14.09.2020
Roberto Márcio Gomes
Base Bíblica
Romanos 12:9-21
Para sua meditação diária:
Segunda-feira – Gênesis 37:3-19
Terça-feira – Números 16:1-3
Quarta-feira – Atos 5:12-18
Quinta-feira – Efésios 5:19-21
Sexta-feira – Números 12:1-14
Sábado – Atos 17:1-5
Domingo – 1Coríntios 15:9-11
Introdução
Vamos estudar nesta lição quatro pecados - inveja, ódio, orgulho e maledicência – que são destrutivos tanto a nós quanto ao nosso próximo. E não gostamos de reconhecer que os temos ou praticamos. Assim sendo, o estudo de hoje reveste-se de uma importância vital para todos.
I - Você já sofreu os efeitos da inveja?
I Samuel 18.6-9
A inveja é tão comum que muitos a conhecem como a arma dos incompetentes. Essa é uma fraqueza que precisa ser tratada. Nesse texto, vamos descobrir que até um rei, como foi o caso de Saul, deixou-se dominar pela inveja. Ele ficou com muita inveja do sucesso de Davi. Isso nos ensina que o egoísmo humano é surpreendente. Quantos amigos são separados pela inveja? Quanta injustiça é fruto da inveja num ambiente de trabalho? A inveja é uma obra da carne, conforme Gálatas 5.21, e deve ser resistida.
Reflexão:
→ Que relação existe entre inveja e insegurança? Uma pessoa muito insegura é invejosa?
→ Por que e difícil chorar com os que choram, como ensinou Jesus? Que ligação há entre isso e a inveja?
→ Você já sofreu injustiças por causa da inveja?
BÍBLIA DE ESTUDO ESPERANÇA, pergunta nº 236 referente a 1Samuel 18.6-9.
A inveja é um sentimento que pode ser muito destrutivo em qualquer relacionamento, pois parte do pressuposto de que não podemos ser bem-sucedidos ou felizes como o outro ou que seu sucesso diminui, invalida ou até mesmo desqualifica nosso sucesso ou felicidade. Esse sentimento está sempre ligado a um senso de identidade inadequado e distorcido. O fato de sentir inveja revela que estamos sendo controlados por nossos mais primitivos sentimentos e vivendo uma combinação emocional de ira, dependência, dor e dúvida. Paulo afirma em l Coríntios 3.3: "Porquanto, havendo entre vós ciumes e contendas, não é assim que sois carnais e andeis segundo o homem?".
O maior problema da inveja é quando o sentimento fica fora de controle e altera o comportamento da pessoa. Sentir inveja dos outros em áreas como riqueza, saúde, posição social, emprego, autoridade, poder, liderança, reconhecimento, prestígio, habilidades, talentos, realizações, sucesso, inteligência, conhecimento, relacionamentos, boa aparência, casamento, pode influenciar nosso comportamento de tal forma que passamos, então, a agir de maneira totalmente contrária aos ensinamentos bíblicos, desejando e buscando o que é do outro.
Primordialmente os invejosos demostram as seguintes características.
1. Sentem-se inferiores e inseguros
Sentimento de inferioridade e incapacidade leva as pessoas a sentir inveja. Por se acharem inferiores, pensam que não podem alcançar os mesmos bons resultados que a outra pessoa. Quando você gasta tempo focando naquilo que você não é ou não tem, demonstra insegurança. A insegurança fica evidente pelo fato de que a opinião e a aceitação das pessoas tornaram-se fundamentais para o bem-estar pessoal. Quando essa boa receptividade não acontece, predomina o sentimento de rejeição e incapacidade.
2. Não reconhecem o cuidado de Deus
A inveja é um indicativo de que não estamos satisfeitos com aquilo que Deus nos tem dado. A Bíblia nos orienta a estar contentes com o que temos (Fp 4.11), porque Deus nunca falhará nem nos abandonará (Hb 13.5). A inveja leva à cobiça, que é um desejo profundo de obter aquilo que pertence à outra pessoa. A cobiça, por sua vez, invade e domina a vida daquele que não está satisfeito com as bênçãos que tem recebido de Deus.
3. Agem de forma desleal e desonesta
A história relatada em Gênesis 37 mostra, de modo esclarecedor, o que é capaz de fazer uma pessoa dominada pela inveja. No v.4, vemos que a inveja causou uma imensa destruição no coração dos irmãos de José. O texto diz que eles o odiaram. Em outras palavras, eles estavam tornados pela inveja. Pelo fato de Israel ter feito uma túnica que simbolizava seu amor preferencial por José, os outros filhos se sentiram rejeitados e preteridos.
Esse sentimento foi tão forte que levou quase todos os irmãos a desejar a morte de José (v.20). Mas pela intervenção de Rúben, um dos irmãos, José acabou sendo vendido e levado para o Egito (v.28). Como vemos, é um sentimento altamente destrutivo.
Para lidarmos biblicamente com a inveja, e necessário em primeiro lugar discernir as raízes desse sentimento, apresentá-las a Deus e deixar que o Espírito de Deus nos cure e controle (Mt 13.15). É necessário também ter o mesmo sentimento que houve em Cristo (Fp 2.5), por meio de um relacionamento pessoal e verdadeiro com o Mestre. Ele deve ser nosso referencial para uma vida de contentamento e paz com aquilo que o Pai nos tem dado.
II - O que fazer quando a ira se transforma em ódio?
I Samuel 20.30-34
O sentimento de ira faz parte da vida. A Bíblia diz que até o próprio Deus se ira. Mas quando a ira tem origem pecaminosa e domina o nosso espírito pode tornar-se em ódio. Foi isso o que aconteceu com Saul. O ódio tornou conta de Saul a ponto de ele ofender seu próprio filho (v.30) e até tentar matá-lo (v.33). O ódio é um dos sentimentos mais perigosos e destrutivos que existem. Todo aquele que se deixar dominar pelo ódio colherá resultados terríveis.
Reflexão
→ E possível reparar os danos causados por uma explosão de ódio?
→ Quem é o verdadeiro prejudicado? A pessoa odiada ou quem é dominado pelo ódio?
→ João, o apóstolo do amor, tinha um gênio muito difícil (leia Lucas 9.54). Como ocorreu tão grande mudança em sua vida?
BÍBLIA DE ESTUDO ESPERANÇA, pergunta nº 240 referente a 1Samuel 20.30-34.
Observe os noticiários e logo você perceberá que o mundo está cheio de ódio. Uma nação contra a outra. Um grupo étnico contra o outro. Um partido político contra o outro. As vezes, ficamos com a impressão que algumas pessoas gostam de odiar outras. A Bíblia condena o ódio (Pv 10.12; Mt 5.43-44; 1Jo 2.9-11; 4.20-21).
Atenção! Ira e ódio são diferentes. A ira é uma tempestade emocional inesperada e intensa, é uma resposta imediata a um estímulo, na maior parte das vezes, violenta. Não há uma estratégia de ação. Simplesmente reagimos. A ira é puro instinto.
O ódio é frio e racional. Quem odeia procura se vingar e cria estratégias para isso. E uma característica do estado não regenerado dos homens. "Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros" (Tt 3.3). Os cristãos não devem odiar, pois o ódio está entre as obras da carne (Gl 5. 19-21) e, na lista de pecados relacionados nesse texto, o ódio é associado a adultério, fornicação, assassinato, bebedeira e outros vicias.
O ódio é cruel. Vejamos o que disse o salmista: "Considera os meus inimigos, pois são muitos e me abominam com ódio cruel" (SI 25.19). O apóstolo João foi claro quando escreveu a respeito do ódio, em contraste ao amor que traduz vida (1Jo 3.11-15).
O ódio é uma evidência de imaturidade (Mt 5.43-48). A palavra "perfeito", nesse texto, significa maturidade, no original grego. Consequentemente, para sermos maduros, precisamos amar e não odiar nem mesmo nossos inimigos. Ao odiar em vez de amar, indicamos imaturidade espiritual. Certamente o ódio trará consequências graves, pois roubará a paz e a felicidade que vêm do Senhor. Alguém disse que o ódio e o inferno habitam no mesmo coração. Portanto temos que pedir a Deus que livre nosso coração de um sentimento tão destrutivo como esse.
III - Para onde poderá me levar o meu orgulho?
Daniel 4.28-37
A Lição desta história surpreendente é muito clara: o orgulho leva a ruína. O grande rei da Babilônia encheu-se de orgulho diante do esplendor do seu reino. Por essa razão. Deus provocou a humilhação daquele monarca. Pode parecer que Deus agiu com muita severidade aqui; a grande verdade, porém, é que o orgulho é mortal e destruidor. Na verdade. Deus foi misericordioso com o rei, permitindo que ele caísse na realidade, reconhecesse o seu lugar e não fosse destruído pelo próprio orgulho.
Reflexão:
→ Você viu alguém ser prejudicado por causa de seu próprio orgulho?
→ Você concorda que uma experiência de sofrimento e de humilhação pode ajudar alguém a vencer o seu orgulho?
→ Por que o orgulho é um pecado tão sério? Que consequências o orgulho me trará?
BÍBLIA DE ESTUDO ESPERANÇA, pergunta n° 247 referente a Daniel 4.28-37.
Orgulho é o pecado original cometido por Satanás resultando em sua queda dos céus. É um senso inadequado de nossa própria superioridade, uma autoestima distorcida. O orgulho é um pecado que nos engana, alienando-nos dos outros. É o nosso engrandecimento sobre as outras pessoas. Como resultado do orgulho, nosso relacionamento com Deus, com os outros e com nós mesmos ficam severamente afetados.
Quando há orgulho, há exaltação da nossa maneira de fazer as coisas. Julgamos os outros e os consideramos inferiores a nós. O orgulho traz destruição parcial e, às vezes, total dos relacionamentos, pois coloca marido contra mulher, pai contra filho, amigo contra amigo, chefe contra funcionário, pastor contra líder. Por causa de nosso orgulho, podemos ficar sozinhos, solitários, voltados para nós mesmos, deixando de receber as bênçãos de Deus "pedis e não recebeis, pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres" (Tg 4.3).
A Bíblia registra que a soberba precede a queda e que Deus resiste ao soberbo. Alguns sintomas indicam que nosso coração está orgulhoso. Vejamos.
1. Egoísmo
Se, no uso dos dons espirituais e habilidades naturais, passamos por cima dos sentimentos dos outros e insistimos em nossa maneira de fazer as coisas, demonstramos egoísmo. Fazemos mal se não estamos usando nossas habilidades para trazer bênção aos outros (Fp 2.3).
2. Superioridade
O orgulho nos faz acreditar que somos mais importantes que os outros. Essa arrogância revela a~ presunção de que somos melhores ou estamos mais perto de Deus que os outros por causa de nossa doutrina, dons, trabalho ou qualquer outra coisa (Mc 10.43).
3. Atitude crítica, de julgamento
Ao orar (]o 17.2 l), Jesus pediu a Deus que Seus filhos fossem um, assim como Ele era um como Pai, a fim de que o mundo cresse. A crítica divide e destrói os relacionamentos impedindo o testemunho fiel do evangelho. Pessoas que têm por hábito criticar, julgar, apresentam dificuldade em ver coisas boas nos outros e, quando são confrontadas com isso, negam. Quando julgamos outra pessoa, estamos dizendo: "Eu posso fazer isso melhor. Por que não se afasta e deixa que eu faça o trabalho?”.
4. Coração não ensinável
Nenhum de nós está acima de necessitar correção em alguma área da vida. Quando somos confrontados, ouvimos ou ignoramos o que a pessoa está falando? Aceitamos sua reprovação ou nos tomamos indiferentes e ressentidos por ela estar nos corrigindo? (Pv 9.7-9) Como, então, podemos alcançar vitória sobre o orgulho? Em vez de focar o objetivo em nos livrarmos do orgulho, devemos buscar alcançar o oposto que é a humildade. Nosso alvo deve ser nos parecermos com Cristo, a essência da humildade.
Precisamos entender que a humildade é o reconhecimento absoluto de nossa total dependência de Deus Criador e Mantenedor de toda a vida; do Deus justo, que nos dá conselho e direção, que nos defende. E uma humildade que inspira e transforma. O Messias nos mostrou como viver e sentir (Fp 2.3-8).
Somente corações humildes se relacionam intimamente com Deus. A humildade nos faz mais honestos, possibilitando sermos conhecidos como realmente somos, com nossas fraquezas e limitações. Quando falhamos, devemos admitir que estamos errados e pedir perdão àqueles a quem prejudicamos. Humildade é uma visão bíblica e realista de nós mesmos. Tiago escreveu: "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes" (Tg 4.6). A humildade traz liberdade, cura, verdade, crescimento e reconciliação com Deus e com os outros.
IV - Você conhece o poder da língua?
Provérbios 26.17-28
Como e terrível o poder da língua. Conforme o ensino de Tiago é impossível dominar a língua completamente (Tiago 3.5-9). Seus males são muitos. No entanto, isso não tira nossa responsabilidade de controlá-la e de usá-la para o bem. Para tanto é necessário conhecer e atentar para os perigos do mau uso da língua. Observe os exemplos desse trecho bíblico e tente completar a lista:
Reflexão:
→ Engano (v. 19).
→ Provocação de contendas (v.20).
→ Prática de falar mal dos outros (v.20).
→ Provocação de brigas (v.2 l).
→ Dissimulação (v.24),
→ Fingimento (v.25).
→ Falsidade (v.27).
→ Lisonja (v.28).
BÍBLIA DE ESTUDO ESPERANÇA, pergunta nº 254 referente a Provérbios 26: 17-28.
"A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto" (Pv 18.21). Pare e pense um pouco no que esse verso está comunicando. Você consegue imaginar que cada um de nós atravessa a vida com um poder tão extraordinário? Um poder tão grande que é capaz de produzir vida e morte dependendo da maneira que for usado?
Pelo texto citado. Deus diz que temos certo poder naquilo que falamos para as pessoas. Quando Deus usa a palavra "poder", Ele quer dizer que aquilo que falamos tem determinada força, que pode ser usada para trazer vida ou morte a alguém. Pense na responsabilidade do que isso significa. Aquilo que você fala pode trazer vida ou morte a uma pessoa.
Por isso devemos estar em comunhão constante com o Espírito de Deus para evitar que da nossa boca saiam palavras de morte para aqueles que estão próximos de nós. Deus deseja que falemos com as pessoas de maneira educada, amorosa e edificante (SI 19.14). Isso não significa que devemos deixar de confrontar o mal nas pessoas como somos chamados a fazer. Jesus nunca deixou de confrontar os líderes judeus, nem Se acomodou quando viu os comerciantes dentro do Templo.
Outro aspecto importante é saber que Deus nos julgará pelas nossas palavras (Mt 12.36). Essa é uma advertência muito séria. Não há desculpas, especialmente aos cristãos, para que falem com o próximo de maneira crítica e intransigente. Nada atrairá mais depressa uma pessoa que você ser capaz de falar como Jesus. Deixe Jesus ser seu perfeito modelo.
E fundamental entender que, para controlar nossa língua, precisamos controlar nosso pensamento. E um princípio simples ainda que seja a área mais difícil de controlar em nossa vida. Está escrito: "Transformai-vos pela renovação da vossa mente" (Rm 12.1-2). O que sai de nossa boca é um resultado daquilo que está em nosso coração. Quanto mais da Palavra colocamos dentro de nós, mais da Palavra virá de nossa boca e mais vida irá fluir através de nós (Ef 4.29-30).
Diante dessa afirmação, resta-nos escolher como vamos utilizar esse poder, se com palavras de amor, encorajamento e edificação ou com palavras de condenação, crítica, frieza, indiferença e aspereza. A escolha é sua!
Conclusão
Acredite que, pela graça de Deus, podemos ser fortes justamente nas áreas em que somos mais fracos. Repito, pela graça de Deus.
Fonte: Revista dos Jovens – Escola Bíblica – www.editoracristaevangelica.com.br