16.12.2019
Pr. Dionatan Cardoso
Texto Básico: João 5
Texto Chave: João 5:24: “Em verdade, em verdade lhes digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.”
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Vamos tratar sobre momentos e formas em que a autoridade de Jesus foi testemunhada. É imprescindível examinar a maneira que Ele Se apresentou em ambientes específicos e como foi interpretado pelos Seus contemporâneos. O capítulo 5 do Evangelho de João fundamenta os conceitos básicos que devemos aplicar em nossa relação de submissão à autoridade de Jesus.
I. Exemplificação da Autoridade
(5:1-15)
Mais uma vez Jesus subiu para Jerusalém por ocasião da uma festa (v.1), quando ocorreu algo singular em Seu ministério que nos ensina sobre a fé.
Em Jerusalém, havia um tanque chamado Betesda (v.2) que atraía muitos enfermos com desejo de serem curados (v.3). O verso 4 é registrado sob a perspectiva do doente, relatando uma crença supersticiosa que aquela água fazia milagres, mas isso não significa que, de fato, aconteciam milagres ali. Ainda hoje, sabemos de muitas pessoas no Brasil que acreditam ser milagrosos vários lugares – o que não passa de superstição. João estava apenas descrevendo o cenário que vigorava na época. O fato é que depositavam fé no lugar ou em coisas erradas, e não em Cristo.
1. A Compaixão de Jesus (5:5-7)
Certo homem atraiu a atenção de Jesus (v.5). O texto diz que há 38 anos aquele indivíduo não andava – é possível que a vida toda. O estado deplorável e crônico dele despertou a compaixão de Jesus (v.6), que perguntou: “Você quer ser curado”? A resposta do enfermo sugere total dependência (v.7) e sugere também que os homens nunca agiam misericordiosamente naquele lugar – era cada um por si. Os próprios enfermos eram incapazes de ajudar uns aos outros. A fala de Jesus é uma declaração de compaixão por alguém marginalizado e dependente.
2. O Poder de Jesus (5:8-9)
O texto revela que Jesus Se dirigiu ao homem e deu a ordem: “Levante-se, pegue o seu leito e ande” (v.8). Imediatamente o homem foi curado e provou com a própria vida o poder de Jesus (v.9). De novo observe: a demonstração do poder de Jesus visa algo maior.
3. Os Opositores de Jesus (5:9-13)
O estopim da crítica dos religiosos surgiu porque Jesus curou num sábado (v.9). Declararam que a religiosidade é mais importante que um ato de compaixão (v.10). Diante da indagação, vemos que o paralítico sequer sabia quem o curou, pois estava focado apenas na cura física (v.11,13). Os religiosos então cuscaram saber quem agiu contra a lei, mesmo sendo um ato de compaixão (v.12). Depois do segundo encontro com Jesus, o homem retribuiu a compaixão com traição (v.15).
4. A Salvação em Jesus (5:14)
O corpo havia sido curado, mas o homem precisava ouvir algo muito mais importante. Jesus então lhe disse: “Olhe, você foi curado. Não peque mais, para que não lhe aconteça coisa pior”. O cerne de tudo o que aconteceu nesse episódio é compreender que a salvação é mais importante que a cura física; que a superstição (tanque e anjo que supostamente curavam) e que a religiosidade (a guarda do sábado) não impedem que a compaixão para salvação seja demonstrada.
II. Unidade Como Modelo de Autoridade
(5:16-30)
Na ocasião da cura do paralítico, Jesus declarou que o trabalho celestial não podia ser interrompido ou impedido (v.17). O resultado da afirmação de Jesus gerou ainda mais reboliço, pois agora, queriam matá-Lo (v.18). Eram dois os motivos para a oposição: (1) Jesus teria violado o sábado; (2) Jesus afirmava ser Deus. Nesse cenário, Jesus proclamou um fantástico discurso de Sua divindade, autoridade e unidade com o Pai.
1. Unidade com o Pai
Os versos 19:20 declaram que as obras do Pai e do Filho estão em comum acordo – são essencialmente a mesma coisa. A unidade do Filho e do Pai demonstra que a autoridade de Jesus provém dos desígnios eternos do Pai. Isso significa que, sendo Jesus o próprio Deus, Sua autoridade tem origem em Si mesmo. Noutra ocasião, Jesus declarou: “Eu e o Pai somo um” (10:30).
2. Divindade
Como parte das obras de Jesus, João aponta a ressurreição (v.21). Os judeus criam que somente Deus poderia ressuscitar – estavam certos nisso! O problema e que não compreenderam que Jesus é Deus, portanto, podia ressuscitar e dar vida. Jesus mesmo disse que “vivifica aqueles a quem quer”.
3. Autoridade
Deus sempre foi reconhecido como o Juiz de toda a terra (Gn 18:25). Logo, em Sua divindade, Jesus também detinha autoridade para julgar (v.22). Eis a razão para que Jesus seja sempre honrado, pois Seu julgamento é sempre justo. Desonrar o Filho é desonrar o Pai (v.23). É também não reconhecer Sua autoridade como Juiz de todas as coisas.
Pela fé em Cristo (v.24), o homem recebe a vida eterna e muda sua realidade espiritual. Jesus faz referência a dois tempos: “vem a hora” e “já chegou” (v.25). “Já chegou” e uma referência à vida em relação à morte espiritual. “Vem a hora” é uma referência à ressurreição (v.28-29). Em Cristo, habita a vida, pois Ele é Quem doa a vida (v.26), eis a razão de termos visto antes que o julgamento de Cristo é justo (v.27,30).
III. Testificação da Autoridade
(5:31-47)
Testificar significa dar testemunho de autenticidade. Nesta seção aprenderemos sobre a autoridade messiânica ou divina de Jesus a partir do testemunho Dele mesmo.
1. Quatro Testemunhos em Favor de Cristo (5:31-40)
Na lei judaica, o testemunho em prol de si mesmo não tem valor (v.31). Por essa razão, Jesus Se vale de outros testemunhos acerca de Si mesmo.
a. João Batista (v.32-35) – Jesus chamou a atenção para outro testemunho que, segundo a lei judaica, podia ser validado (v.32). Ele falava a respeito de João Batista (v.33). Percebam que Jesus não precisava que homens provassem Sua messianidade. Entretanto, usou o recurso do testemunho humano para alcançar o coração do próprio homem (v.34). João Batista é figurado como candeia, o agente que permitia a irradiação da luz – a luz é Cristo (v.35).
b. As Obras de Cristo (v.36) – Já observamos, pelas declarações anteriores, que as obras de Cristo exemplificam Sua autoridade e provavam Sua divindade (5:19ss). Ele trouxe à memória de Seus ouvintes o que já fora dito e explicou que essas obras do Pai, realizadas pelo Filho, são maiores que o testemunho de João.
c. Deus, o Pai (v.37) – Se o testemunho de João Batista e das obras realizadas não eram suficientes, a declaração de Cristo agora aponta para Deus como testemunha. O problema é que, da perspectiva humana, é impossível provar Deus como testemunha, pois não pode ser ouvido ou visto. Por isso, Jesus apontou para a Escritura como fundamento do testemunho de Deus sobre a messianidade Dele.
d. A Escritura (v.38-40) – Jesus declarou o distanciamento espiritual dos religiosos (v.38). Eles conheciam as letras do texto, mas não conheciam o Deus do texto (v.39). A Bíblia trata de Cristo, mas eles não enxergam Cristo na Bíblia (v.40; Lc 24:25-27,44). As palavras de Jesus apontavam para o fato de que Deus havia testemunhado acerca de Sua messianidade por meio da própria Escritura.
2. Quatro Impedimentos à Fé em Cristo (5:41-47)
a. Divergência Sobre o Amor de Deus (v.41-42) – A ideia é que Jesus estava concentrado em cumprir Sua missão. Parte da Sua missão era revelar o coração corrompido do homem, por isso Ele disse: “conheço vocês. Sei que vocês não têm o amor de Deus” (v.42NVI; cf 1Jo 5:3;3:23;Jo 14:21).
b. Descrença na Palavra de Deus (v.43) – Os homens preferem os mitos e as fantasias do homem à verdadeira Palavra de Deus.
c. Desprezo à Glória de Deus (v.44) – Os homens querem aplausos da plateia em vez de apontarem para Cristo.
d. Diferença na Interpretação Bíblica (v.45-47) – Os religiosos só usavam e defendiam os textos que lhes agradavam, mas seriam esses mesmos textos que os condenariam (v.45). Toda a Escritura aponta para Cristo de algum modo (v.46). A questão não era o texto, mas como o texto era interpretado (v.47).
Conclusão
Esta lição solidificou ainda mais a fé cristã na plena autoridade de Jesus Cristo. Que o modelo da cura do paralítico assim como os testemunhos declarados sirvam de diretório para que cada um de nós se mantenha submisso às ordens de Jesus, e não cometamos os erros dos religiosos do primeiro século que não reconheceram a autoridade de Cristo!
Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br