08.06.2020
Pr. Paulo Chaves Barbosa
Texto Básico: Êxodo 19:1-20:17
Texto Devocional: Salmos 19:1-14
Texto Chave: Êxodo 19:5: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha.”
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Quando pensamos nos dez mandamentos, imaginamos logo um fato restrito ao passado, no Antigo Testamento, e que nada tem a ver com o cristianismo da era da graça.
Roderich Meredith disse que há todo tipo de pensamento sobre os dez mandamentos: todos gostam do filme, alguns os amaldiçoam, outros os quebram e outros os chamam de "lei impossível".
Fazemos aqui três considerações sobre os dez mandamentos.
1. São palavras de Deus. Moisés transmitiu, mas o Doador e Autor é Deus (Êx 20.1-2).
2. Apresentam a aliança de Jeová com Israel. Deus está fazendo uma aliança com Seu povo e deixa mandamentos que deverão ser observados (Êx 19.5).
3. Não são uma imposição autoritária, mas produto de uma aliança que foi aceita alegre e voluntariamente (Êx 19.8).
Os mandamentos traçam uma linha de relacionamento vertical (homem/Deus - do homem para Deus) e outra horizontal (homem/homem - do homem para o homem). Nas palavras de Lutero: "Os dez mandamentos formam um compêndio de doutrina divina, o qual nos ensina como devemos nos comportar a fim de que a nossa vida agrade a Deus".
l. O homem em relação a Deus
(Êx 20:3-11)
Os quatro primeiros mandamentos tratam do relacionamento comprometido do homem com Deus. Esses revelam quatro características de Deus, segundo Paul Hoff, que deverão ser observadas.
1. A unicidade de Deus
(Ex 20:3)
Deus chama a atenção para Si mesmo em primeiro lugar, proibindo a idolatria. O homem não pode adorar outros deuses, pois não existem; eles são como o vento (Os 12:1).
Aplicação → Sempre que qualquer pessoa ou objeto toma o primeiro lugar em nossa vida - o lugar que pertence somente ao Deus verdadeiro - cometemos o pecado de idolatria.
2. A espiritualidade de Deus
(EX 20:4-6)
Ao homem é proibido adorar imagens, como também prestar culto ao verdadeiro Deus de forma errada (Jo 4:24). Esse segundo mandamento não foi dirigido aos deuses pagãos das outras nações (isso foi proibido no primeiro), mas contra a falsa noção de adoração a Deus que pudesse levar Israel a representá-Lo por uma imagem, conforme o costume das nações ao redor (Dt 4:15-19).
3. A santidade de Deus
(Ex 20:7)
Esse mandamento proíbe o uso do nome de Deus de maneira leviana, insincera. O nome de Deus revela o Seu caráter. Jesus deu ênfase à atitude de reverência que devemos ter com o nome de Deus, na oração que ensinou: "santificado seja o teu nome" (Mt 6:9).
Aplicação → Como ficam aquelas expressões corriqueiras aprendidas e usadas no dia a dia e que usam o nome de Deus? Expressões como “meu Deus!”, ou "Deus me livre!” denotam o uso indevido do nome de Deus, pela mera força do hábito (Mt 12.36).
4. A soberania de Deus
(Ex 20:8-11)
Um dia da semana pertence a Deus. Reconhece-se a soberania de Deus guardando
o dia do repouso. Santificar significa separar para o culto e serviço.
Esses quatro mandamentos formam a parte vertical do pacto que trata do relacionamento do homem e Deus.
Il. O homem em relação ao homem
(Êx 20:12-17)
Deus chamou Israel para ser propriedade peculiar, reino de sacerdotes e nação santa dentre todos os povos (Êx 19:5-6). Era preciso garantir que como nação pudessem desenvolver relacionamentos humanos.
1. Respeito aos representantes de Deus
(Êx 20.12)
Se o homem não honrar aos pais, tampouco honrara a Deus, pois essa é a base de respeito a toda autoridade (Ef 6:2,3). A observância dessa lei é tão importante que bênçãos são prometidas a todos quantos a guardem.
2. A vida humana é sagrada
(ÊX 20.13)
É a proibição do homicídio. Como quem nos fez, Deus conhece a maldade inata em nosso coração. Deus freia essa maldade e nos exorta ao respeito e à integridade física alheios. Mas não esqueça a palavra de João: "Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino" (IJo 3.15).
3. A família é sagrada
(Êx 20.14)
Esse mandamento protege o matrimônio por ser instituído por Deus (Lv 20.10). Jesus, ao interpretar esse mandamento, nos mostra que a lei de Deus tem a ver com os pensamentos e intenções do coração.
Aplicação → A lei de Deus não somente exige castidade, pureza do corpo, como também pureza no íntimo, pureza da mente e das afeições (Mt 5:27-32).
É interessante notar que quando se trata dos mandamentos horizontais (homem → ← homem) a ordem é primeiro aos de casa, depois aos de fora.
4. Respeito à propriedade alheia
(Ex 20.15)
Há várias maneiras de violar esse mandamento: não pagar suficientemente ao empregado; não fazer o trabalho correspondente ao salário combinado; cobrar demasiado, além de roubar. Isso é desrespeito à integridade alheia (Ef 6:5-9).
Aplicação → Como tem sido nosso comportamento no trabalho em relação ao horário (chegar atrasado, sair mais cedo) e à produtividade?
5. A justiça
(Ex 20.16)
O testemunho falso, sem valor e sem fundamento, constitui uma das formas mais seguras de arruinar a reputação de uma pessoa (Pv 6:16-19).
Aplicação → É muito importante tomar cuidado quando somos solicitados a dar opinião a respeito de outras pessoas. O que dissermos poderá se tornar definitivo.
6. O controle dos desejos
(Ex 20.17)
'Não cobiçarás" é a manifestação plena do caráter ético do Decálogo. A cobiça é o ponto de partida de muitos pecados contra Deus e contra os homens. Cobiça é o desejo imoderado e violento de possuir alguma coisa: não se trata de simples desejo, mas do desejo que é sensual e não restrito ou disciplinado. Paulo faz referência a esse mandamento, em Romanos 7:7, não apenas como "autobiografia" – é a "biografia" de todo ser humano. Foi esse pecado interior, em parte, que levou à queda Adão e Eva.
Aplicação → Deus preservou Seu povo nos Dez Mandamentos uma linha perfeita de relação vertical e horizontal.
IIl. Jesus e os dez mandamentos
(Mt 5:17)
1. Jesus não veio revogar ou invalidar a lei, pelo contrário, veio cumpri-la de acordo com o propósito eterno de Deus. Jesus ampliou a lei, mostrando os motivos íntimos e as atitudes do coração que conduzem o homem a quebrar os mandamentos (Mt 5.21-30). "Mas eu vos digo”.
2. Jesus condenou o legalismo dos fariseus que transformaram a lei num amontoado
de proibições da qual eles mesmos estavam isentos (Lc 11:46) e que dela se utilizavam em benefício próprio em nome da justiça (Mt 5:20).
O grande erro dos judeus foi tirar o coração da lei. Tornaram-se legalistas ao extremo e se esqueceram da pessoa.
Conclusão
É importante notar que em todo o livro do Êxodo Deus trata o povo como "vós", mas, ao falar o decálogo, o pronome é "tu". A sede da moral e da religião está no indivíduo. A moral brota dentro da pessoa. Jesus disse que o que contamina o homem é o que vem do coração (Mt 15:18). Baseados no exposto podemos perguntar:
• como cada um de nós tem reagido aos mandamentos de Deus?
• será que a forma de amar o próximo tem evidenciado o nosso amor a Deus?
Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br