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Leitura Diária


27.07.2020

02/08/2020 - Adultos - Ambições erradas

Pr. José Humberto de Oliveira

 

 

Texto Básico: Êxodo 20:17; Deuteronômio 5:21

 

Texto Devocional: Mateus 6:19-34

 

Texto Chave: Êxodo20:17: “Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

 Segunda

 Provérbios 17:1-28

 Terça

 Provérbios 18:1-24

 Quarta

 Provérbios 19:1-29

 Quinta 

 Provérbios 20:1-30

 Sexta

 Provérbios 21:1-31

 Sábado

 Provérbios 22:1-29

 Domingo

 Provérbios 23:1-24:7

 

 

Um repórter perguntou ao milionário quanto de dinheiro é necessário para ser feliz. Ele respondeu: "Apenas um pouco mais".

 

Quem nunca invejou a prosperidade de outra pessoa?

 

Quem nunca ficou irado quando o colega de trabalho foi promovido ou recebeu aumento, enquanto você era o mais antigo na empresa?

 

Quem nunca sentiu uma pontada de inveja por causa do amigo de infância que alcançou sucesso?

 

Quem nunca desejou a casa semelhante à que o outro comprou?

 

Quem nunca desejou secretamente o carro que o vizinho comprou?

 

Quem nunca desejou aquela roupa da moda quando não precisava dela e nem tinha dinheiro para comprá-la?

 

Tendo como texto base o capítulo 10, do livro A ética dos Dez Mandamentos, de Hans Ulrich Reifler, vamos procurar entender melhor o décimo mandamento.

 

 

  l. Cobiçar à luz do Antigo Testamento  

 

Cobiçar vem do termo hebraico hãmad que quer dizer "desejar", que em si mesmo e neutro. E apenas quando mal orientado para aquilo que pertence a outrem que tal "desejo" se toma errado. No décimo mandamento, a palavra tem o sentido de possuir no coração uma intenção oculta que mais tarde se manifesta em ações concretas de furto e roubo. O verbo hãmad também se refere aos desejos íntimos que se revelam como intrigas para se apoderar dos bens do próximo. A "casa" do próximo é a família dele.

 

Gênesis 3.6 descreve as características principais da cobiça. A árvore do conhecimento do bem e do mal (a árvore proibida) tornou-se boa para comer, agradável aos olhos e desejável para o entendimento. A cobiça estimula o paladar, influencia a vista e afeta a mente humana. Eva, ao receber esses três estímulos, cedeu à tentação e comeu do fruto proibido, dando-o também ao marido. O primeiro pecado do homem foi também resultado da cobiça de Eva. Aliás, antes mesmo da queda do homem, a cobiça já tinha acontecido nas regiões celestiais (cf. Is 14.12-14).

 

Números 11.4 descreve a cobiça dos israelitas como um grande desejo: "E o populacho que estava no meio deles veio a ter grande desejo das comidas dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e também disseram: Quem nos dará carne a comer?". É incrível como a cobiça pode ser tão forte, a ponto de levar as pessoas ao choro!

 

A queda moral do rei Davi, relatada em 2Samuel 11, mostra como o décimo mandamento se relaciona com o sétimo e o sexto mandamentos. A cobiça por Bate-Seba levou o rei Davi ao adultério e ao homicídio premeditado.

 

O livro de Provérbios relata que o espírito de ganância tira a vida, isto é, cria um vácuo no ser humano (Pv 1.19). Em Provérbios 6.25 Salomão diz que não se deve cobiçar a mulher adultera e sua aparente formosura. Ele adverte o judeu piedoso a não cobiçaras finos manjares ao governador ou rei (Pv 23.3,6) e a não invejar dos homens malignos as suas vantagens materiais (Pv 24.1).

 

 

  II. Cobiçar à luz do Novo Testamento  

 

Existem três palavras gregas que traduzem a ideia de cobiça.

 

1. Desejo descontrolado (pleonexia)

Significa o desejo descontrolado de possuir o mundo e seus bens materiais, poder, influência e prestígio. Agostinho definiu a cobiça com a frase: “desejar mais do que é suficiente”.

 

2- Amor desordenado (filargyria)

Significa amor desordenado pelo mundo. Esse termo expressa que o mundo é o objeto da cobiça, o ídolo do qual o homem cobiçoso não se pode separar.

 

3. Desejo de coisas extremas (epíthymia)

Pode ser traduzida por cobiça, intenção impura, ambição, desejo intenso, desejo ardente, aspiração, concupiscência.

 

No Novo Testamento, a palavra predominante para cobiça é pleonexia, o desejo incontrolável de possuir o mundo, poder, influência, bens materiais. O grupo de palavras que pertencem a essa etimologia aparece 19 vezes, 15 das quais na literatura paulina. O apóstolo segue a tradição de Jesus (Mc 7.22) e encara a cobiça como um vício.

 

Além de vício (1Co 5.10-11; 6.10; Ef 5.5), a cobiça ou avareza é encarada também como característica dos gentios (Ef 4.19), idolatria (Cl 3.5) e prática herética (1Ts 2.5). O mesmo ensino é confirmado por Pedro em 2Pedro 2.3,14.

 

Jesus adverte repetidas vezes contra a cobiça, haja vista o homem não viver só de seus bens materiais (Mt 5.28; 16.26; Mc 7.22; Lc 12.15).

 

Para Tiago, a cobiça nasce no coração do homem e gera o pecado que, por fim, acaba levando à morte (Tg 1.14-15). A cobiça nem sempre leva aos resultados desejados: "Cobiçais e nada tendes" (Tg 4.2).

 

 

  IIl. O décimo mandamento é um exame da vida interior  

 

Alguns consideram que esse é o único dos dez mandamentos a proibir não o simples ato externo, mas, também, uma atitude mental, uma atitude interior. Não cobiçarás é penetrante. Ele trata dos motivos e das raízes. Trata diretamente com as coisas do coração. Indaga as emoções íntimas do homem e se dirige aos desejos no mais recôndito do coração. Ele vai à vida mais profunda e interna do homem. Ele nos esquadrinha, nos sonda e nos examina, nos investiga, nos pesquisa.

 

Por que o décimo mandamento examina a vida íntima?

 

1. Criar um sentido mais profundo do nosso pecado

É verdade que cada um de nós tem certa medida, certo conceito de pecado. Mas nosso conhecimento acerca dos nossos pecados pode ser exagerado, enganoso. Pode não estar de acordo com a realidade. Devemos aprender a conhecer melhor a nós mesmos e examinarmo-nos à luz da lei de Deus.

 

2. Despertar mais amor a Cristo

Quando perguntado acerca do principal fundamento, Jesus respondeu: "Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo a teu corado, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força" (Mc 12.30). Aqueles que são verdadeiramente convertidos procuram cumprir esse mandamento.

 

3. Conduzir-nos a uma entrega maior

Devemos sentir profundamente nossa dependência da graça de Deus em toda nossa vida e conduta. Jesus disse: "Ninguém pode servir a dois senhores”.

 

 

  IV. Cobiça versus ambições “santas” .

 

Nem todos os desejos do coração são proibidos pelo décimo mandamento. Deus cria desejos dentro do nosso coração a fim de que busquemos algo que Ele mesmo quer nos dar; os desejos são inerentes ao homem, pertencem ao homem. Muitos negócios na vida social estão baseados nos desejos. Os bons desejos são aprovados por Deus, desejos que não entram em choque com a palavra de Deus.

 

O desejo de crescer e prosperar representa, muitas vezes, bênçãos de Deus. Há exemplos na Bíblia que confirmam isso (Abraão, Gn 13.2; Isaque, Gn 26.12-13; José, Gn 41.41-44; Jo 1.3; 42.10-12). Paulo queria crescer mais e mais, abrir mais e mais igrejas, ganhar mais e mais almas para Jesus.

 

John Stott escreveu: "A ambição pode igualmente referir-se a fortes desejos, altruístas em lugar de egoístas, piedosos ao invés de mundanos. Resumindo, é possível ter ambições para Deus: A ambição refere-se aos alvos de nossa vida e ao incentivo que temos de atingi-los. A ambição de uma pessoa é aquilo que a impele: revela a mola principal de suas ações, suas mais secretas motivações" (A Mensagem do Sermão do Monte, Editora ABU, p.167).

 

 

  V. Como evitar a cobiça  

 

1. Inclinar o coração ao testemunho de Deus

É uma maneira concreta de evitar a cobiça (SI 119.36). A questão da cobiça é uma questão de inclinação do coração humano.

 

2- Ter prazer na palavra de Deus

Bem-aventurado o homem que... o seu prazer está na lei do Senhor” (SI 1.1-2).

 

Essa ideia é repetida várias vezes (Sl 119,16,24,35,47,70,77). Tais versículos comprovam que, em si, o prazer e o desejo não são errados. Tudo depende do objeto do prazer.

 

3. Permitir que o Senhor nos cobice

É estranho pensar que o Senhor nos cobiça. Ele é o nosso rei, e um rei tem seus súditos. O que seria de um rei sem reinado, sem súditos? O salmo 45 fala de como o rei ungido se interessa por sua noiva, dedica-se a ela e zela por ela: "o rei cobiçará a tua formosura; pois ele é o teu Senhor; inclina-te perante ele" (SI 45.11). O sujeito da cobiça é o Senhor; Seu objeto, a formosura da noiva; a razão é o senhorio ao Rei; e o resultado, a inclinação da noiva diante do rei.

 

4. Buscar em primeiro lugar o reino de Deus

(Mt 6.33)

A perspectiva humana nos leva a cobiçar as coisas mundanas; a perspectiva divina nos faz cobiçar as coisas do reino de Deus (Cl 3.1-4).

 

5. Contentar-se

(Hb 13.5)

Estar satisfeito com aquilo que Deus providencia foi um princípio de vida do apóstolo Paulo: “De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes; vós mesmos sabeis que estas mãos serviram para o que me era necessário a mim e aos que estavam comigo. Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber" (At 20.33-35; cf. Fp 4.11-13; ITm 6.8). Temos aqui três princípios construtivos do décimo mandamento: (l) o trabalho honesto; (2) o socorro ao necessitado; (3) ea assistência liberal a quem precisa.

 

6. Assumir conscientemente a condição de peregrino e forasteiro

(Fp 3.20; Hb13.14;1Pe 2.11-12)

 

7. Amar o próximo

O amor derramado por Deus em nosso coração nos dá a possibilidade de viver com o próximo sem cobiçar sua casa, mulher, servo, serva, boi, jumento, nem coisa alguma que pertença a ele O samaritano mostrou interesse pelo próximo: compadeceu-se do maltratado, tratou-lhe os ferimentos, colocou-o sobre seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria, tratou dele, pagou a diária e assumiu a responsabilidade total pelas futuras despesas e outros prejuízos (Lc 10.33-36).

 

8. Exercer atas de misericórdia

Em Mateus 25:35-36, o Senhor Jesus se refere a seis obras de misericórdia (dar de comer, dar de beber, hospedar, vestir, visitar enfermos e visitar presos). Isso é uma maravilha para que esqueçamos as próprias cobiças.

 

 

  Conclusão  

 

Vamos concluir com uma pergunta: por que as pessoas cobiçam o que é dos outros? Alan Cole escreveu: "Em última anáÜse, desejar e tentar obter a propriedade alheia é estar insatisfeito com o que se recebeu de Deus, e assim demonstrar falta de fé em Seu amor. Além do mais, a inveja estimulada por tal atitude levará mais cedo ou mais tarde a que se prejudique de alguma maneira o próximo, o que não se coaduna com o dever essencial do amor" (Êxodo, introdução e comentário, p.155).

 

 

 

 

 Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

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