13.01.2020
Pr. Dionatan Cardoso
Texto Básico: João 8
Texto Chave: João 8:12: “De novo, Jesus lhes falou, dizendo: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.”
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João 8:1-11 |
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João 8:20-30 |
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João 8:31-38 |
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João 8:39-47 |
Domingo |
João 8:48-59 |
Chegamos ao capítulo 8 deste livro tão precioso. A essa altura, o propósito maior do evangelho já está bem definido: comprovar a divindade de Jesus. Portanto, ao estudarmos este texto que descreve perseguições e questionamentos contra Jesus, precisamos fazê-lo observando como a superioridade de Jesus se evidencia nos diversos diálogos narrados.
I. A Superioridade de Jesus em Relação à Lei
(8:1-11)
O capítulo 7 terminou com a partida da plateia de Jesus (7:53). O capítulo 8 iniciou com Jesus indo para o monte das Oliveiras (v.1). No dia seguinte, todos retornaram ao templo e ouviram mais ensinos proferidos por Jesus (v.2). Nesse momento, os religiosos, na tentativa de provarem Jesus, trouxeram uma mulher pega em adultério e a expuseram ao público (v.3-5).
Observe a clara intenção de colocar Jesus numa cilada:
→ se Jesus dissesse: “apedrejem a mulher”, seria contra o direito do império romano;
→ se Jesus dissesse: “não apedrejem a mulher”, alegariam que é contra a Lei de Moisés (Dt 22:23).
Tudo o que eles queriam era ter um motivo ardiloso para acusar Jesus e condená-Lo (v.6). O gesto de Jesus, ao escrever no chão, foi o mais improvável (v,6).
Enquanto os religiosos intensificaram seus questionamentos, Jesus fez uma afirmação apontando para o coração deles: “Quem de vocês estiver sem pecado seja o primeiro a atirar uma pedra nela” (v.7). Jesus trouxe para Si o direito de julgar, pois só Ele não tinha pecado naquele local, entretanto, Ele simplesmente voltou a escrever no chão (v.8).
Nada podendo fazer contra as palavras de Jesus, foram embora, exceto Jesus e a mulher (v.9). Jesus a absolveu (v.10-11) e depois a despediu com as palavras: “vá e não peque mais” (v.11).
JOÃO PARA HOJE → Alguém disse: “Você só percebe quão forte é um cavalo quando tenta pegá-lo”. Assim: “só se percebe quanto o pecado está vigorando quando se luta contra ele”. Você tem o hábito de avaliara a si mesmo antes de avaliar outros (Mt 7:3-5)?
II. A Superioridade de Jesus em Relação ao Testemunho
(8:12-20)
Ao longo de Seu ministério, Jesus usou várias figuras para explicar a salvação por meio Dele: água da vida (4:13-14; 7:37-38); pão da vida (6:35) e nesse texto, luz do mundo (v.12).
Sobre essa última, precisamos lembrar algumas informações extras:
1. no Antigo Testamento, Deus é chamado de luz (Sl 27:1);
2. quem anda na luz é capaz de enxergar (Sl 36:9);
3. quem anda na luz também é luz (Is 49:6; Mt 5:14);
4. a palavra de Deus é luz (Sl 119:105; Pv 6:23);
5. Jesus sempre foi a luz dos homens (Jo 1:4-5);
6. há um contraste entre os filhos das trevas e os filhos da luz (Jo 3:19-21).
Em todas as literaturas joaninas, a luz e uma associação direta a Deus e implica pureza. Em contraposição direta, viver nas trevas, na literatura joanina, é opor-se à luz, portanto, fazer o que não agrada a Deus. É pecado, mancha a iniquidade contra o Senhor. Quando Jesus reivindica ser a luz do mundo, Ele declara Sua autoridade para salvar o homem do pecado.
Naquele momento, os religiosos questionaram o testemunho de Jesus, pois era previsto na Lei que todo testemunho deveria ser validado por duas pessoas, pelo menos para casos de julgamentos para punição ou absolvição de um crime, nada dizia sobre o testemunho para a chegada do Messias. A verdade é que a Lei não contrariava o testemunho de Jesus, pois de fato era verdadeiro (v.14). Entretanto, sabemos que os religiosos julgavam segundo a aparência (v.15; cf 7:24). De qualquer forma, Jesus aproveitou o momento e declarou aos ouvintes quem era Sua outra testemunha – Deus (v:16-20).
JOÃO PARA HOJE → Não se posicione conta o que Cristo ensinou. Lembre0se de que isso é próprio de quem não crê Nele. Você tem defendido o ensino de Cristo com todo vigor? Nesse assunto, é impossível a neutralidade (Mt 12:30).
III. A Superioridade de Jesus em Relação à Identidade
(8:21-30)
O que Jesus disse (v.21) não foi claro para os ouvintes (v.22). Cada palavra de Jesus funcionou como um enigma que precisaria ser decifrado e que só poderia pela atuação do Espírito Santo (16:8; 1Co 2:14).
A partir desse ponto, vemos duas afirmações de Cristo sobre Sua identidade e missão:
1. Eu Sou Lá de Cima (8:23-24)
O contraste aqui é entre a esfera de Deus e a esfera do mundo caído e pecador (cf 1Jo 5:15-17). Paulo deu uma orientação clara sobre o assunto quando escreveu aos colossenses (Cl 3:1-4). Num sentido prático, F.F. Bruce diz que “a única maneira de alguém na esfera inferior subir para a superior é através de outra pessoa que desce desta esfera superior e depois ‘sobe para o lugar de onde primeiro veio’ (6:62), abrindo um caminho – na verdade, sendo ele mesmo o caminho – através do qual outras pessoas também podem subir (14:6)” (João: Introdução e Comentário, Ed. Vida Nova).
2. Eu Sou o que Fala e o que Faz a Vontade do Pai (8:25:28)
O espanto diante da declaração de Jesus leva a uma pergunta direta: “Quem é você?” “o que é que eu tenho dito a vocês desde o princípio?”, ou seja, Eu sou o Filho de Deus. Eles não conseguiram entender que Jesus estava Se apresentando como Deus e que estava no mundo em obediência ao plano do Pai. Jesus veio ao mundo para revelar o Pai, e a maneira mais completa de fazê-lo foi na cruz. O resultado prático de tudo isso é que pessoas se convertem (v.30).
IV. A Superioridade de Jesus em Relação à Mensagem
(8:31-59)
A fé é como uma semente que aflora – brota e cresce – de modo que as pessoas de fora e de dentro saibam que ali foi plantada uma semente. Esta seção é muito interessante, pois revela contrastes que envolvem os verdadeiros e os falsos servos de Deus.
No verso 31, Jesus fala sobre permanecer firme em Sua palavra. Isso significa ter a vida ajustada, orientada ou harmonizada com a Palavra de Cristo (cf Jo 14:15,21,23; 1Jo 2:3-4). F.F. Bruce diz que “a verdade, por sua própria natureza, não pode ser imposta de fora, nem pode ser autenticada por algo fora dela. Ou vemos a verdade pelo que ela é, ou não” (João: Introdução e Comentário, Ed. Vida Nova).
Do verso 32 ao verso 36, notamos que Jesus desvia o olhar dos que creram e Se volta para os descrentes que ali estavam. Ele passa de um discipulado para um evangelismo ou as duas coisas juntas. Em João, a palavra “verdade” está associada à pessoa de Jesus. Nesse sentido, Ele está apontando para as Suas palavras, mas também para Si, como quem diz: “eu sou a verdade, somente eu posso libertar vocês da escravidão”.
Na seção que vai dos versos 37-47, observamos uma tensão gerada pelas afirmações de Cristo em relação aos religiosos – Jesus distingue os filhos de Abraão dos filhos do Diabo. Observe que Jesus concorda com a afirmação de que eles eram descendentes étnicos de Abraão (v.37). Contudo, Ele ensina que o relacionamento ético, moral e espiritual é mais importante do que o natural (v37b-40). Certamente os religiosos rejeitaram as palavras de Jesus e protestaram contra o fato de não serem reconhecidos como filhos legítimos (v.41). A questão é que, se fossem filhos legítimos, saberiam que Jesus é o Messias, no entanto, eram incapazes de aceitar o Cristo (v.42-43).
Então, Jesus os chamou de filhos do Diabo, pois realizavam obras malignas, sou seja, desejavam matar Jesus (v.44). O fato é que o ímpio é incapaz de ouvir o que Deus diz porque não faz parte da família da fé (v.45-47). Eles retrucaram e chamaram Jesus de samaritano e endemoninhado (v.48). Agora observe, se havia desprezo para o samaritano, o que dizer de um endemoninhado. O que eles queriam dizer era: você é mais que um samaritano imundo, você é um endemoninhado louco.
A resposta de Jesus foi: “honro o meu Pai” (v.49). As palavras de Jesus estão longe de ser demoníacas, pois foi o Pai quem mandou proferi-las (3:34; 17:8-14). Falar a verdade provocou oposição (v.50). Então vemos a sentença principal de Jesus: obediência à Palavra é o caminho da salvação (v.51). Mais uma vez o ensino de Cristo não é compreendido (v.52-53). A resposta seguinte de Jesus declarou Sua posição diante do Pai – igualdade (v.54-56). Novamente questionaram Jesus afirmando ser impossível que Jesus e Abraão tivessem se encontrado, sob argumento cronológico (v.57). Então, Jesus declarou sem rodeios: “… antes que Abraão existisse, Eu Sou” (v.58). Era o que faltava para o motim se formar de vez (v.59), porém, Jesus escapou.
JOÃO PARA HOJE → A obediência à Palavra é o caminho do salvo (v.51). Você tem se submetido às palavras de Cristo? Tem cuidado para obedecer aos Seus ensinamentos, sendo cristão autêntico e fiel?
Conclusão
Aprendemos que o ministério terreno de Jesus revelou, em diversas situações e diálogos, a Sua superioridade. Seja pelo poder ou pelo ensino, precisamos reconhecer que Cristo é Senhor de nossa vida, logo, nosso comportamento deve redundar em obediência a Ele.
Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br