06.07.2020
Pr. João Batista Cavalcante
Texto Básico: Êxodo 20:14
Texto Devocional: Mateus 5:27-32
Texto Chave: Mateus 5:28: “Eu, porem, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela.”
Leia a Bíblia diariamente:
Dia |
Texto |
Segunda |
Mateus 12:33-37 |
Terça |
1Coríntios 6:6-11 |
Quarta |
Tiago 1:12-15 |
Quinta |
Gênesis 39:7-12 |
Sexta |
Provérbios 5:1-13 |
Sábado |
Provérbios 5:14-23 |
Domingo |
Romanos 7:14-25 |
De vez em quando somos informados de lamentáveis fatos envolvendo líderes evangélicos em histórias de adultério. Esses acontecimentos tornam o assunto não apenas extremamente necessário como bastante delicado.
A grande questão na lição é que o problema enfrentado pelo povo de Deus (inclusive você e eu, alunos da escola bíblica) não é o conhecimento ou desconhecimento do mandamento bíblico, que claramente diz "não adulterarás", mas o seu cumprimento em nossa vida.
Desse modo, nosso esforço nesta lição será para destacar o texto bíblico como ele é colocado na Bíblia, examinar (pelo menos, mencionar) algumas das implicações e os diversos ângulos que ele desperta. Vamos também refletir sobre alguns meios pelos quais podemos ser ajudados para que não sejamos achados em desobediência ao mandamento bíblico, seja na dimensão do Antigo ou do Novo Testamento.
l. O que significa “não adulterarás”?
Vamos tomar emprestado o conceito de adultério apresentado por Hans Reifler: "Por adultério compreendemos quebrar, alterar, falsificar propositada e conscientemente o estado sadio do amor entre pessoas que assumiram publicamente o matrimônio" (A Ética dos Dez Mandamentos, p.163).
A visão madura desse mandamento evidencia que todo o pecado na área sexual afronta o Senhor. Certamente que a Bíblia não condena apenas o adultério, mas toda sorte de desvio quanto ao propósito eterno de Deus para que a vida sexual aconteça no contexto do casamento, quando há um relacionamento único e permanente entre um homem e uma mulher que se unem por amor (1Tm 4:3).
O fato é que o Antigo Testamento pouco fala acerca de prostituição, a não ser condenando a permissão para que as filhas se entreguem a essa prática (Lv 19:29). O mandamento contra o adultério aparece junto com o mandamento contra o furto e a cobiça. Isso deixa claro que a grande preocupação nesse texto é a proteção do "bem" do próximo, a condenação ao ato de cobiçar e ter a mulher do outro.
Aplicação → Para pensar: que ligação há entre adultério, furto, ou qualquer situação em que se prejudica o próximo?
Il. A dimensão mais ampla do mandamento
O adultério pode ser corporal, quando acontece o envolvimento físico entre as partes. Mas o adultério pode também ser mental. Nesse caso, embora não tenha havido o contato físico, ocorre o desejo ou envolvimento emocional com a pessoa.
O Antigo Testamento vê o adultério como algo hediondo (Jó 31:11) e como uma loucura (Jr 29:23). O castigo para o adultera na lei de Moisés era a morte por apedrejamento. Tratava-se de algo tão sério que o próprio Deus era o vingador (Jr 5:8-9). Apesar disso, o pecado de adultério é tão perigoso que mesmo um homem como Davi ("homem segundo o coração de Deus") complicou sua vida exatamente na prática do adultério.
No Novo Testamento, recebemos orientação mais precisa de que o adultério tem sua raiz no interior da pessoa, numa mente poluída e num coração cheio de impureza (Mt 12:34).
Tiago é quem nos ajuda dizendo que primeiro acontece a cobiça, e que esta dá à luz ao pecado, que por sua vez gera a morte (Tg 1:15). O adultério implica na condenação da alma do adultero e a perda do direito de participar do Reino (1Co 6.9).
No ensino do Senhor Jesus, "qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, coração, já adulterou com ela" (Mt 5.28). Somos orientados pelo Senhor Jesus a que não permitamos que os olhos nos façam pecar, já que "é melhor perder o olho do não entrar no Reino".
Aplicação → Como podemos cuidar das "nascentes de nosso coração" para que tenhamos vida limpa, que honre verdadeiramente ao nosso Deus?
IIl. Alguma ajuda para que cumpramos o mandamento
Como já foi visto nesta lição, nosso problema real não é falta de conhecimento acerca do mandamento, nem mesmo das implicações dele manifestas no Novo Testamento. Ainda que não exista um segredo, uma garantia que dê imunidade contra o pecado, os pontos seguintes poderão ser bastante úteis, e o próprio grupo na escola bíblica dominical poderá, em oração e estudo bíblico, refletir sobre outros elementos.
1. Evitar tudo o que alimenta a cobiça e a impureza
Filmes pornográficos, músicas que insinuam a licenciosidade, livros e revistas eróticas, situações e ambientes sugestivos para o pecado, conversas ambíguas no relacionamento com o sexo oposto (no trabalho, no lazer e até mesmo na igreja) são algumas das armas mais comuns que o inimigo usa para levar-nos ao pecado.
Devemos entender que essas coisas tão iniciais podem crescer e alimentar um monstro dentro de cada um de nós, e levar-nos ao pecado.
2. Desconfiar de nossa razão e vigiar nossas emoções
Há muita coisa que entendemos com a razão. Sabemos o que deve e o que não deve ser feito, mas não temos força para uma ação adequada e santa. Veja o que Paulo lembra em Romanos 7.14: "porque bem sabemos que a lei é espiritual, eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão". Somos bastante movidos pelos nossos desejos, somos carnais, e esses desejos facilmente dominam nossa crença, nossa razão, e nos levam às práticas pecaminosas.
3. Alimentar um relacionamento conjugal sadio e repleto de comunicação
A Bíblia apresenta o casamento como o contexto em que deve haver prazer sexual (Pv 5:15-19; Ec 9:9). Ela chega a descrever exemplo de intimidade entre marido e mulher, reservando todo o livro de Cantares a uma exaltação ao amor adequado entre marido e mulher. Paulo ensina que, por causa da impureza, cada um de nós deve ter sua própria esposa e cada uma o seu marido (l Co 7:2) e que nem mesmo o exercício da religiosidade pode dar ocasião para o inimigo nos tentar na área sexual (1Co 7:9). O escritor aos Hebreus diz que o "leito sem mácula" deve ser digno de honra (Hb 13:4).
4. Fugir das situações de perigo – não se brinca com fogo!
O tradicional exemplo de José do Egito (Gn 39:7-12) ainda serve como modelo para todos os crentes. Mesmo que seja difícil, temos de sair das situações que podem nos colocar em risco.
5. Manter uma vida devocional muito bem cuidada
O ponto de partida de todo o problema geralmente está no descuido quanto à nossa vida de oração e leitura da Bíblia. Jamais se poderá exagerar a importância de uma vida devocional, e jamais deixaremos de depender totalmente da graça de Deus. Simplesmente não somos capazes de viver uma vida santa sem a graça e misericórdia do
Senhor.
Aplicação → "Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia" (1Co 10:12).
Conclusão
Ainda que todo o texto da lição deixe claro o perigo iminente a que todos estamos expostos nessa questão do adultério e de nossa carnalidade, precisamos não esquecer o versículo final de Romanos 7, em que Paulo nos ajuda bastante num brado de vitória: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor" (Rm 7:25).
Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br