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Leitura Diária


30.06.2020

05/07/2020 - Adultos - O valor da vida

Pr. João Batista Cavalcante

 

 

Texto Básico: Êxodo 20:13; Deuteronômio 5:17

 

Texto Devocional: Mateus 5:21-26

 

Texto Chave: Mateus 5:44: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

 Segunda

 Gênesis 1:27-30

 Terça

 Salmos 34:1-11

 Quarta 

 Salmos 34:12-22

 Quinta

 Salmos 44:22-26

 Sexta

 Mateus 5:21-26

 Sábado 

 1João 3:11-18

 Domingo

 1Pedro 4:12-16

 

 

Hans Reifler inicia sua reflexão sobre o valor da vida com dados alarmantes, todos eles documentados com fontes confiáveis: "No mundo inteiro, morrem anualmente por aborto provocado tantos fetos quanto a metade da população do Brasil. Conforme dados fornecidos pela UNESCO, a cada ano suicidam-se 500.000 pessoas. Segundo a Anistia Internacional, só na década de 80 mais de 40.000 pessoas sofreram a pena de morte. Segundo o historiador Roy Medvedev, o ditador comunista Stalin exterminou pelo menos 17 milhões de pessoas por fome, expurgos sangrentos e em consequência do brutal programa de coletivização agrícola. Nos últimos anos, mais de 50.000 indivíduos deixaram a vida na guerra civil de El Salvador…" (A Ética dos Dez Mandamentos, p. 111).


Chama a atenção o fato de que os dados mencionados ainda deixam fora toda a violência urbana, seja do trânsito, seja da criminalidade descontrolada no mundo todo, e especialmente no Brasil, e toda a onda de violência entre as pessoas manifesta nos assassinatos, chacinas e toda a sorte de dano à vida humana.


Segundo a Bíblia, a vida está entre os preciosos dons que o Senhor deu à humanidade (Is 43:1,7; 44:2). Fomos criados por Ele à Sua imagem e semelhança (Gn 1:27-30) e Ele mesmo é o Dono da vida, enquanto nós somos apenas administradores dela (Dt 30:15; SI 36:9). O plano de Deus é que não apenas tenhamos vida, mas que a tenhamos em abundância (Jo 10:10).

 

Vejamos alguns pontos básicos do estudo da palavra de Deus, para que sejamos no seu entendimento e em sua aplicação à nossa realidade.

 

 

  l. O que diz o mandamento  

 

Numa sentença, o texto diz apenas "não matarás". E o que isso significa?

 

Devemos entender o texto como está literalmente colocado na Bíblia, ainda que o desejo de procurar todas as dimensões de sua aplicação seja muito forte. Nesse texto específico de que estamos tratando, a ideia não inclui toda forma de morte provocada, mas especificamente o assassinato.


Alan Cole lembra que o hebraico emprega principalmente duas palavras para matar, e que a palavra rasah é uma palavra relativamente rara no texto bíblico, e significa o  assassinato violento de um inimigo. Assim, o mandamento distinguia entre o homicídio acidental e não premeditado do assassinato propriamente dito. A lei considerava assassinato a morte praticada com premeditação (Êx 21:13), que resultava de ódio (Nm 35:20,21; Dt 5:17), praticada com a armação de ciladas (Nm 35:20; Dt 19:11).


Havia em Israel cidades de refúgio para que suspeitos de morte pudessem encontrar proteção enquanto aguardavam julgamento. Entretanto, alguém que cometia assassinato não poderia ser recebido nelas (Dt 19:11,12),e nem mesmo o altar poderia livrá-los da morte (Ex 21:12; Nm 35:16) porque a sua ação era inaceitável perante o Senhor (Êx 21:14; Dt 19:14). Toda essa visão estava de acordo com o ensino bem inicial da Bíblia, já que o homicídio é proibido por Deus desde muito antes da lei de Moisés. Em Gênesis 9:6 temos manifestação clara da vontade de Deus: "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem".


Aplicação → Já que o homicídio nasce no coração humano, como podemos guardar puro o coração para que os desejos homicidas não nos dominem?

 

 

  Il. Como a lei funciona no antigo testamento  

 

A importância de entendermos a amplitude da lei no Antigo Testamento é que na verdade essa parte da Bíblia contém uma boa variedade de mandamentos e permissões em que se pode matar alguém. Reifler lembra que a pena de morte foi permitida e sancionada por Deus nos seguintes casos:

 

• assassinato premeditado (Êx 21:12-14);

• adultério (Lv 20:10-21; Dt 22:22);

• sequestro (Ex 21:16; Dt 24:7);

• homossexualismo (Lv 20.13);

• incesto (Lv 20:11);

• bestialidade (Ex 22:19);

• desobediência aos pais (Dt 21:18-21);

• ferir ou amaldiçoar os pais (Ex 21:15);

• falsas profecias (Dt 13:1-10);

• blasfêmia(Lv 24:10-l6);

• profanação do sábado (Ex 35:2);

• sacrifício a falsos deuses (Ex 22:20).


Há ainda textos em que o Senhor ordena a morte. Um exemplo está em Josué 7.25 (apedrejamento de Acã e sua família). No caso dos amalequitas (iSm IS), Saul foi condenado por Deus porque não obedeceu ao Senhor, matando realmente todo o povo, e Samuel, o profeta, é quem mata o rei amalequita perante todo o povo.


Ainda assim, havia absoluta consciência de que o assassinato de alguém numa situação em que se demonstrasse covardia, rancor, egoísmo e desrespeito à criatura de Deus não era permitido. Em 2Samuel 3, Davi condena veementemente a ação dos irmãos Joabe e Abisai por terem assassinado a Abner, ainda que o próprio Davi tivesse matado diversas pessoas, até mesmo na companhia de Joabe. A razão era o fato de ser Abner um homem de bem, e Joabe ter matado injustamente a Abner.


Os casos sucessivos do Antigo Testamento evidenciam que o problema estava na falta de senso de justiça, no pecado da traição e da maldade do coração humano, e não propriamente no ato de matar alguém.


Como pode um crente ser culpado de homicídio sem ter matado uma pessoa?


 

  IIl. Como o mandamento é visto no Novo Testamento  

 

A lei dizia "olho por olho, dente por dente". Jesus declarou que não veio para abolir a lei, mas para cumpri-la. Exatamente nessa linha, a visão de justiça seca e objetiva é substituída por uma visão de amor que atinge até mesmo o inimigo, e que nem mesmo pode desejar o mal a quem quer que seja.


O texto de Mateus S.17:21-22 deixa claro que o simples fato de, sem motivo, nos irarmos contra o irmão já nos coloca sujeitos à disciplina, e que proferir um insulto contra alguém já será motivo suficiente de sermos condenados pelo tribunal de Deus, Os crentes são evidentemente advertidos contra o assassinato (IPe 4:15), e também de que ódio é assassinato (IJo 3:15). Homicídio é uma das marcas do ímpio (Rm 1:29, Is 1:15), razão pela qual os que o cometem não podem entrar no céu (Ap 22.15), e algo realmente próprio do Diabo, que é assassino (Jo 8.44).


Outra novidade no tratamento que o Novo Testamento dá ao homicídio é que os santos precisam aprender o amor, acima de tudo. O simples ódio já é visto como assassinato (IJo 3:15). Por isso, todos precisamos nos cuidar espiritualmente para que o pecado não tenha domínio sobre nós.


Aplicação → Quais são as ações ou os sentimentos que devemos evitar com rigor para que não sejamos tidos por culpados pelo que há em nosso coração?

 

                                               

  Conclusão  


Alguns pontos são aqui colocados para reflexão em sala de aula, tornando o mandamento em foco como ponto de partida.


Ainda que o mandamento, na forma em que está no texto de Êxodo e Deuteronômio, não seja argumento suficiente contra a pena de morte, a eutanásia e o aborto, como podemos tratar esses temas éticos à luz de toda a Bíblia?


Quais outros textos ajudam a entender esses problemas tão graves?


Considerando que evidentemente o Senhor deseja a preservação da vida "e vida em abundância", como podemos contribuir para diminuir a violência, buscar a paz e proporcionar qualidade de vida para as pessoas ao nosso redor?


Finalmente, toda a formulação positiva do mandamento é que devemos viver em paz (Rm 12:18), amar o inimigo e orar por ele (Mt 5:44) e evitar toda a sorte de
amargura, cólera, ira, gritaria, blasfêmias, e bem assim toda a malícia. No lugar desses sentimentos, devemos ter benignidade e compaixão, perdoando-nos uns aos outros como o Senhor nos perdoou (Ef 4:31-32).

 

 

 

 

 

Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

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