02.12.2019
Pr. Dionatan Cardoso
Texto Básico: João 2:3
Texto Chave: João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
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Vamos estudar os capítulos 2 e 3 do Evangelho de João. Nesta seção, o apóstolo revela fatos do ministério de Jesus que nos ajudam a entender os fundamentos da fé. A lição foi estruturada em quatro partes. Cada uma mostra atos de Jesus que ensinam sobre a fé.
I.Primeiro Ato – O Milagre em Caná da Galileia
(2:1-11)
A narrativa descreve a celebração de uma festa de casamento (v.1) com a presença de Jesus, de Sua mãe e dos discípulos (v.2). Após algum tempo de festa, o vinho acabou (v.3). Talvez houvesse mais convidados que o esperado ou beberam mais do que deviam. No contexto palestino, deixar de dar o suprimento aos convidados era algo vergonhoso.
1. Jesus articulou para Revelar Seu Poder
Acabado a bebida, Maria se dirigiu a Jesus e disse: “Eles não têm mais vinho”. Maria era amiga ou parente próxima dos noivos, por isso a preocupação. Então, vemos uma declaração curiosa de Jesus: “- Por que a senhora está me dizendo isso? Ainda não é chegada a minha hora”. Não era hora de Jesus ir embora da festa.
A fala de Jesus foi tão clara para Maria que ela se dirigiu aos garçons e deu a ordem: “Façam tudo o que ele disser” (v.5). Os noivos compraram utensílios de pedra, comuns nas festividades judaicas. Cada jarro comportava entre 80 e 120 litros (v.6). Seis jarros armazenariam entre 480 a 720 litros de vinho. Bebida suficiente para a festa continuar por um longo tempo. A falta de vinho deu oportunidade para Jesus revelar Seu poder e passar mais tempo ali falando do Reino.
2. Jesus Demonstrou Seu Poder
Para produzir vinho, é necessário um processo longo até o produto final. Porém, nesse caso, toda a ordem natural do processo mudou pelas mãos de Jesus (v. 7-8). Ao provar aquele delicioso vinho, que pouco tempo atrás era apenas água (v.9), o encarregado da festa se dirigiu ao noivo e o questionou por servir o melhor vinho no final (v.10).
3. Jesus Revelou a Sua Glória
Mais do que um milagre, aquele evento era um sinal que evidenciava a chegada do Messias. Era a primeira grande manifestação da glória de Jesus. O verso descreve que, após Cristo ter revelado Sua glória, os discípulos creram. Surgem as perguntas: creram por que viram a glória ou por que viram o milagre? Será que entenderam o significado daquele sinal? Como disse o pastor Paulo H. Tavares: ‘se nossas expectativas suplantarem o Salvador, veremos as Suas obras, mas não a Sua glória”.
JOÃO PARA HOJE → Leia, reflita e crie um plano prático por meio das palavras de Paulo em 2Co 4:4-6. Analise se esse plano glorifica a Deus em sua vida pessoal e na vida daqueles ao redor de você!
II. Segundo ato – Purificação do Templo
(2:1-11) .
1. A Relação com os Mercadores
Terminada a festa, a comitiva foi para Cafarnaum e depois seguiu para Jerusalém, onde comemorariam a Páscoa (v.12-13). Logo ao chegar no pátio do templo, Jesus reprovou o que estava acontecendo (v.14). Havia ali mercadores de animais e cambistas que facilitavam a troca de moedas. João revelou que, naquele momento, Jesus confeccionou um chicote e retirou os mercadores e os animais do pátio, inibindo-os a continuar fazendo do templo uma fonte de lucro (v.15-16). Aqui é importante ressaltar que o chicote era para tocar os animais e não para bater nas pessoas. Observem ainda que Jesus não derrubou as mesas com gaiolas de pombas. Ele não queria soltar as aves e trazer prejuízos aos mercadores, mas apenas tirá-los daquele lugar.
2. A Relação com os Discípulos
Naquele momento (v.17), os discípulos ficaram fascinados e lembraram do Salmo 69:9: “pois o zelo da tua casa me consumiu...”. Eles revisaram mentalmente o ensino de que o templo era um lugar de adoração sincera e pura, e não lugar de negócios. A pedagogia de Jesus funcionou para eles.
3. A Relação com os Judeus
Eis que surgiram os líderes da comunidade judaica e indagaram: “Que sinal você nos mostra para fazer estas coisas?” (v.18). Eles reivindicavam a confirmação da autoridade de Jesus para aquele ato. Jesus respondeu de forma enigmática: “Destruam este santuário, e em três dias ou o levantarei” (v.19). Aquilo causou espanto nos judeus: “Este santuário foi edificado em quarenta e seis anos, e você quer levantá-lo em três dias?” (v.20). João então explicou as palavras de Jesus. Não se tratava do templo de Jerusalém, mas do próprio Senhor Jesus (v.21-22). João concluiu mostrando que Jesus realizou muitos sinais miraculosos ali e que fez com que muitos acreditassem no Seu poder, porém, parece que aquela fé estava centrada no que viam e não em Cristo como Messias (v.23-25).
JOÃO PARA HOJE → Não concentre sua confiança em Jesus pelos sinais miraculosos que Ele fez, mas pela glória que Lhe compete por Ele ser Deus. Em seu momento devocional, separe um tempo para refletir na pessoa do Deus Filho e para adorá-Lo por Sua glória e Seu ser
III. Terceiro Ato – Ensino Sobre a Fé
(3:1-21)
O texto trata de um diálogo entre Jesus e o mestre fariseu Nicodemos, no qual podemos aprender pelo menos quatro aspectos sobre a fé.
1. Fé Religiosa
Nicodemos era fariseu, um dos líderes no Sinédrio (v.1;7:50). Foi um dos muitos que viu os sinais de Cristo (v.2;2:23). Como os demais, ficou maravilhado, porém, sem entende o significado mais profundo da mensagem de Jesus. Entretanto, é possível perceber que houve desejo sincero de aprender mais sobre a fé. Foi a primeira vez que o Senhor falou sobre o novo nascimento (v.3). O nascimento natural ocorre pelos homens, mas o nascimento espiritual vem de Deus (Ef. 2:8). Nicodemos é o perfeito exemplo de alguém dedicado à religião, mas que não entende o verdadeiro significado da fé.
2. Fé Regeneradora
Jesus aproveitou a indignação (v.4) para explicar a regeneração em termos diferentes (v.5). Observe que nesse texto Jesus falou usando uma linguagem mais apropriada ao contexto do AT. Na prática, Jesus facilitou o entendimento de Nicodemos. Água significava necessidade de purificação (Ez 36:24-27; Nm 19:17-19). Portanto, Jesus fez referência à lavagem espiritual realizada pelo Espírito. Por meio do nascimento natural, as pessoas se tornam membros de uma família terrena. Para tornar-se membro da família espiritual, é necessário o nascimento do alto, por meio da fé regeneradora (v.6). Daí a razão para Nicodemos não se surpreender (v.7), pois ele conhecia aquele tipo de ensino, só precisava de uma explicação.
De forma provocativa para o bem, Jesus falou algo ainda mais difícil para Nicodemos (v.8). Segundo John MacArthur, “o que Jesus quis dizer é que, assim como o vento não pode ser controlado ou compreendido pelos seres humanos, mas os seus efeitos podem ser testemunhados, assim também acontece com o Espírito Santo. Ele não pode ser controlado ou compreendido, mas a prova de sua obra é aparente. Onde o Espírito atua, ali há evidência inegável e certa” (Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, p.1386).
3. Fé Salvífica
“Então Nicodemos perguntou: Como pode ser isso?” (v.9). Era de se esperar que Nicodemos não entendesse. Como mestre, ele conhecia o AT, mas aquela linguagem estava distante da sua compreensão. Por isso, Jesus questionou o seu conhecimento (v.10).
Desse povo em diante, o diálogo se torna um monólogo de Jesus. Primeiro, Jesus informou que Ele é testemunha real da sabedoria que vem do alto (v.11). Segundo, Jesus novamente fez um paralelo entre o material e o espiritual (v.12). Terceiro, somente Cristo era testemunha pessoal e real das coisas celestiais (v.13; Pv 30:4). Quarto, novamente para facilitar o entendimento de Nicodemos, Jesus usou o AT (v.14; Nm 21:4-9). Do modo como aconteceu no AT deveria acontecer no NT. E concluiu, no verso 15, o propósito: “para que todo o que nele crê tenha a vida eterna”.
4. Explicando Sobre a Fé
João Calvino certa vez escreveu: “Não existe nenhum sol calmo onde nossa mente possa repousar enquanto não nos aproximarmos do gracioso amor de Deus”. (1) A fé é o caminho para nos achegarmos a este Deus amoroso (v.16). Não porque podemos fazer algo de bom, mas porque Deus nos amou mesmo não havendo nada de bom em nós (Ec. 7:20; Rm 5:8). (2) A fé é a consciência do grande feito de Deus – morreu para salvar (v.17; 12,47-38). (3) A ausência da fé é a credencial de condenação eterna (v.18-20). (4) A fé é a exemplificação da prática da verdade (v.21).
JOÃO PARA HOJE → “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que recompensa os que o buscam” (Hb 11:6). Ao ler o diálogo com Nicodemos, onde você se encontra? Se o diálogo fosse com você, teria algumas dúvidas sobre a fé? Quais são as lições que essa conversa lhe traz a respeito da fé no Salvador?
IV. Quarto Ato – Fé Que Testifica
(3:22-36)
Algum tempo depois, Jesus e Seus discípulos seguiram para a Judeia. Lá algumas pessoas eram batizadas (v.22). Jesus mesmo não batizava, mas o Seus discípulos (4.2). Já no vale do Jordão, num lugar chamado Enom, era João Batista que batizava (v.23). Nesse contexto, surgiu uma discussão sobre o cerimonial de purificação (v.25) e uma indagação para João Batista: “Mestre, aquele que estava com o senhor no outro lado do Jordão, do qual o senhor deu testemunho, está batizando, e todos vão até ele” (v.26). Observe como João Batista enfatizava o testemunho sobre Cristo.
João Batista, então, construiu seu argumento tirando o foco de si (v.27-28), descreveu a ordem natural de autoridade e importância no Reino (v.29) e mostrou a razão pela qual sua fé testificava a respeito de Cristo: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (v.30).
A ideia central que foi testificada é que Jesus veio do alto para ser anunciado por aqueles que estão na terra (v.31). Entretanto, esse testemunho pode ou não ser aceito pelos que são deste mundo (v.32-33). O ministério terreno de Cristo revela o próprio Deus e Sua autoridade (v.34). Então se conclui: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (v.36).
JOÃO PARA HOJE → Todo ensino que vem de Cristo deve ser recebido com alegria. Receber a mensagem de Jesus implica aceitar a autoridade plena de Jesus sobre si. Esta é a nossa fé! Como você tem se regozijado na fé que o Senhor lhe deu em seu dia a dia?
Conclusão
Estudamos quatro atos de Jesus: (1) transformação de água em vinho (sinal); (2) purificação do templo em Jerusalém (pureza); (3) diálogo com o fariseu Nicodemos (evangelismo); e (4) ensino do evangelho (batismo). Numa ordem instrutiva, podemos concluir que os capítulos 2 e 3 de João formam uma boa base para fundamentação da confissão de fé cristã e evangélica.
Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br