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Leitura Diária


09.03.2020

Oração e Unidade

Pr. Dionatan Cardoso

 

 

Texto Básico: João 17

 

Texto Chave: João 17:24: “Pai, a minha vontade é que, onde eu estou, também estejam comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

 Segunda

 João 17:1-13

 Terça

 João 17:14-21

 Quarta

 João 17:22-26

 Quinta

 1João 4:13-21

 Sexta

 Tiago 5:13-18

 Sábado

 1Tessalonicensses 5:18-22

 Domingo

 Mateus 5:44-48

 

 

Alguns costumam dizer: “a melhor maneira de aprender a orar é orando”. É bem verdade que a prática da oração leva à maturação de quem ora. Entretanto, o mais correto é dizer: “a melhor maneira de aprender a orar é lendo a Bíblia”. Na Bíblia, encontramos inúmeros modelos de orações piedosas. É certo que, por causa de nossa natureza pecaminosa, nunca oraremos perfeitamente (Rm 8:26). Contudo, podemos olhar para o modelo de Jesus e aprender a orar melhor.

 

Todo o capítulo 17 do Evangelho de João é uma oração de Jesus. O conteúdo dessa oração demonstra três aspectos distintos: (1) Jesus orou por Si mesmo – doxologia (17:1-5); (2) Jesus orou por Seus discípulos – intercessão (17:6-19); (3) Jesus orou por Sua igreja – súplica (17:20-26).

 

Como fonte principal para elaboração desta lição, foi utilizado um texto de Hernandes Dias Lopes, publicado em seu site: http://hernandesdiaslopes.com.br/a-oracao-do-deus-filho-ao-deus-pai/. Portanto, em vários momentos, faremos citações diretas ao referido autor.

 

 

  I. Jesus orou por Si mesmo  

 (17:1-5) 

 

A parte inicial da oração de Jesus é uma doxologia. Antes mesmo de começar a orar, o texto indica a reverência de Jesus ao olhar par ao céu (v.1). Na cultura judaica antiga, era comum olhar para o alto com mãos levantadas enquanto orava. Hoje é mais habitual fechar os olhos e curvar a cabeça ou dobrar os joelhos. No meio mais ortodoxo judaico, ainda é comum se movimentar elevando e reclinando o corpo e a cabeça enquanto ora. A razão para isso é se manter curvado diante de Deus ao mesmo tempo que o constante movimento mantém acordado ou atento. Todas essas formas têm significado, são importantes e devem ser usadas por nós.

 

Na sequência do verso 1, lemos: “Pai, é chegada a hora. Glorifica o teu Filho, para que o Filho glorifique a ti”. Noutras ocasiões, lemos da parte de Cristo que a hora ainda não havia chegado (cf 2:4). Desde o texto de 12:23, Jesus mudou o tempo do verbo e disse: “É chegada a hora”. A ideia é que chegou a hora de o Filho ser entregue nas mãos dos homens. Jesus tinha o perfeito entendimento de que a glorificação plena a Deus ocorreria por meio da Sua morte na cruz.

 

Mas o que significa de fato a glorificação? Os versos 4 e 5 respondem à pergunta. Segundo F.F. Bruce, “até o presente momento, Jesus tinha glorificado Seu Pai na terra sendo obediente em executar Sua vontade. Ainda restava um ato de obediência a ser prestado – no qual o Pai seria glorificado supremamente – a morte de cruz”. Uma questão a ser levantada é: Jesus afirma já ter glorificado o Pai, mas como isso é possível se a crucificação ainda não tinha acontecido? A resposta é que, mesmo antes daquele ato de obediência, Cristo estava convicto de que ele aconteceria. Essa glória já estava com o Filho e com o Pai desde a eternidade (1:2).

 

Voltando ao verso 2, vemos que toda a autoridade foi franqueada a Jesus Cristo. Ele tem autoridade sobre toda “a carne” ou sobre todos os homens. A humanidade admitindo ou não essa autoridade, ela continuará existindo sobre todos. Mas qual o propósito?

 

A fim de que ele conceda a vida eterna a todos que lhe deste”. A declaração da eleição é o fator que determina a autoridade de Jesus sobre a humanidade. Jesus já havia ensinado sobre o tema em 6:37,44-45,65.

 

No verso 3, observamos que a salvação passa pelo conhecimento de quem Deus é. A vida eterna, então, consiste no conhecimento das verdades pertencentes a Deus, essa mesma verdade que nos foi revelada pelos santos profetas de Deus em toda a Bíblia. Esse conhecimento não é meramente intelectual, mas também vivencial ou prático.

 

JOÃO PARA HOJE → Nossa oração deve ser regida pelo modelo que Cristo apresentou – doxológico: orar enaltecendo a Deus pelo fato de Ele ter providenciado a salvação pela cruz.

 

 

  II. Jesus orou por seus Discípulos  

 (17:6-19) 

 

Agora nos ocuparemos na segunda parte da oração que vai do verso 6 a 19. Nesse trecho veremos quatro aspectos que asseguram a nossa salvação em Cristo.

 

1. A eleição divina (17:6-8)

Segundo Hernandes Dias Lopes, “sete vezes Jesus afirmou que os discípulos lhe foram dados pelo Pai. Não apenas Jesus é o presente de Deus para a igreja; a igreja é o presente do Pai para Jesus. Não fomos nós que encontramos a Deus, foi Ele quem nos encontrou. Não fomos nós que amamos a Deus, foi Ele quem nos amou primeiro. Não fomos nós que viemos a Cristo, foi o Pai que nos trouxe a ele”.

 

Nessa linha de pensamento, podemos afirmar, a partir do texto, que a eleição se caracteriza por três aspectos: (1) aceitam a palavra de Cristo: “porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam” (v.8); (2) obedecem à palavra de Cristo: “eles têm guardado a tua palavra” (v.6); (3) creem que Jesus veio de Deus e é Deus: “eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti” (v.7).

 

JOÃO PARA HOJE → “A segurança da nossa salvação está fundamentada no caráter de Deus e na obra perfeita de Cristo em nós. É Ele quem nos guarda. É Ele quem nos livra. É Ele quem nos salva, nos conduz e nos leva para o céu” - Hernandes Dias Lopes.

 

2. O cuidado de Jesus (17:9-16)

Novamente nas palavras de Hernandes Dias Lopes, vemos que “Cristo orou pelos Seus discípulos. Nas suas diversas dificuldades, intercedeu por eles. Ele orou quando estavam passando por tempestades. Ele ourou por Pedro quando este estava sendo peneirado pelo diabo. Agora ele ora por eles antes de ir par ao Getsêmani”.

 

A intercessão de Jesus se caracteriza por três pedidos a respeito dos crentes: (1) proteção divina: “Pai santo, guarda-os em teu nome...” (v.11b); “não peço que os tire do mundo, mas que os guardes do mal” (v.15); (2) unidade do corpo: “para que eles sejam um, assim como nós somos um” (v.11c); (3) plenitude da alegria: “...para que eles tenham a minha alegria completa em si mesmos” (v.13b).

 

JOÃO PARA HOJE → “Se Jesus pôde guardar e proteger Seus discípulos em Seu corpo de humilhação, quanto mais em Seu corpo de glória. Se Ele pôde guardar Seus discípulos enquanto viveu na terra, quanto mais Ele pode nos guardar entronizado à destra do Pai em Seu trono de glória! A Bíblia diz que Jesus está à destra de Deus e intercede por nós (Rm 8:34). E que podemos ter segurança de salvação, porque Ele vive para interceder por nós no céu (Hb 7:25)” - Hernandes Dias Lopes.

 

3. A santificação (17:17-19)

Na Escritura, há três aspectos da santificação, tradicionalmente chamados de (1) santificação posicional – separados por deus para Deus; (2) santificação progressiva – processo de maturação ou purificação – o texto acusa que uma das maneiras mais efetivas de santificação é pela palavra de Deus; e (3) santificação permanente – perfeição alcançada na eternidade.

 

Na oração, Jesus declara de forma franca e objetiva: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade… para que eles também sejam santificados na verdade”.

 

JOÃO PARA HOJE → De uma ou de outra forma, sabemos que todos os aspectos da santificação vêm de Deus. Mas isso não exclui nossa responsabilidade. Sejamos santos como Cristo foi santo!

 

 

  III. Jesus orou por sua Igreja  

 (17:20-24) 

 

O verso 20 é, na verdade, uma transição na oração de Jesus. Antes, Ele orou pelos 11; depois orou por toda a igreja. Nos versos seguintes, por três vezes, lemos a petição: “afim de que todos sejam um...” (v.21); “...para que sejam um...” (v.22); “...a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade...” (v.23).

 

A unidade pela qual Jesus orou se trata da participação dos crentes no corpo de Cristo. Mas o que poderia fazer com que nós também fôssemos unidos? Segundo o próprio João, somente pelo Espírito Santo (1Jo 4:13).

 

A unidade declarada em amor é interna, mas se manifesta de forma externa. Jesus já havia dito como os discípulos seriam reconhecidos no reino terreno (13:335). A manifestação pública do amor propicia e evangelismo efetivo. O mundo que até então não lhes dava crédito poderia perceber Cristo por meio do amor.

 

JOÃO PARA HOJE → Precisamos declarar a unidade do corpo e o amor de Deus ao mundo. Esta é a mensagem que devemos levar aos perdidos (1Jo 4:14). É preciso testemunhar este amor.

 

O verso 24 diz: “Pai, a minha vontade é que, onde eu estou, também estejam comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo”. No verso 5, Jesus orou para ser reintegrado à glória, ao lado do Pai. Antes do universo existir, Jesus já usufruía na eternidade. Mas agora Ele orou para que nós pudéssemos gozar dessa glória plena. Os discípulos já haviam experimentado um pouco dessa glória em Cristo (1:14). Mas chegaria o dia em que desfrutariam de algo que não cabia na mente deles. Assim também ocorrera conosco.

 

 

 Conclusão 

 

Os versos 25-26 são a conclusão da oração e também deste estudo. Leia e reflita a maneira que Jesus sintetizou, nestas curtas palavras, tudo o que disse anteriormente, e faça autoexame do seu modelo pessoal de oração. “Pai justo, o mundo não te conheceu. Eu, porém, te conheci, e também estes reconheceram que tu me enviaste. Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que amaste esteja neles, e eu neles esteja”.

 

 

 

 

 

 Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

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