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Leitura Diária


20.07.2020

26/07/2020 - Adultos - A palavra fora do lugar

Pr. José Humberto de Oliveira

 

 

Texto Básico: Êxodo 20:16; 23:1; Levítico 19:11,16; Deuteronômio 5:20

 

Texto Devocional: Mateus 12:33-37; Tiago 1:19-27

 

Texto Chave: Êxodo 20:16: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

 Segunda

 Provérbios 6:12-19

 Terça

 Provérbios 12:1-28

 Quarta

 Provérbios 13:1-25

 Quinta

 Provérbios 14:1-35

 Sexta

 Provérbios 15:1-33

 Sábado

 Provérbios 16:1-33

 Domingo

 Tiago 3:1-11

 

 

O nono mandamento tem como alvo principal proteger a honra, o que é fundamental para a convivência social de qualquer comunidade ou nação. Ninguém quer ver sua reputação ou o bom nome de sua família sendo atingidos. Aliás, Salomão já nos ensinou que "mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro" (Pv 22.1). Devido à sua sensibilidade, a honra precisa de proteção.

 

 

  I. O falso testemunho  

 

O Código Penal brasileiro considera a calúnia, a difamação e a injúria como crimes. Isso faz sentido pelas consequências que essas atitudes trazem sobre as pessoas. Quantas são condenadas ou absolvidas por um falso testemunho!? Quantas morrem por causa disso!? Quantas têm o nome manchado por uma palavra enganosa ou mentirosa!? Basta você pensar um pouco nas desgraças que o falso testemunho traz, para se certificar da razão de ele ter o seu lugar no decálogo e ser considerado crime pela justiça dos homens.

 

O problema da mentira é tão antigo quanto a história da humanidade. Em Gênesis 3 a Bíblia registra a primeira mentira. Você sabe como a serpente enganou Eva (cf. ITm 2.14)? É fácil descobrir: o tentador disse "não", exatamente onde Deus disse "sim". O Senhor Deus disse "certamente morrerás" (Gn 2.17), e a serpente disse à mulher: "e certo que não morrereis" (Gn 3.4). Sendo assim, inverter o que Deus diz é mentira.

 

Para Calvino, a essência do falso testemunho consiste em que "Deus, que é a verdade, abomina a mentira, e entre nós deve a verdade ser cultivada sem dissimulação. Portanto, não prejudiquemos o nome de alguém ou com calúnias e incriminações falsas, ou, pela mentira, o agravemos em seu patrimônio; enfim, não façamos mal a quem quer que seja pelo desenfreamento da maledicência e da mordacidade. A essa proibição está ligada a injunção a que emprestemos a cada um, até onde viável, fiel assistência em afirmar-se a verdade, para que se proteja a integridade tanto de seu nome, quanto de suas coisas” (As Institutas, vol. II, p.174).

 

A literatura poética é rica em comentários sobre inverdades e infidelidades maliciosas e prejudiciais contra o próximo. Asafe caracteriza o mentiroso como um indivíduo que solta a língua para o mal, trama enganos, senta-se para falar contra seu irmão e difamá-lo (SI 50.19-20). No salmo 52.4, o rei Davi diz que o ímpio ama as palavras devoradoras. O salmo 101, que apresenta o modelo de um bom rei, mostra que Davi não desejava proteger o mentiroso. No salmo 109, Davi vai mais longe e impreca em nome da santidade e da justiça de Deus contra os inimigos que usaram lábios maldosos e fraudulentos, e palavras odiosas contra o rei ungido. Salomão adverte que "a falsa testemunha não fica impune., e o que profere mentiras não escapa" (Pv 19.5). Ele descreve o mentiroso como uma pessoa que difama (Pv 10.18). Outra consequência trágica é que o mentiroso destrói o próximo (Pv 11.9). É literalmente possível arruinar o próximo e sua boa reputação com inverdades e palavras maliciosas. Jesus diz que o insulto ao irmão é igual ao assassinato (Mt 5.21-22). O resultado é que "as más conversações corrompem os bons costumes" (1Co 15.33). (A Ética dos Dez Mandamentos, Hans Ulrich Reifler, Edições Vida Nova, p.220-221).

 

 

  II. O problema da mentira "branca" e da "necessária"  

 

Embora a verdade esteja entre os valores humanos mais elevados, nem sempre se faz opção por ela. Alguns chegam até mesmo a afirmar que para se conseguir determinadas coisas é "necessário" mentir, ou então, "não posso falar toda a verdade. Mas a triste história de Ananias e Safira (At 5.1-11 )mostra quanto Deus leva a sério a questão da mentira na dispensação da Igreja. As inverdades proferidas por eles eram falsidades contra o Senhor e Seu Santo Espírito (At 5.3,9).

 

Entretanto, é necessário fazermos diferença entre mentir e omitir. Um exemplo clássico está em 1Samuel 16.1-13.0 Senhor disse a Samuel que acabasse com as lamentações pelo afastamento de Saul do trono israelita, e se dirigisse a Belém para ungir o seu sucessor. Mas Saul era vingativo e tornava perigosa a missão do profeta. Era por isso conveniente dizer que ia sacrificar ao Senhor, e não acrescentar que iria também ungir o novo rei de Israel. “Justifica-se plenamente essa atitude, pois nada impede a que se oculte uma primeira intenção, anunciando apenas a segunda" (Novo Comentário da Bíblia, Vol. I, p.311).

 

O que dizermos de João 16.12? "Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora". Aqui Jesus está afirmando que tem algo a ser dito, mas que será anunciado posteriormente, na pessoa do Espírito Santo. No caso, a verdade não é omitida, mas adiada.

 

Agora vamos refletir neste pensamento de Dietrich Bonhoeffer: “a verdade não pode ser dita em qualquer lugar, a qualquer hora e para qualquer pessoa de igual maneira. Ao dizer a plena verdade, o médico pode provocar a morte imediata de um paciente sensível". Dentro disso, vamos perguntar: Podemos e devemos informar tudo a um paciente terminal, ou devemos informar somente o necessário?

 

Outra questão é o famoso "jeitinho brasileiro". Infelizmente, a corrupção em nosso país é institucionalizada. De pequenas prefeituras ao alto escalão do governo federal há muita sujeira e irregularidade. Todo mundo sabe disso! Os filhos de Deus estão em Cristo, mas também estão no Brasil. Que fazer? Não temos uma receita pronta, mas queremos lembrar o significado básico da palavra cúmplice (pessoa que colabora em, ou participa com outrem de algum fato) e o perigo das meias-verdades. Sabemos que o "jeitinho" é um problema cultural, o que não significa que seja carreto, mas um constante desafio para nós e nossos filhos.

 

 

  III. 0 problema da maledicência  

 

O apóstolo Paulo vê a mentira como traço autêntico do velho homem. O novo homem não deve mentir, uma vez que se despiu para sempre do velho homem (Ef 4.25; Cl 3.9). João vai ainda mais longe e afirma que todo aquele que disser: "Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso" (1Jo 4.20).

 

É difícil saber o que é mais abominável: falar mal dos outros ou dizer dos outros o que eles de fato não fizeram ou não disseram. Ficamos impressionados com a facilidade que as pessoas têm de passar adiante o que não têm certeza! Eis aí algo que deveria nos deixar sempre indignados. Tiago deixa muito claro os males que uma língua indomada pode causar (Tg 3.1-18).

 

A conhecida regra continua valendo hoje. Antes de falar qualquer coisa sobre uma pessoa, levante três perguntas básicas: (l) É verdade? (2) É necessário? (3) É edificante?

 

Tente responder honestamente a essas três questões de "ouro" antes de passar algo adiante. Segure sua língua um pouquinho mais!

 

Muitas vezes as pessoas dizem: "Não sei se é verdade, vou vender pelo preço que comprei. Então, se você não sabe se é verdade, pelo amor que você tem a Deus, não passe adiante; pois sua língua tem o poder de pôr em chamas toda a carreira da existência humana (Tg 3.6). Precisamos cantar para nós mesmos o cântico das crianças:

 

“Cuidado boquinha com o que fala, o Salvador do céu está olhando pra você… “

 

Outro cuidado que se deve ter é com o que se lê. Lembre-se: a mídia (TV, rádio, jornais, revistas, internet, etc.) informa fatos, interpreta fatos e inventa fatos. Não é porque a revista tal ou certo telejornal disse tal notícia, que ela pode ser tornada como verídica. Constantemente lê-se nos jornais e nas revistas cartas de leitores negando certas afirmações que foram feitas acerca deles ou de outros.

 

 

  Conclusão  

 

Vamos encerrar com uma sábia frase de Stanley Jones, que certamente vai fazê-lo pensar muito: "Tome cuidado com as meias-verdades. Você pode ter se apropriado, exatamente, da metade falsa”.

 

Pense e converse sobre estas duas frases

 

"Tudo o que se diz deve ser verdade, mas nem tudo o que é verdade deve ser dito".

 

"O bom de quem fala a verdade é que não precisa falar duas vezes". Leia também Eclesiastes 10.20.

 

 

 

 

 

Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

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