TV PIBCI

Leitura Diária


10.02.2020

O Amor Divino Versus a Traição Humana

Pr. Dionatan Cardoso

 

 

Texto Básico: João 13

 

Texto Chave: João 13:34-35: “Eu lhes dou um novo mandamento: que vocês amem uns aos outros. Assim como eu os amei, que também vocês amem uns aos outros. Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor uns aos outros.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

 Segunda

 João 13:1-11

 Terça

 João 13:12-20

 Quarta

 João 13:21-30

 Quinta

 João 13:31-35

 Sexta 

 João 13:36-38

 Sábado

 1João 4:19-21

 Domingo

 Zacarias 11:12-13

 

 

Este e um dos mais emblemáticos textos em toda a Escritura. A passagem quebra muitos paradigmas humanos sobre obediência e demonstração de amor. Jesus Cristo, como modelo perfeito de humanidade, deixou-nos um legado simplesmente fascinante.

 

 

  I. Exemplificação do Amor Divino  

  (13:1-20)  

 

A cerimônia da lavagem dos pés ilustra o grande amor divino e instrui os discípulos de Jesus sobre a humildade. Como exercício prático, antes de qualquer coisa, precisamos ler os textos de Mateus 22:37-39; 1João 4:19-21 e João 13:34-35, e refletir sobre o dever de amar.

 

Do capítulo 1 ao 12 do Evangelho de João, o ensino de Jesus Cristo atingiu o grande público, mas a partir do capítulo 13, vemos o início das lições voltadas exclusivamente para os discípulos. Segundo J. c. Ryle, “são comida e bebida, fortaleza e conforto para todos os verdadeiros crentes”. Não foi à toa que o início desse discipulado teve como fundamento o amor.

 

Destacamos quatro sentenças sobre a declaração do amor divino:

 

1. O Amor Divino foi demonstrado por Jesus (13:1,3-5)

Estava chegando a hora da morte de Cristo: “...sabendo Jesus que era chegada a sua hora...” (v.1). Aquela era a ocasião mais oportuna para Jesus, mais uma vez, declara Seu grande amor: “...tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (v.1). A questão em pauta é que a morte de Jesus já havia sido decretada na eternidade (v.3).

 

Os versos 4 e 5 descrevem Jesus como grande modelo de amor. Aqui é necessário explanar.

 

Precisamos de uma explicação de caráter cultural, pois no versículo 4, temos a seguinte cena: Jesus Se levantou da ceia, tirou Suas vestes e, tomando uma toalha, cingiu-Se. Nos procedimentos dos judeus, quando uma pessoa chegava da rua e ia tomar uma refeição, ela passava normalmente por um ritual padronizado na lei judaica em que tinha de lavar as mãos – tinha o jeito certo de colocar a mão, o jeito certo de derramar a água – e tinha-se a prática de lavar os pés. Pela maneira como as pessoas se colocavam à mesa, que era baixa e rente ao chão, elas se inclinavam para um lado, colocando os pés para o outro lado, próximos de outra pessoa. Por isso, lavavam os pés. Nas casas de pessoas mais ricas, havia um empregado que fazia esse trabalho: chegava-se à casa tirava-se a sandália, e o empregado lavava-lhe os pés. Numa casa que não tinha esse empregado, tal tarefa ficava por conta do grupo de pessoas que chegava. Era normal então, destacarem a pessoa de menor expressão do grupo para lavar os pés dos outros.

 

Observem que, na narrativa, Jesus Cristo fez o trabalho do escravo, identificou-Se como o menor. Aquela era a forma mais profunda de demonstrar amor.

 

JOÃO PARA HOJE → Nenhuma veste combina tão bem com o crente como o avental da humildade (1Pe 5:5). Cristo é o nosso modelo. Seja esta a vestimenta em sua vida, a saber – a humildade.

 

2. O Amor Divino foi rejeitado por Judas (13:2,11)

Os versos 2 e 11 mostram quão profundamente corrupto é o coração do homem. Judas já havia demonstrado indícios de sua incredulidade (12:4-6) enquanto Jesus dava constantes provas de Seu amor, mas naquele momento o coração de Judas se enrijeceu de forma definitiva.

 

JOÃO PARA HOJE → Como pode alguém rejeitar tamanho amor? A resposta é: por causa do pecado que obscurece o entendimento do homem e não o permite ver. Lembre-se: isso não pode ser uma desculpa para não evangelizar, fale sempre do amor de Cristo aos perdidos.

 

3. O Amor Divino foi incompreendido por Pedro (13:6-11)

É interessante mostrar que, nos versos 6-8, Pedro escancarou seu sentimento em relação à atitude de Jesus, mas provavelmente aquele era o sentimento da maioria ali no recinto. Para ele, já era constrangedor ver Jesus lavando os pés de seus companheiros quanto mais ter os próprios pés lavados pelo Mestre. Diante da postura de Pedro, Jesus indicou que a compreensão só viria depois que Ele fosse crucificado (v.7). Era necessário que Cristo o lavasse, mas a referência era em relação a um fato posterior, diz respeito a regeneração – lavar com sangue. Naquele momento, Pedro se precipitou e foi além do que Cristo queria demonstrar (v.9). Mas veio a grande lição: a salvação é um ato de lavagem total do homem – justificação (v.10-11).

 

JOÃO PARA HOJE → Muitas vezes, agimos como Pedro: sem compreensão clara das coisas espirituais. Eis a importância de nos voltarmos à Escritura: “O erro de vocês está no fato de não conhecerem as Escrituras...” (Mt 22:29). Você pode afirmar que tem buscado essa compreensão da Palavra?

 

4. O Amor Divino deve ser declarado por nós (13:12-17)

De maneira objetiva, no verso 12, Jesus apontou a necessidade de compreensão dos Seus ensinos e confirmou Sua autoridade para ensinar (v.13). Por fim, deu a ordem para que Seus discípulos seguissem Seu modelo de demonstração de amor (v.14-17)

 

 

  II. Predição da Traição ao Divino  

  (13:18-30)  

 

A predição da traição de Judas Iscariotes revela estágios da queda de um homem. Já vimos anteriormente sobre o ensino de Jesus em relação à humildade (13:1-7). Na sequência, Jesus passa a falar de traição e queda.

 

Há três estágios que encaminham o homem à queda:

 

1. Conhecer a Bíblia e não a praticar (13:18-20)

A conexão com o verso 17 é necessária para a compreensão do texto. Jesus tinha acabado de ordenar que os discípulos O imitassem e obedecessem a Ele. No verso 18, vemos que Cristo informou haver alguém que não estava interessado naquela ordem. Ele conhecia bem os doze que escolhera, podia ler no coração deles e distinguir o homem que estava cultivando pensamento de traição.

 

O propósito de Cristo era produzir a prática da fé no Eu Sou (v.19). Nesse sentido, os discípulos deveriam estar preparados para reconhecer melhor quem era o Mestre deles (Êx 3:14; Is 41:4; 43:10,13). Afinal, aceitar o ensino de Jesus de forma prática é aceitar a autoridade de Deus (v.20).

 

2. Não reconhecer o amor de Cristo (13:21-26)

Os discípulos ainda não tinham entendido a gravidade do ensino de Jesus. Falar explicitamente que, entre os doze, alguém O trairia comoveu profundamente Jesus (v.21). Mas a dúvida ainda pairava entre os discípulos de modo a buscarem a percepção do culpado (v.22). Pedro, o mais afoito, queria logo desvendar o mistério e fez sinais para João perguntar diretamente a Jesus (v.23-25). Jesus indicou o traidor por meio de um símbolo: entrega do pedaço de pão molhado (v.26). Dar o primeiro pedaço de pão era honrar, similar ao nosso primeiro pedaço de bolo. Nesse ato, percebemos o admirável amor de Cristo pelos pecadores, porém, Judas não reconheceu esse ato.

 

3. Ser irredutível ao erro (13:27-30)

Não havendo mais possibilidade de retorno, Jesus disse a Judas que fosse logo executar sua traição (v.27). Note que, a partir desse ponto, as ações de Judas estão sob o domínio de Satanás. Foi um ato incompreendido pelos demais discípulos (v.28). Judas não voltou atrás, sua queda era inevitável àquela altura (v.29-30). Judas estava totalmente irredutível ao erro. O pecado o cegou completamente.

 

JOÃO PARA HOJE → Você se deixa seduzir completamente pelo pecado? Você cuida de sua vida para não ser atraído à queda? Cuidando para que o pecado não o enrede completamente.

 

 

  III. Predição da Negação do Divino  

  (13:31-38)  

 

O Senhor Jesus ficou com os 11 discípulos, Judas abandonara o grupo. O contraste entre a atitude de Judas e aquilo que os discípulos deveriam fazer é muito evidente. Nesse contexto, Jesus indicou a proximidade para a consumação de Sua obra (v.31-33; cf. 12:23). Deus estava sendo glorificado por meio da obediência do Filho (cf. 17:4). Glorificação, no texto, tem relação direta com obediência.

 

O padrão do amor que os discípulos deveriam ter uns pelos outros é o mesmo que o Senhor derramou em abundância sobre eles (v.34-35; cf. 13:1). O mandamento do amor não era novo; toda a Lei e os Profetas foram resumidos no mandamento duplo (Dt 6:5; Lv 19:18; Mc 12:28-33; Gl 5:14); mas com Seu ensino e ainda mais com o Seu exemplo (cf. 14-15), Jesus lhe deu nova profundidade de significado. Diante dos fatos, resta-nos apenas amar (Mt 22:38-39; 1Jo 4:19-21). Neste sentido, era de se esperar que os discípulos amassem Jesus até o fim, inclusive na cruz.

 

JOÃO PARA HOJE → “Jesus disse que nosso amor cristão mostrará que somos seus discípulos… O amor é mais do que simplesmente um sentimento afetuoso; é uma atitude. Como podemos amar os outros como Jesus nos amou?! (BEAP, p.1447).

 

Nos versos 36-38, vemos que a falta de maturidade de Pedro é mais uma vez demonstrada como em 13:6. Pedro ainda não estava pronto para suportar o escárnio da cruz, mas ouviu o ensino de que a misericórdia de Cristo é declarada ao morrer a nossa morte para vivermos a Sua vida. Quando Pedro disse que morreria por Jesus, imediatamente foi repreendido pelo Mestre e ouviu algo que certamente não gostaria naquele momento: “Em verdade, em verdade lhe digo: antes que o galo cante, três vezes você me negará!” (v.38). Sabemos pela sequência da narrativa que Pedro de fato O negou (18:15ss). Sabemos também que Cristo, por misericórdia, o restabeleceu ao ministério (21:15ss).

 

 

  Conclusão  

 

Compreender o amor de Jesus não é tarefa simples. Para experimentar e viver esse amor, é preciso conhecer e reconhecer os feitos e fatos sobre Jesus Cristo, e, principalmente, reproduzi-los em atos de obediência na relação com aqueles que estão à nossa volta.

 

 

 

 

 

 Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

Comentários


(28) 3522-0419

Avenida Beira Rio, 93 - Guandu - Cachoeiro de Itapemirim - ES

© Primeira Igreja Batista de Cachoeiro de Itapemirim. Todos os direitos reservados.

 

Produção / Cadetudo Soluções Web