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Leitura Diária


28.10.2019

Esperança ou Desesperança

Drª Joyce Elizabeth W. Every-Clayton

 

 

Texto Básico: Lamentações 3;5

 

Texto Devocional: Lamentações 3:40-50

 

Texto Chave: Lamentações 3:24: “A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

 Segunda

 Lamentações 3:1-17

 Terça

 Lamentações 3:18-33

 Quarta

 Lamentações 3:34-45

 Quinta

 Lamentações 3:46-66

 Sexta

 Lamentações 5:1-10

 Sábado

 Lamentações 5:11-22

 Domingo

 Habacuque 3:12-19

 

 

Por causa de Lamentações 3:22-23 e 5:21, os capítulos 3 e 5 do livro são um pouco mais conhecidos do que os outros três. Um resumo dele seria: Há futuro para o povo de Deus? Como manter a fé num Deus soberano e bom, em meio ao sofrimento?

 

 

I. Desesperança X Esperança

  (Lm 3)   

 

1. Desesperança

   (Lm 3:1-18)   

Neste trecho, os versículos se agrupam em blocos de três.

 

a. Lm 3:1-3 – Deus foi descrito chicoteando com Sua “vara de furor”.

b. Lm 3:4-6 – Deus comprometeu a saúde física do povo (cf Jr 5:10).

c. Lm 3:7-9 – Apresentam a figura de um preso acorrentado num pequeno espaço do qual não conseguia sair – nem sua oração saía do lugar (Lm 3:8, cf 3:44).

d. Lm 3:10-12 – Deus apresentado como flecheiro que atacou como caçador implacável.

e. Lm 3:13-15 – Deus atingiu o coração, centro das emoções e da vida do povo que logo se sentiu castigado (Lm 3:15; cf Mt 27:34).

f. Lm 3:16-18 – Deus, em vez do pão de cada dia, deu ao povo “pedrinhas” para comer e lhe esfregou o rosto na areia (Lm 3:16), humilhando-o.

 

Por fim, o trecho evidencia o sentimento do povo: “já pereceu a minha glória, como também a minha esperança no Senhor” (Lm 3:18).

 

2. Recuperando a Esperança

   (Lm 3:19-39)   

Como se pode recuperar a esperança perdida? Por meio da recordação propositada - “trazer à memória” (Lm 3:21) de fatos acerca de Deus e “suas misericórdias [que] não têm fim” (Lm 3:22; cf Is 54:10).

 

Pela primeira vez no capítulo, há menção de outros: “sermos” (Lm 3:22. cf Lm 3:25). A fé de um membro do povo de Deus foi esperança pra todos os outros. “Porção” (Lm 3:24) lembra a repartição da Terra Prometida, quando cada tribo recebeu sua porção. A porção dos sacerdotes foi o próprio Senhor (Nm 18:20). Os valores mais importantes são os espirituais, que sobrevivem a quaisquer calamidades. O Senhor é o mais importante (cf Sl 16:5), e a melhor coisa que se pode fazer é esperar o tempo Dele (Lm 3:25-27) e suportar qualquer sofrimento que apareça.

 

Os versículos 28 a 30 mostram atitudes apropriadas em momentos de calamidades: “silêncio”; “boca no pó” (sinal de humilhação); “a face” oferecida “ao que o fere” (cf 1Pe 2:21-23). E os versículos 31 a 33 trazem algumas convicções preciosas: o sofrimento e o mal não duram para sempre (Lm 3:31; cf Sl 30:5); o sofrimento de Seu povo (Lm 3:33) não é “de bom grado” (literalmente, de Seu coração).

 

Deus é o juiz perfeito que, diferentemente de muitos de nossos juízes, respeita os direitos humanos (Lm 3:34-36). Mais dia, menos dia, Ele há de responder ao clamor dos Seus, pois Ele nunca aprova a injustiça. Os versículos 37 a 39 afirmam a soberania do Senhor (Lm 3:37); sugere que a calamidade, “o mal”, pode virar um “bem” (Lm 3:38); e ensinam que o queixar-se da punição pelo pecado não é o caminho.

 

3. Voltemos a Deus na Esperança do Perdão

   (Lm 3:40-45)   

Em Lamentações 3:40-42, o povo foi convocado à oração e ao arrependimento. “Levantemos o coração, juntamente com as mãos” (Lm 3:41, cf. Sl 28:2; 1Tm 2:8) sugere que o coração devia ser colocado em cima das mãos levantadas em oração; ou seja, sinceridade total e não mero ritual. Os verbos, “prevaricamos e fomos rebeldes” (Lm 3:42) mostram como o pecado quebra a comunhão com Deus, e os pronomes “nós” e “tu” são enfáticos. “Tu não nos perdoaste” (Lm 3:42) sugere que, até aquele momento, Deus não ia perdoar, pois o povo não tinha se arrependido

 

4. Reflexão Sobre a Desesperança

  (Lm 3:46-54)   

De repente sobreveio uma nova recordação: “o temos e a cova, a assolação e a ruína” (Lm 3:47; cf Jr 48:43-44). Em Lamentações 3:49-51, choro e tristeza são resultados inevitáveis daquilo que se via por toda a cidade (Lm 3:51). Enquanto o poeta via sofrimento, sua impressão era de que o Senhor não estava olhando, e ele só podia esperar até que o Senhor atendesse e visse lá do céu (Lm 3:50, cf Lm 1:9,11,20;2:20). Os versículos 52 a 54 estão repletos de desesperança, como em Lamentações 3:1-18. As fortes figuras de linguagem usadas são comuns no AT, como no salmo 124; a “cova” lembra o que o próprio Jeremias sofreu (Jr 38). A conclusão - “estou perdido” (Lm 3:54) – é semelhante ao “estou excluído” do Salmo 31:22.

 

5. Orando – na Esperança de Retribuição

  (Lm 3:55-66)   

Em contraste com Lamentações 3:1-18, que se refere a Deus como “ele”, os versículos 55:61 são arcados pelo nome “Senhor”, e pelo pronome “tu” (Lm 3:57-61), sinalizando uma nova perspectiva. “Invoquei” (Lm 3:55,57), e o Senhor apareceu como Redentor (Lm 3:58: como o resgatador de Rt 4) para assumir a causa.

 

Nos versículos 61 a 63, há outra recordação do que os inimigos haviam feito quando se assentavam e quando se levantavam, isto é, o tempo todo, e ao som de “canção” de zombaria (Lm 3:14; cf Jó 30:9, Hc 2:6). É difícil perdoar por completo! O poeta, entendendo que o Senhor não estava contra ele, mas a seu favor, pede retribuição (Lm 3:64-66; cf Jr 18:23; 20:12).

 

 

II. Restaura-nos

   (Lm 5)   

 

É possível que este breve capítulo final reflita as condições em Jerusalém depois da queda (Lm 5:18) – miséria total (Lm 5:4,9) – em que a única solução era clamar a Deus. O texto mostra a angústia que se sente ao tentar manter fé no Deus soberano e bom em meio ao sofrimento.

 

1. Lembra-te!

   (Lm 5:1-16)   

Esses versículos indicam que a situação após a invasão foi tão difícil quanto a própria invasão. Em geral os versículos 1 a 10 lembram Lamentações 1, mas com mais detalhes sobre o povo órfão, vulnerável, escravizado por estranhos e que lutava para conseguir subsistência. Sua “herança” (Lm 5:2), a terra de Judá, foi dada a Abraão e à sua posteridade (Gn 13:15-17); mas naquele momento, a sensação era de um Pai que tinha morrido (Lm 5:3), deixando os filhos deserdados e vulneráveis. Até as necessidades básicas, “água” e “lenha”, tinham que ser compradas (Lm 5:4).

 

Nos versículos 11 a 15, observe o “opróbrio” (Lm 5:1) sofrido pelos setores da comunidade: “mulheres estupradas” (Lm 5:11), “príncipes… enforcados” (Lm 5:12), “jovens” forçados ao trabalho pesado e humilhante nos moinhos (Lm 5:13), “meninos”, “velhos” (Lm 5:12), “anciãos” (Lm 5:14). Todos sofreram! E como crianças e idosos sofrem quando há invasão e guerra! As referências à cessação de “júbilo” (Lm 5:14) e “dança” (Lm 5:15) lembram a profecia de Jeremias (Jr 7:34). Mas tudo isso tinha acabado. “A coroa”, sinônimo de alegria, beleza e prosperidade, caiu da cabeça (Lm 5:16) e o povo andava derrotado e triste.

 

2. Ai de Nós!

  (Lm 5:16-18)   

O “ai” (Lm 5:16) significa tristeza profunda. O versículo 17, “por isso, caiu doente o nosso coração; por isso, se escureceram os nossos olhos”, reforça a explicação da tristeza – o pecado. Pecado de quem? Pais e filhos eram igualmente responsáveis (Lm 5:7,16). O povo estava orfanado: perdeu a proteção do pai (Lm 5:3).

 

3. Restaura-nos

  (Lm 5:19-22)  

O problema da perplexidade da fé diante do sofrimento é visto aqui em poucas palavras: “Tu, Senhor, reinas eternamente, o teu povo subsiste de geração em geração” (Lm 5:19). Contrasta com “Por que te esquecerias de nós para sempre? Por que nos desampararias por tanto tempo?” (Lm 5:20). A pergunta angustiada, “te esquecerias?” (Lm 5:20), faz eco com a oração inicial, “lembra-te!” (Lm 5:1).

 

“Tu, Senhor, reinas” (Lm 5:19). Jerusalém caiu (Lm 1:9), sua coroa caiu (Lm 5:16), mas Deus ainda está no Seu trono (Sl 93). Só restava um apelo para que Deus tomasse a iniciativa reconciliadora – algo que somente Ele poderia fazer: “Converte-nos a ti (literalmente ‘traze-nos de volta’) Senhor, e seremos convertidos” (Lm 5:21; cf Jr 31:18).  E as perguntas finais do versículo 22? Serão dúvidas fatais ou afirmação de fé? Afinal, o Deus da aliança não podia abandonar Seu povo de vez!

 

 

Conclusão

 

Uma citação resume bem esta lição.

 

“O último olhar é reservado para o trono de Deus que continua de pé, embora o trono da dinastia davídica tivesse ruído por terra. Somente em Deus havia esperança para o povo abatido. Um profundo desejo por reconciliação e renovação transparece na petição de Lamentações 5:21). Isso, por sua vez, intensifica a percepção de seu presente estado de abandono (Lm 5:20-22). O sofrimento já fizera sua obra, o filho pródigo já caíra em si, e estava pronto para levantar-se e voltar ao seu pai” (O Novo Comentário da Bíblia, Edições Vida Nova, p.786).

 

 

 

 

 

Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

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