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Leitura Diária


04.08.2020

09/08/2020 - Adultos - A ética da comunhão

Pr. José Humberto de Oliveira

 

 

Texto Básico: Filipenses 2:1-11

 

Texto Devocional: João 17:1-26

 

Texto Chave: Filipenses 2:3: “Nada façais por partidarismo ou por vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.”

 

Leia a Bíblia diariamente:

 

Dia

Texto

 Segunda

 João 13:1-20

 Terça

 Romanos 12:9-21

 Quarta

 Romanos 14:1-23

 Quinta

 1Coríntios 6:1-11

 Sexta

 1Coríntios 12:12-31

 Sábado

 Tiago 2:1-26

 Domingo

 1João 4:7-21

 

 

Quando estudamos um pouco de escatologia (doutrina cristã que trata das últimas coisas), aprendemos que tudo o que vemos ao nosso redor vai, um dia, desaparecer  - menos uma coisa: a Igreja do Senhor Jesus! No final de todas as coisas, restará apenas um povo: o povo de Deus. O Rei Jesus e Seus súditos, o Pai celestial e Seus filhos, o Senhor e Seus servos. Não simplesmente um “povo”, mas um povo em comunhão – uns com os outros e com seu Redentor.

 

Todavia, mesmo vivendo em um "corpo corruptível", ainda somos convidados pelo nosso Senhor a viver em comunhão uns com os outros (Jo 13.34-35). Ora, o que é comunhão?

 

 

  l. A Verdadeira Comunhão  

 

Algumas pessoas acham que a comunhão consiste no bate-papo na porta do templo após o culto ou na cantina da igreja, acompanhado de um refresco, cafezinho e bolachas, ou que a comunhão é um churrasco ou piquenique com famílias da igreja. Outros pensam que consiste em nos reunirmos em grupos familiares para cantar, estudar a Bíblia, compartilhar os acontecimentos dos últimos dias e orar. Outros vêem na ceia do Senhor a expressão maior da comunhão. Com base num texto de Sue Harville, vamos compreender melhor a comunhão.

 

1. Definição

"Comunhão" é a tradução portuguesa mais comum da palavra grega "koinonia". De acordo com o Novo Testamento; a comunhão tem a ver com aquela relação pessoal que os cristãos gozam com Deus e uns com os outros, em virtude da união com Jesus Cristo. Essa relação é estabelecida pelo Espírito Santo, que habita dentro de todo cristão, unindo-o a Cristo e a todos os outros cristãos. A relação se expressa por meio do compartilhar de bens materiais, da cooperação na obra do evangelho, da manutenção da unidade e do amor, quando os cristãos se reúnem. O exemplo clássico é encontrado em Atas 2.41-47. Você deve analisar esse exemplo e notar as várias características da comunhão. Anote as frases que combinam com essas características.


a. Quais as expressões indicativas de uma relação íntima entre os cristãos e o Senhor?

b. Quais as expressões indicativas de que os cristãos compartilhavam bens materiais entre si?

c. Quais os indícios de que estava havendo cooperação na obra do evangelho?

d. Que provas você encontra de que aqueles irmãos, ao se reunirem, mantinham
unidade e amor?

 

2. Características da comunhão

A comunhão tem certas características, algumas já observadas em Atos 2. Outras aparecem em diversos trechos do NT. Podemos afirmar que a igreja que apresenta essas marcas está experimentando a comunhão, no sentido bíblico da Palavra. Se faltarem tais características, a igreja está passando por uma "crise de comunhão". Veja agora as marcas da comunhão.

 

a. Os cristãos dedicam tempo a estarem juntos para estudar a palavra de Deus, compartilhar experiências, tomar a ceia do Senhor (At 2.42).

b. Os cristãos têm prazer em compartilhar os seus bens materiais com irmãos necessitados (At 2.45; 2Co 8.3).

c. Os cristãos são unidos pelo Espírito Santo (2Co 13.13).

d. Os cristãos cooperam na obra do Evangelho (Fp 1.5; Hb 13.16).

e. Os cristãos compartilham as alegrias e os aspectos cotidianos da vida, como verdadeiros amigos (At 2.46).

f. Os cristãos sentem alegria e expressam louvor (At 2.46-47).

g. Os cristãos confessam os pecados e recebem a purificação do sangue de Jesus Cristo, para manter a unidade e o amor (1Jo 1.3,6,7).

 

 

  II. O Fundamento da Comunhão  

 

Olhando para Filipenses 2.1-11, podemos afirmar que a comunhão com Cristo é a fonte da comunhão entre os irmãos. A riqueza e o exemplo da vida de Cristo nos dão o caminho para a comunhão verdadeira e duradoura.


No primeiro momento, afirmamos que a nossa própria ligação com o Senhor cria uma atmosfera, um ambiente de amor e interesse pelos outros. Porque, vivendo em comunhão com Cristo, não seremos motivados pela ambição pessoal nem pela altivez de coração (Fp 2.3-4), que costumam destruir qualquer comunhão. Nossa comunhão com o Senhor tirará de nós a tendência carnal de buscarmos sempre os nossos próprios interesses; e nos ajudará a tratar o próximo com mais respeito e o devido valor. Considerar "cada um os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3) só é possível mediante a graça e a ação direta do Espírito do Senhor em nosso coração.

 

Ao nos convidar "tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (Fp 2.5), o apóstolo nos mostra que o exemplo de Cristo é a segunda parte do fundamento da verdadeira comunhão. O que Ele fez?

 

1. Ele não julgou que o fato de ser Deus fosse algo de que não pudesse abrir mão

      (Fp 2.6)


Uma Bíblia editada em Portugal tem a seguinte versão para esse versículo: "Ele, que por natureza era Deus, não quis agarrar-se a esse direito de ser igual a Deus". Isso nos ensina que a supervalorização da nossa "posição" na sociedade e até mesmo na Igreja pode ser fátor prejudicial à nossa comunhão com os outros (cf. Tg 2. l-13).

 

2. Ele, "antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo... a si mesmo se humilhou"

   (Fp 2.7-8)


Faz-se necessária uma pergunta muito importante: Ele se esvaziou do quê? A resposta é composta de pelo menos três fatos.

 

a. Ele renunciou às Suas riquezas. Ele estava sempre pedindo algo emprestado: um lugar onde pudesse nascer, uma casa onde pudesse pernoitar, um barco de onde pudesse  pregar, um animal em que pudesse cavalgar, uma sala onde pudesse instituir a ceia e, finalmente, um túmulo onde pudesse ser sepultado. (2Co 8.9).

 

b. Ele renunciou à Sua glória celestial. "Glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo" (Jo 17.5). "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer" (Is 53.3).

 

c. Ele renunciou ao livre exercício de Sua autoridade. "Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu" (Hb 5.8). Ele mesmo disse: "não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou" (Jo 5.30; cf. 5.19; 14.24).

 

Podemos concluir que Cristo renunciou ao Seu ambiente de glória, mas Ele não Se esvaziou de Sua divindade.

 

 

  IIl. A Comunhão e as Mutualidades  

 

Como, quando e onde podemos ver a prática da comunhão? Na prática das mutualidades. Mas o que são mutualidades? Novamente, Sue Harville nos ajudará: “Mutualidade se refere a um estilo de vida baseado sobre os mandamentos do NT, a respeito das coisas que os cristãos fazem, uns aos outros e uns em favor dos outros, para externar o seu mútuo amor e unidade; e também a respeito das coisas que eles evitam fazer uns para os outros, a fim de preservarem esse amor e unidade".

 

Empregamos o termo mutualidade para referirmo-nos às expressões recíprocas, descrevendo situações em que uma pessoa faz por uma outra, aquilo que, por sua vez, a outra faz pela primeira.


O Novo Testamento fala de maneira bem clara sobre o que significa a mutualidade entre os cristãos. Ali se encontra uma série de mandamentos, tanto diretos como indiretos, que especificam como devem ser as relações entre cristãos; o que eles devem fazer uns aos outros e o que não devem fazer uns aos outros. Esses se chamam mandamentos recíprocos. O estilo de vida que chamamos de mutualidade baseia-se, portanto, na obediência aos mandamentos recíprocos do Novo Testamento.


A seguir, você encontrará uma relação de versículos que contêm alguns imperativos de mutualidade.

 

* "Amai-vos cordialmente, uns aos outros com amor fraternal" (Rm 12.10).

* "...preferindo-vos em honra uns aos outros" (Rm 12.10).

* "Tende o mesmo sentimento uns para com os outros" (Rm 12.16).

* "Não nos julguemos mais uns aos outros" (Rm 14.13).

* "Acolhei-vos uns aos outros" (Rm 15.7).

* "Levai as cargas uns dos outros" (Gl 6.2).

* "...perdoando-vos uns aos outros" (Ef 4.32).

* "...sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo" (Ef 5.21).

* "Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente" (Cl 3.13).

* "... instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente" (Cl 3.16).

* "... deveis amar-vos uns aos outros" (1Ts 4.9).

* "Consolai-vos, pois, uns aos outros" (1Ts 4.18).

* "Vivei em paz uns com os outros" (1Ts 5.13).

* "...exortai-vos mutuamente cada dia" (Hb 3.13).

* "Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras" (Hb 10.24).

* "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros" (Tg 5.16).

* "Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu" (1Pe 4.10).

* "...no trato de uns para com os outros, cingi-vos todos de humildade" (1Pe 5.5).

* “... mantemos comunhão uns com os outros" (1Jo 1.7).


Como você pode ver, a relação entre comunhão e mutualidade é de simples causa e efeito. Onde existe a comunhão, ela se exterioriza pela mutualidade.

 

Uma igreja, congregação, comunidade ou grupo de discipulado que não está manifestando a comunhão por meio da mutualidade precisa examinar a si mesma, para verificar se está ou não em comunhão com o Senhor Jesus.


A mutualidade constitui uma parte tão importante da vida da Igreja que ela não deve ser deixada ao acaso. Mesmo sem saber muito sobre o assunto, ou sua importância, alguns membros podem estar praticando a mutualidade. Mas essa vida recíproca, ser verdadeiramente bíblica, precisa ser praticada por todos os cristãos. Além disso, ela precisa ser, de modo consciente, desenvolvida e aperfeiçoada. Para que se obedeça aos mandamentos de Deus (no caso, os recíprocos), é preciso conhecer esses mandamentos e o que eles significam para a vida.

 

 

  Conclusão  

 

1. Esta lição mudou de alguma forma o seu conceito de comunhão?

 

2. A vida de Jesus me ensina que não posso ter plena comunhão com meu irmão se não estou disposto a renunciar a mim mesmo. Você concorda com essa afirmação?

 

3. Será que tenho colocado em prática pelo menos três mutualidades da lista apresentada nesta lição?

 

 

 

 

 

Fonte: Revista Vida Cristã – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br

 

 

 

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