08.09.2020
Bety Barnett
Base Bíblica
Isaías 61:1-11
Para sua meditação diária:
Segunda-feira – Filipenses 4:6-7
Terça-feira – Salmo 116:15
Quarta-feira – Salmo 6:1-10
Quinta-feira – Salmo 32:1-11
Sexta-feira – Jeremias 29:11-13
Sábado – Provérbios 17:17
Domingo – Isaías 41:9-10, 13-14
Introdução
Os dias podem trazer situações para as quais a faculdade não nos preparou para enfrentar; outras que, como crentes, achamos que nunca nos atingiriam; momentos em que a família não pode nos proteger suficientemente. Concluímos que somos comuns, sujeitos às aflições e angústias da vida, bem como às alegrias e realizações.
Com isso, algumas perguntas muitas vezes ficam martelando nossa mente. Para não parecer “falta de fé", não falamos com ninguém e guardamos essas dúvidas no coração. A boa notícia é que Deus, nosso Pai, está interessado em falar conosco sobre tudo isso, e que a Palavra nos traz respostas de paz e restauração!
I – Como lidar com a terrível ansiedade?
Filipenses 4:6-7
A ansiedade surge diante incapacidade de mudar o futuro iminente. É difícil ter de esperar por uma solução ou por uma decisão sem poder fazer nada a respeito do assunto. Costumamos ficar muito ansiosos, porque no fundo cremos que a solução dos nossos problemas está em nossas mãos. Isso, porém, não é verdade. Precisamos reconhecer que somos finitos e limitados e que não podemos nos deixar dominar pela ansiedade. O conselho do apóstolo Paulo aqui é muito útil. Veja algumas dicas para lidar com essa incomoda situação:
Reflexão:
→ Lembre-se de que Deus é bom e cuida de nós. Lance sobre ele a sua ansiedade (l Pedro 5:7).
→ Um problema difícil não é sinal de derrota. Podemos transformar isso em vitória (v. 10-13)
→ Na hora da ansiedade, entregue-se à oração: fale com Deus, ele está ouvindo (v. 6).
→ Deus faz coisas extraordinárias. E possível trocar a ansiedade pela paz que vem de Senhor (v.7).
BÍBLIA DE ESTUDO ESPERANÇA, pergunta n° 220 referente a Filipenses 4.6-7.
Que é ansiedade? E uma vontade acima do normal de conhecer e agir sobre algo que está por vir, mas desconhecemos como será. E uma emoção comum à toda criação. Até a natureza anseia um futuro que lhe possa dar alívio (Rm 8.22), aguardando com sofrimento esse tempo futuro. Somente quando depositamos esse sentimento em Cristo, experimentamos a paz que excede todo entendimento. Lembre-se;
• o nosso Deus é o mesmo do passado - conhece sua história;
• o nosso Deus é o mesmo hoje - "ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda" (SI 139.4).
• o nosso Deus será o mesmo eternamente - "Eu é que se; que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais" (Jr 29.11).
Para pensar: "Ansiedade é como uma cadeira de balanço. Mantém você em movimento o tempo todo, mas não o leva a lugar algum". Leia e reflita em Mateus 6.25-34.
Deus pode transformar a ansiedade em viva esperança!
II – Como enfrentar a morte de um ente querido?
Salmo 116:15
A morte é uma realidade inevitável. Devemos viver a vida, preparados para o momento quando sairemos dela. Nesse salmo vemos que Deus sente conosco a perda de um ente querido. O significado do termo preciosa no texto bíblico é custa muito. De fato, custa muito para Deus a morte de um do seu povo. Isso nos ajuda a descobrirmos que não estamos sozinhos na hora do luto. Numa hora como essa, lembre-se:
→ O nosso consolo está em Deus. Lance sobre Ele a sua dor.
→ Deus sofre juntamente conosco e conhece a nossa dor. Deus mesmo entregou seu filho para morrer por nos.
→ Muitas vezes a morte é a hora do descanso e a nossa "formatura" como cristãos.
→ Precisamos estar preparados para o dia da morte, pois nossa vida não nos pertence.
BÍBLIA DE ESTUDO ESPERANÇA, pergunta nº 226 referente ao Salmo 116.15.
Stanley Jones, em seu texto Quando a tristeza chega, sugere sete atitudes para os momentos mais tristes na vida.
1. Não pense que seu caso é o único.
2. Não tenha pena de si mesmo.
3. Não se entregue a uma dor excessiva.
4. Não viva falando de suas tristezas.
5. Não aceite a tristeza e nem pense que será interminável.
6. Não lute contra a sua aflição.
7. Não se queixe.
Duas considerações importantes. Primeiro, viva seu luto. A morte de uma pessoa querida precisa ser vivenciada. Os filhos de Israel pranteavam seus mortos durante muitos dias (Gn 50 10; Dt 34.8). Os especialistas afirmam que toda forte emoção tende a durar cerca de seis meses. Isto não significa que você vai ficar seis meses chorando. Segundo, reconheça que quem ficou precisa continuar sua vida. Vale lembrar que qualquer coisa que alguém fizer, jamais trará a pessoa que morreu de volta. Então, vá a luta! Além disso, quem partiu com Cristo, está numa condição “incomparavelmente melhor" (Fp 1.23). A tristeza, a dor e a saudade são para quem ficou.
Precisamos, nesse momento, lembrar que Deus tem um plano para cada criatura, além de reconhecer Seu domínio em todas as esferas da vida. Acima de qualquer circunstância, estão o amor e o poder do Espírito para consolar. Podemos, sim, chorar uma noite toda (quantas horas dura uma noite de perda?), mas pela manhã a alegria de Deus nos renovará!
Finalmente, temos o "Deus de toda consolação" (2Co 1.3-4). Nesses momentos de luto, o consolo de Deus faz toda a diferença.
III – Pode um cristão passar por depressão?
Salmo 6:1-10
O salmista encontra-se deprimido, ele está "profundamente perturbado" (v.3). Ele se
sente doente (v.2), com medo de morrer (v.5), chora muito (v.6). está magoado e tem sintomas de depressão no corpo (v. 7), e tem muitos inimigos (v.8,10). Isso nos mostra que até mesmo uma pessoa muito fiel a Deus e cheia de fé pode passar por depressões. A nossa debilidade física, um problema muito angustiante e até a nossa personalidade podem permitir situações de depressão. É muito importante entender que, ao contrário do que muitos pensam, nem toda depressão tem origem em um pecado ou em uma influência demoníaca. Há problemas que têm origem psicológica e precisam de aconselhamento adequado, e há problemas físicos que precisam do tratamento apropriado Cada problema deve ser tratado corretamente. Devemos confiar na ajuda de Deus (v.9) e usar de sabedoria para tratar de nosso problema.
Reflexão
→ Será correto rejeitar remédios quando alguém sofre depressão por problemas hormonais?
→ Será que problemas da infância e de sofrimento pessoal podem causar depressão? Que ajuda devemos buscar?
→ Como saber se um problema de depressão tem origem espiritual? Você sabe perceber a diferença?
BÍBLIA DE ESTUDO ESPERANÇA, pergunta n° 227 referente ao Salmo 6:1-10
Pensemos nas seguintes questões.
Deus poderia curar o rei Ezequias com uma palavra, mas deu a ele uma receita natural para curar sua úlcera (Is 38.21); poderia levantar o ânimo de Elias com um sopro, mas cuidou do seu esgotamento com alimento e descanso (1Rs 19.1-8). Quando temos uma orientação médica e recursos para adquirir o que precisamos, devemos fazer uso carreto desses recursos, como bons mordamos do nosso corpo.
Com certeza, experiências traumáticas podem trazer angústia em nossa vida. Muitas vezes, não sabemos nem explicar a razão das dores! Antes de qualquer outra atitude, devemos buscar refúgio no Senhor e na Sua Palavra (SI 119.92). Assim, Ele colocará pessoas que nos auxiliem, com bons conselhos. E, se for necessário ajuda profissional, que seja uma pessoa cristã, que respeite os princípios da Palavra.
Precisamos ser honestos diante de Deus e da pessoa que está nos ajudando (SI 32; Cl 3.9; Tg 5.16). Após uma reflexão sincera diante do Pai, Seu Espírito Santo nos conduzirá, pois é Ele quem nos convence dos erros e também nos faz lembrar de situações e sentimentos.
IV – Como enfrentar a solidão?
Salmo 68:4-6
Que palavra cheia de esperança. Deus é o Pai dos que vivem sozinhos e faz o solitário viver em família. Todos sabem que a nossa sociedade não está preparada para lidar com as pessoas que vivem sozinhas. Solteiros, viúvos e órfãos sofrem muito, e às vezes são tratados com preconceito. Por outro lado, apesar das aparências, uma pessoa sozinha pode fazer muitas coisas que alguém casado não pode. Atividades como viajar, servir como missionário em certos lugares, envolver-se em uma obra de assistência social são algumas das atividades adequadas para quem não tem família. Todavia, é importante lembrar que ser sozinho não é sinônimo de viver na solidão. Deus está sempre conosco e a nossa vida pode ser uma bênção.
Reflexão:
→ Você concorda que a solidão é um estado de espírito? E possível viver em solidão em família?
→ Vale a pena lamentar nossa solidão? Não é melhor transformá-la por meio de atividades criativas?
→ Você sabia que o próprio Jesus ficou sozinho e foi abandonado por todos? (Leia Mateus 26.31)
BÍBLIA DE ESTUDO ESPERANÇA, pergunta nº 232 referente ao Salmo 68.4-6.
Gary Collins, psicólogo e estudioso do comportamento humano, em seu livro Aconselhamento Cristão (Edições Vida Nova), relaciona alguns conselhos úteis.
1. Solidão e sentimentos
a. 0 primeiro deles é o vazio no coração. Muitas vezes vem acompanhado de tristeza, falta de ânimo, isolamento, ansiedade e necessidade de se sentir amado, carente da atenção de alguém.
b. O segundo é o sentimento de rejeição. A pessoa sente-se deixada de lado por um grupo de amigos, ou até mesmo rejeitada pela sociedade, família e igreja.
c. O terceiro é a sensação de inutilidade. Pensam que não valem nada, pois absolutamente ninguém gosta deles.
2. Alguns conselhos
Para vencermos a solidão é necessário que tornemos determinadas atitudes. Seguem algumas sugestões, embora não tenhamos a pretensão de esgotar o assunto.
a. Admita o problema. O primeiro passo é admitir que a solidão está interferindo negativamente na vida.
b. Considere as causas. Procure detectar quais são as causas; trabalhe na fonte do problema.
c. Aceite o que não pode ser mudado. Há situações que podem ser mudadas como desejamos. Por exemplo: a viúva não terá novamente o seu marido. Mas podemos buscar meios demudar um conceito inadequado a respeito de nós mesmos.
d. Crie novos hábitos. Você pode assistir menos à televisão, passar mais tempo em atividades que beneficiem o social, que beneficiem a família e a igreja.
e. Reconheça que não é perfeito. Todos temos limitações e problemas, quer nos sintamos solitários ou não. A ação ideal é reconhecer nossas habilidades, nossos pontos positivos, e valorizar os dons que Deus nos deu.
f. Enfrente os riscos. Em se tratando de relacionamentos, estamos lidando com possibilidades. Qualquer pessoa pode sentir-se rejeitada, criticada, mas isso não justifica a fuga dos relacionamentos, o isolamento. Sabemos que precisamos conviver, buscar comunhão com os irmãos - pode dar certo ou não, mas devemos continuar tentando.
g. Edifique a igreja local. Deus lhe deu uma comunidade chamada igreja, um local de pessoas tornadas justas (Rm 5. l), para abençoarmos e que nos abençoarão. Relacione-se com os crentes, envolva-se com a vida eclesiástica, na obra do Senhor.
h. Satisfaça sua necessidade espiritual. Todas as sugestões não serão válidas se essa última não for uma verdade em sua vida. Deus criou o ser humano para se relacionar com Ele. e só estaremos satisfeitos quando houver reciprocidade de nossa parte. Que coisa maravilhosa é saber que fomos regenerados, feitos novas criaturas, para um relacionamento perfeito com Deus! Portanto vamos buscar esse relacionamento (Ef 2.4-7).
Conclusão
É interessante notar como Deus tem um valor para cada momento nosso. Jesus disse: "onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mt 18.20). Ele está em nosso meio (valor do grupo reunido), mas também nos ensinou que quando entramos no quarto em secreto, sozinhos com o Pai, Ele nos recompensa. A beleza da vida abundante é saber que Deus Se importa que tenhamos alguém ao lado; Ele mesmo, em Sua gloriosa presença, e irmãos na fé.
Fonte: Revista dos Jovens – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br