23.12.2019

Identidade de Cristo

Pr. Dionatan Cardoso

 

 

Texto Básico: João 6

 

Texto Chave: João 6:35: “Jesus respondeu-lhes: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim jamais terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia	Texto
Segunda	João 6:1-15
Terça	João 6:16-21
Quarta	João 6:22-31
Quinta	João 6:32-40
Sexta	João 6:41-51
Sábado	João 6:52-59
Domingo	João 6:60-71

 

 

A narrativa de João, no capítulo 6, é uma descrição clara e precisa acerca da identidade e da posição de Jesus em Sua relação com os discípulos. É fundamental que compreendamos o que a Bíblia revela a respeito de Jesus, pois nosso conjunto de crenças sobre Cristo determinará nosso comportamento como servos de Deus. Se não soubermos a respeito de quem servimos, não saberemos como servir.

 

 

  I. Interpretações  

  (6:1-40)  

 

1. Equívoco sobre a Identidade de Jesus (6:1-15,22-27)

O cenário revela uma grande multidão seguindo Jesus, mas não por quem Ele era, e sim pelo que Ele fazia (v.2). O fato de Jesus ter subido ao monte e Se sentado indica um momento próprio para ensinar (v.3).

 

a. Jesus prova Seu discípulo (v.5-7) – Havia naquele momento uma multidão com fome (v.5). O texto paralelo, em Marcos 6:30-44, dá detalhes sobre o cansaço e a fome da multidão. Foi nesse cenário que Jesus colocou Filipe à prova (v.6). Observe que Filipe alerta sobre a impossibilidade de alimentar tanta gente (v.7). Um denário era um dia de salário, ou seja, era preciso muito trabalho para comprar tantos pães. Não tinham recursos, mas Cristo providencia alimento não com dinheiro, e sim com Seu poder e autoridade.

 

b. Jesus mostra Seu poder (v.8-12) – Naquele momento, outro discípulo tomou a palavra para mostrar a impossibilidade de alimentar todo aquele povo. Havia somente cinco pães e dois pequenos peixes (v.8-9). Novamente o Mestre deu ordem para se sentarem, indicando que viriam outras preciosas lições (v.10). Então, Jesus agradeceu por aquele pouco alimento e começou a repartir com a multidão (v.11). Algo inconcebível para a ótica do homem aconteceria em seguida: o alimento se multiplicou. O texto diz que todos foram alimentados (v.11-12).

 

c. Jesus Ensina sobre Mordomia (v.12-13) – Ele deixa claro que o desperdício é uma forma de desprezo ao cuidado de Deus (v.12). Antes estavam todos desejando migalhas de alimentos, seria sensato que não desperdiçassem nada diante da fartura. Aquela refeição foi singular, pois terminou com mais comida do que começou (v.13).

 

d. A Multidão interpreta Erradamente os Fatos (v.14-15,22-27) – O povo reconheceu a autoridade de Jesus, mas não entendeu quem de fato Ele era (v.14). Possivelmente a referência é ao profeta de Deuteronômio 15:15-18. Mais adiante, fica claro o que estava no coração a multidão – queria comida fácil (v.22-27). Isso motivou aquela gente a proclamar Jesus como seu rei, mas não de uma perspectiva espiritual, e sim terrena (v.15). Como o plano *de Jesus era outro, Ele Se retirou para o monte.

 

  JOÃO PARA HOJE   → Havia percepções erradas das pessoas sobre Jesus e o Evangelho, mesmo entre Seus discípulos. Quais dessas percepções você acha que temos de lidar nos dias de hoje?

 

2. Ensino correto sobre a Identidade de Jesus (6:16-21, 28-40)

Depois do milagre da multiplicação, Jesus foi orar no monte (v.15). Em Marcos, observamos que Jesus insistiu para que os discípulos voltassem para o outro lado (Mc 6:45). Ao anoitecer, os discípulos se dirigiram para o mar da Galileia (v.16), depois entraram no barco para a travessia até Cafarnaum (v.17). Algumas informações interessantes:

* o horário era inapropriado para a travessia;

* Jesus não estava com eles;

* Enquanto navegavam, formou-se uma tempestade, colocando-os sob risco de morte (v.18).

 

a. Jesus é Senhor – Depois de muito remar, os discípulos enxergaram Jesus vindo pelas águas e ficaram assustados (v.19). Marcos 6:45-51 e Mateus 14:22-28 dão detalhes dessa tensão. Logo, Cristo Se identificou (v.20) e acompanhou os discípulos em segurança até a margem (v.21). A identidade de Cristo como Deus é reafirmada à medida que Ele prova Sua autoridade até mesmo sobre a natureza (Hb 1:1-2).

 

  JOÃO PARA HOJE   → “Tão somente na presença de Cristo desfrutamos de abandante base de confiança, de calma e de sossego. Mas isso pertence exclusivamente aos discípulos de Cristo” (João Calvino em Evangelho Segundo João, v1, E. Fiel). Em que se baseia essa calma? Como você pode desfrutar dela hoje?

 

b. Jesus é o Salvador – A multidão demonstrou que todo o interesse dela estava no que Cristo podia dar e não em quem Ele é (v.30-31). Jesus então afirmou: todos os tipos de pães foram dados por Deus (v.32-33) – (1) o pão físico (trigo e sal); e (2) o pão espiritual (Jesus Cristo). “Senhor, dê-nos sempre desse pão” (v.34), declarou a multidão. Jesus então deu a resposta conclusiva: “Eu sou o pão da vida” (v.35). A comida física satisfaz temporariamente, mas o pão da vida satisfaz eternamente. A incredulidade e a má compreensão daquele povo foram confrontadas de maneira objetiva por Jesus (v.36). A doutrina da eleição se evidencia pela boca de Jesus. Deus é quem dá, e Jesus é quem salva (v.37). Jesus é o modelo de obediência ao Pai (v.38). Mas qual é a vontade do Pai? (v.39-40). (1) Jesus não perderá nenhum dos que creram em Seu nome e (2) Jesus ressuscitará os salvos para a eternidade, pois Ele é o pão da vida.

 

 

  II. Reações  

  (6:41-71)  

 

Quando o evangelho é anunciado, duas reações são possíveis: rejeição ou aceitação.

 

1. Os Judeus Rejeitaram (6:41-51)

Esta passagem afirma que Deus é quem atua de forma especial para que o pecador se arrependa e creia em Jesus Cristo. Depois da mensagem sobre o pão da vida, uma tensa crítica contra Jesus se iniciou (v.41-42). Por isso, Jesus repreendeu aqueles críticos religiosos, mandando-os se calarem (v.43) e reafirmou a mensagem de salvação tendo Deus como autor (v.44-46). A Bíblia declara que o homem não tem capacidade de se salvar (Rm 3:9), portanto, Deus é quem o salva.

 

Percebemos que, diante do ensino sobre a salvação por meio da morte de Jesus (v.47-59), a fala provocou uma reação negativa por parte dos judeus que não foram capazes de compreender corretamente as palavras do Mestre, ou seja, não entenderam quem é Jesus, por isso reagiram mal.

 

2. Os Seguidores Rejeitaram (6:60-66.70-71)

Após o final da discussão na sinagoga, os resultados da mensagem de Crsito são escancarados. A maioria rejeita a mensagem do evangelho. Vejamos três faces da rejeição ao evangelho de Cristo:

 

a. Escândalo (v.60-62) – A mensagem de Crsito foi considerada insuportável (v.60). Eram seguidores de Jesus, mas estavam muito longe de ser discípulos de fato. Na sequência, lemos que Cristo, conhecendo o coração deles e sabendo que murmuravam, perguntou: “Isto escandaliza vocês?” (v. 61). Se já estavam escandalizados até aquele ponto, o que dizer de coisas ainda maiores (v.62).

 

b. Incredulidade (v.63-65) – Jesus apontou o caráter vivificador de Sua palavra (v.63). A maneira de nos alimentarmos de Cristo é receber com prazer as Suas palavras (Jr 15:16). Mas observe que continuaram incrédulos à mensagem enquanto outro trairia Jesus, a saber, Judas Iscariotes (v.64). Por essa razão, Jesus reafirmou a doutrina da eleição (v.65). Só crê em Jesus aquele que Deus atrair (v.37,44).

 

c. Abandono (v.66,70-71) – Aqueles que eram meros seguidores decidiram abandonar Jesus (v.66). “A que eles queriam Jesus não daria, e o que Jesus ofereceu eles não quiseram” (F.F. Bruce). Muitos dos seguidores na Galileia assim como os de Jerusalém (2:23-25) não foram aprovados no teste. Na construção maior de João, agora faz mais sentido o texto de 1João 2:19.

 

3. Os Discípulos Aceitam (6:67-69)

Só os discípulos íntimos ficaram (v.67). Então, Jesus perguntou: “Será que vocês também querem se retirar?” A construção no original, que contém a partícula “não”, sugere que Jesus está indicando o sentimento presente no coração dos discípulos, que talvez fosse de partir também. Essa intenção ficaria mais clara se a tradução fosse “vocês querem ir embora, não é mesmo?” Pedro respondeu constrangido, mas reconheceu que só há um caminho (v.68), depois incluiu os demais discípulos e escancarou a aceitação ao evangelho de Cristo (v.69).

 

  JOÃO PARA HOJE  → Em João 8:31 e 14:21, verificamos o que significa ser verdadeiro discípulo de Jesus. Você pode afirmar que é discípulo de Cristo com base no que aprende nesses textos?

 

 

  Conclusão  

 

Estudamos sobre a identidade, a autoridade e a mensagem de Jesus. Aprendemos que Jesus é Senhor sobre a natureza e sobre a salvação. Vimos também que a mensagem do Evangelho foi rejeitada pela maioria e aceita por uma minoria. Portanto, devemos nos render completamente ao senhorio de Jesus e jamais rejeitar a Sua mensagem.

 

 

 

 

 

 Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br