O dia” era de Deus (Lm 2:17), e a convicção de que “fez o Senhor o que intentou” (Lm 2:17; cf. Lm 1-8) é uma afirmação de fé, o ponto alto do capítulo.

 

Então só restava exortar o povo a clamar (Lm 2:18-22) pela “vida de [teus] filhinhos” (Lm 2:19, cf Lm 2:11-12) e pelo sofrimento atroz dentro da cidade destruída (Lm 2:20-21; cf Lm 4:10). Deus é o Senhor da história: logo, nada do que se passou em Jerusalém fugiu ao controle Dele; até a espada que parecia ser do invasor, era de Deus.

 

 

III. Pelas Ruas e Praças de Jerusalém

   (Lm 4)   

 

Parece que Jeremias estava dando uma volta, chocado, pelas “ruas” de Jerusalém (Lm 4:1,5,8,14,18), olhando a situação das crianças (Lm 4:3-4) e decepcionado com aqueles que não conseguiram salvar a cidade da calamidade, os de fora (Lm 4:17) e os de dentro (Lm 4:20).

 

1. Destruição Total

   (Lm 4:1-10)   

O trecho retrata a destruição completa de uma cidade qualquer. E a causa do transtorno? Há um contraste entre “meu povo” e “Sodoma” (Lm 4:6): enquanto Sodoma foi destruída instantaneamente e a população foi poupada de morte demorada e dolorosa, o sofrimento prolongado do “meu povo” (Lm 4:9) seria prova de que os moradores de Jerusalém eram pecadores ainda piores.

 

2. A Ira Divina

   (Lm 4:11-16)   

Este trecho começa e termina com “ira” (Lm 4:11,16), e a severidade do juízo sofrido em cada classe social é explicada pelo “ardor de sua ira” (Lm 4:11; cf Lm 1:12;2:1-8). A derrota da cidade era incompreensível, tanto aos “reis da terra… [e aos] moradores do mundo” (Lm 4:12) quanto ao povo de Deus, que acreditava que Jerusalém era invencível (Sl 48:8; Jr 7:9).

 

3. Esperanças Frustradas

   (Lm 4:17-20)   

Aparecem os sentimentos do povo de Judá antes da destruição: “nossos olhos” (Lm 4:17); “nossos passos” (Lm 4:18); “nossas praças” (Lm 4:18); “nossos dias” (Lm 4:18); “nosso fim” (Lm 4:18); “nossos perseguidores” (Lm 4:19). E a frustração total do “dizíamos” (Lm 4:20). Eles realizaram vigílias ansiosas (Lm 4:17) esperando a ajuda que não veio de “um povo que não podia livrar”, provavelmente o Egito (Is 36:6; 30:7). A morte do rei (Jr 39:4-5), “o ungido do Senhor” (Lm 4:20), foi um baque enorme, pois ele também era tido como invencível (cf Sl 45:2-7). Mas ninguém – nem líderes religiosos ou políticos, nem o próprio rei – foi capaz de salvar do juízo divino o povo de Deus na hora do fim (Lm 4:18).

 

4. Esperança ainda Viva

   (Lm 4:21-22)   

Apesar de tudo havia esperança para Israel, pois o castigo de Edom seria a bênção que Israel almejava. Edomitas, povo irmão, participaram da destruição de Jerusalém (Ob 10-16; Sl 137:7; Jr 49:7-22). No entanto, a alegria dos edomitas não ia durar: logo chegaria a vez deles beberem do “cálice” da ira divina (Lm 4:21;Jr 25:15-29) até se embriagarem. Enquanto o castigo de Israel terminava, o de Edom estava apenas começando (Lm 4:22).

 

 

Conclusão

 

O livro de lamentações se refere muito à família – bebês, jovens, mães, homens, idosos e órfãos – e observa cegos, leprosos, famintos e trabalhadores infantis. O texto censura alguns comportamentos comuns – pão e lenha a preços exorbitantes, violência, exploração do trabalhador, desrespeito para com o idoso. Quantos assuntos contemporâneos! O escritor os trata com muita sensibilidade, até com choro e ternura.

 

 

 

 

 

 Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

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